Ditou o sorteio que, após a primeira pausa internacional da temporada, o FC Porto realizasse uma longa deslocação até Portimão, de modo a enfrentar a equipa local.
O que alguns sugeriram que seria favas contadas revelou-se um jogo verdadeiramente impróprio para cardíacos, visto que os azuis e brancos por pouco não viram os três pontos que pareciam assegurados com o 0-2 simplesmente desaparecerem. Mas, antes de apontar o dedo, comecemos pelo positivo.
Sérgio Conceição optou por alinhar com uma equipa muito semelhante àquela que defrontou, no Estádio do Dragão, o Vitória SC, substituindo, apenas, o lesionado Romário Baró por Otávio. Tal alteração pareceu, durante os minutos em que o brasileiro esteve dentro das quatro linhas, surtir um efeito extremamente positivo, uma vez que o número 25 portista foi um dos melhores em campo.
Ora pela extremidade do terreno, ora um pouco mais ao centro, facto é que Otávio foi um autêntico pesadelo para o setor defensivo algarvio, sendo esses desequilíbrios não raras vezes acentuados pela sociedade estabelecida com “Tecatito” Corona.
E assim correram os primeiros 45 minutos do encontro, com um domínio indiscutível dos visitantes, domínio esse que acabaria por justificar a vantagem que o FC Porto levou para o descanso.
Com a segunda parte, um novo FC Porto: uma equipa claramente confortável com o resultado, uma equipa que acabaria por diminuir o ritmo do seu jogo e, por consequência, diminuindo o pressing alto que estava a ser feito pela equipa durante a primeira hora de jogo. Tal acomodação fez com que o Portimonense SC crescesse no jogo e, inclusivamente, alcançasse o empate por volta do minuto 75.
A partir daí, a equipa comandada por António Folha esteve por diversas ocasiões perto do 3-2, contudo acabaria por ser a formação da Invicta a marcar o quinto golo do jogo, já quando o relógio se aproximava do minuto 98.
Apito final e um enorme aviso ficava dado a Sérgio Conceição e aos seus jogadores: nenhum jogo está ganho antes do último soar do apito. Conceição “complicou” o jogo? Complicou, assim como complicou muitos outros durante a época passada, ao permitir que, em algumas ocasiões, a passividade e a comodidade tomassem conta dos seus jogadores ainda antes do apito final do árbitro (o exemplo de Vila do Conde acaba por ser um dos mais expressivos).
Por último: sim, Nakajima entrou mal em campo, teve influência no renascimento dos alvinegros, contudo seria um tremendo erro queimá-lo nesta fase. Oxalá esteja errado, mas as ações do treinador no final do encontro para com o japonês demonstram que, a partir de hoje, o génio nipónico terá a vida dificultada no Dragão. Assim como um médio espanhol teve no passado…
Foto de Capa: Liga Portugal
Revisto por: Jorge Neves