Estoril Praia SAD 2-3 FC Porto: A crença veio até à linha

    A CRÓNICA: JOGO DE VERTIGEM NA AMOREIRA

    Num dos jogos mais frenéticos do campeonato, o FC Porto deslocou-se ao António Coimbra da Mota, onde vendeu o GD Estoril Praia. Taremi, Luis Díaz e Francisco Conceição assinaram a reviravolta portista. Do outro lado, Arthur e André Franco fizeram o gosto ao pé.

    A primeira parte acabou por significar um descalabro total para o FC Porto frente a um Estoril Praia SAD bem ciente do que estava a fazer.

    Aos 15 minutos, Taremi teve nos pés o 1-0, mas a defesa estorilista mostrou que não estava em campo para facilitar, sendo que um dos grandes objetivos também passava por anular aquilo que Luis Díaz poderia trazer ao jogo. Aos 17 e 27 minutos, dupla oportunidade para o colombiano, mas o azar e o guardião Thiago Silva deram conta do recado.

    A partir daqui, veio o momento de glória para a equipa de Bruno Pinheiro. Primeiro uma ameaça com um golo anulado a Chiquinho, mas pouco tempo depois a bola acabou mesmo por entrar. Aos 38 minutos, Arthur Gomes puxou para dentro e enviou um míssil que passou por cima de Diogo Costa e entrou na baliza.

    O jogo já não estava bom para os azuis e brancos, mas a passividade defensiva e a qualidade ofensiva do adversário ajudaram a piorar a situação. Wendell comete grande penalidade convertida com sucesso por André Franco aos 43 minutos. Ficava assim na retina uma primeira parte de luxo para o Estoril Praia SAD e de pesadelo para o FC Porto.

    A segunda parte acabou por trazer um novo sangue ao dragão. Mas, mesmo assim, eram poucos os que estavam preparados para o que aí vinha.

    Aos 49 minutos, Taremi reduziu o marcador numa recarga depois de Luis Díaz tentar o golo. Este era o impulso que os azuis e brancos precisavam. Taremi voltou a estar perto de marcar, mas Vitinha também quis marcar presença. Livre direto cobrado de forma exímia, que só não entrou por mais uma intervenção fabulosa de Thiago Rodrigues.

    O jogo podia ter ficado resolvido aos 62 minutos, mas o golo de Rui Fonte acabou por ser anulado.

    Mas a verdade é que o jogo resolveu-se mesmo, mas ao contrário…

    Aos 84 minutos, Luis Díaz deu o empate na sequência de um lance individual e, aos 89 minutos, apareceu Francisco Conceição para mais um momento efusivo entre o jogador e todo o universo portista.

    Era assim o ponto final de um jogo com uma vertigem ofensiva, onde a crença portista vigorou. Com este resultado, o FC Porto assume, assim, a liderança isolada do campeonato.

    A FIGURA

    Fonte: Sebastião Rôxo / Bola na Rede

    Luis Díaz – Depois de uma primeira parte muito apagada e antes do 3-2, nunca pensei em atribuir o título de melhor em campo ao extremo colombiano. Mas a verdade é que parecia outro jogador que veio nos segundos 45 minutos. Apesar da exibição do guardião Thiago Silva, é importante destacar a influência de Luis Díaz nos três golos portistas. A magia colombiana tardou, mas apareceu.

    O FORA DE JOGO

    Fonte: Sebastião Rôxo / Bola na Rede

    Wendell – No momento em que não há Zaidu e em que se esperava uma plena afirmação, Wendell fez tudo errado. Para além de não ter nenhum contributo ofensivo na equipa portista, acabou por cometer a grande penalidade que deu o 2-0 ao Estoril Praia SAD antes do intervalo. Foi assim um dos reflexos do insucesso portista nos primeiros 45 minutos.

