Por fim, já chega. Ao longo das últimas três épocas tem-se tolerado muita coisa, mas agora bateu no fundo. Algo de que o FC Porto se tem orgulhado tem sido a sua identidade resiliente e que resiste ainda e sempre a qualquer rombo, desportivo ou não, que o clube possa sofrer.
O culpado? Primeira e obviamente, Julen Lopetegui, mas também à boleia das más decisões que a estrutura diretiva tem tomado nos tempos recentes. Escrever estas linhas custou-me, mas custa-me mais ver aquilo que está a acontecer ao clube da Invicta.
Absurda é como qualifico a opção por um sistema 3-5-2 em Londres. Numa partida em que era imperiosa a necessidade de vencer, contrariar a génese portista e jogar sem qualquer ponta-de-lança de início foi simplesmente… inadmissível. Há anos que não via algo do género acontecer, e, tomando como exemplo o jogo de Munique na temporada passada, onde se poderia exigir mais facilmente um sistema defensivo, até nessa ocasião Lopetegui pôs um “homem-alvo” em campo, na altura Jackson Martínez.
É imperdoável ver que a identidade de um clube que pautou a hegemonia do futebol nacional se vai perdendo a pouco e pouco e pensar que o Presidente do mesmo ainda não foi capaz de tomar a decisão que se impõe, face às constantes desilusões que o FC Porto, mais apetrechado em termos de recursos financeiros e desportivos, tem proporcionado aos seus adeptos.
Como o meu colega Pedro Morais escreveu há uns dias, parece que a SAD se preocupa mais com aquilo que o clube pode ser a nível mercantil do que no plano desportivo, que, na verdade, é o que dá prestígio às instituições. O ADN do FC Porto vai-se perdendo entre transferências milionárias, nomes sonantes e… falta de títulos.
Objetivos? Olhar para tudo com o objetivo de vencer. Poderão ser alcançados? Só o tempo o dirá, mas não o serão pelo crédito dado ao treinador. Parece que isso já não valerá a pena.
Foto de Capa: FC Porto