Por esta altura o leitor deve estar ainda confuso questionando-se onde quero chegar com tão apaixonado mas controverso preâmbulo. Vou passar, então, à explicação.
Na últimas 4 jornadas da Liga NOS, o FC Porto apenas saiu vencedor numa delas. Em 4 partidas, os azuis e brancos apenas foram capazes de vencer o Belenenses em casa. O que tinham os outros três jogos em comum? O seu carácter decisivo.
Ora vejamos, primeiro o FC Porto recebeu o Vitória de Setúbal no seu reduto com uma oportunidade de ouro de assumir a liderança e cedeu à pressão. No jogo seguinte deslocou-se ao Estádio da Luz com nova oportunidade de subir ao topo da classificação e voltou a falhar redondamente, podendo, até, dar-se por satisfeito por ter conseguido sair de Lisboa com um ponto.
Por fim, deslocou-se a Braga para voltar a colocar pressão num líder que no próximo fim-de-semana vai jogar em Alvalade e voltou sucumbir. Em todos estes jogos foi notória a ansiedade e nervosismo, por outras palavras, aquilo que já aqui apelidei de fibra de campeão. O expoente máximo desta falta de estofo aconteceu no último jogo, no qual, a precisar de ganhar, o FC Porto desperdiçou os últimos 5 minutos do tempo regulamentar em confusões junto ao seu próprio banco. Isto seria impensável no passado. Era uma vez um campeão?
O FC Porto, desde há muito tempo, tem vindo a ter plantéis mais caros que os rivais e isso diferenciava-o e permitia-lhe uma enorme vantagem competitiva. Nos últimos anos o preço elevado dos plantéis mantém-se mas a vantagem competitiva esfumou-se. O FC Porto paga mais por plantéis menos competitivos do que o seu rival. Algo está mal e algo tem que ser alterado porque os insucessos somam-se e as contas estão na corda bamba. Era uma vez um campeão?
Foto de Capa: FC Porto