    ANÁLISE TÁTICA – Estoril Praia SAD

    A equipa de Bruno Pinheiro apresentou-se num 4-3-3 com uma frente de ataque muito móvel e veloz. Arthur era o homem mais adiantado, mas os 3 homens da frente sempre mostravam grande mobilidade e apareceriam como setas prontas a criar dificuldades à defesa portista.

    No processo ofensivo do adversário, Gamboa alinhava entre os centrais e André Franco descia no apoio a Rosier no meio-campo. Na segunda parte, a equipa tornou-se submissa ao ataque portista e sentiu claramente o 2-1.

    A entrada de Rui Fonte trouxe outra frescura ao ataque. A capacidade de segurar a bola e o jogo de costas para a baliza vinham no sentido de tentar segurar mais o jogo e libertar os alas que criaram muito perigo na primeira parte. Mas o ataque portista acabou por não dar tréguas e a reviravolta acabou mesmo por acontecer.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Thiago Silva (7)

    Coly (4)

    Vital (5)

    Ferraresi (5)

    Carles Soria (5)

    Gamboa (7)

    Rosier (4)

    Chiquinho (7)

    André Franco (6)

    Bruno Lourenço (5)

    Arthur (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Rui Fonte (6)

    Joãozinho (-)

    António Xavier (-)

    ANÁLISE TÁTICA – FC Porto

    A equipa de Sérgio Conceição apresentou-se num 4-4-2 com Taremi a surgir atrás no apoio a Evanilson. Vitinha assumia o papel de construção de jogo no meio-campo. Relativamente ao jogo exterior, Corona apresentava-se como um lateral que dava pouca velocidade no corredor, mas mais técnica, bola no pé e cruzamento.

    Na primeira parte, a equipa mostrava poucas ideias e um jogo muito denunciado, passivo e lento. O jogo era baseado em muitos cruzamentos para a área e a única altura em que criaram verdadeiro perigo foi em transições ou na recuperação de bola em zonas altas.

    A segunda parte foi claramente diferente e o 2-1 ainda trouxe mais energia à equipa. Luis Díaz começou a aparecer mais no jogo em constantes movimentos de rutura e a colocar-se entre Taremi e Evanilson. A equipa tornou-se, assim, muito mais agressiva ofensivamente. Taremi também começou a aparecer mais no jogo.

    As substituições ajudaram também ao empurrão ofensivo da equipa e a reviravolta tornou-se num misto de crença e capacidade nos minutos finais.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Diogo Costa (4)

    Tecatito (3)

    Mbemba (4)

    Fábio Cardoso (4)

    Wendell (2)

    Vitinha (5)

    Matheus Uribe (4)

    Luis Diaz (8)

    Otávio (5)

    Evanilson (3)

    Taremi (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Pêpê (5)

    Fábio Vieira (5)

    Toni Martínez (4)

    Francisco Conceição (7)

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    Estoril Praia SAD

    Bola na Rede: Olhando para os aspetos positivos do Estoril Praia SAD no jogo de hoje, vimos, por exemplo, Gamboa muitas vezes a descer entre os centrais e um ataque bastante pragmático e pronto para criar perigo nas transições. Acredita que foram esses os principais aspetos que também ajudaram o Estoril a ser superior na primeira parte?

    Bruno Pinheiro: Sim, mas o Gamboa assumia-se como central em organização ofensiva e permitia libertar o Coly para travar as incursões de Corona. Fazia parte da estratégia, o adversário projeta muito os laterais parecia ter o meu lateral a bater de frente com o lateral adversário.

    FC Porto

    Não foi possível colocar questões ao treinador do FC Porto, Sérgio Conceição.

    Artigo revisto por Joana Mendes

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    João Castro
    João Castrohttp://www.bolanarede.pt
    O João estuda jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social. A sua grande paixão é sem dúvida o jornalismo desportivo, sendo que para ele tudo o que seja um bom jogo de futebol é bem-vindo. Pode-se dizer que esta sua paixão surgiu desde que começou a perceber que o mundo do futebol é muito mais que uma bola a passear na relva.