FC Porto 0-1 Olympique Lyonnais: Fantasma europeu deixa dragões novamente a zeros

     

    A CRÓNICA: ONDE ANDA A CAPACIDADE GOLEADORA NOS JOGOS EUROPEUS?

    “Representamos um clube histórico, habituado a estar na Liga dos Campeões”, disse Sérgio Conceição em conferência de imprensa de antevisão à partida. A UEFA fez o favor ao FC Porto, ao colocar o jogo dos oitavos de final da Liga Europa frente ao Olympique Lyonnais à quarta-feira.

    Mas por muito que o dia de jogo pudesse fazer parecer um jogo de Champions, o Estádio do Dragão desvendou logo a competição em causa. Chuva intensa ao longo de todo o dia na Invicta, jogo às 17h45, tudo fatores que contribuíram para uma longe de estar cheia, com 26309 adeptos.

    Se a precipitação afastou adeptos das bancadas, também colocou um peso gigante sobre o relvado. Com a bola a rolar menos, jogam os que a fazem rodar bem. Os tecnicistas – Vitinha, Faivre (para anunciar um de cada lado) – foram dos melhores.

    Uma primeira parte algo morta nesta primeira mão. Olympique Lyonnais começa bem, com os seus criativos a mostrarem qualidade, mas rapidamente o FC Porto assumiu as hostilidades. Vitinha com mais bola, e partir daí já todos sabemos que o futebol dos dragões sobe vários patamares. O médio esteve perto de marcar num chapéu que seria extraordinário.

    Do outro lado, os rasgos na profundidade de Toko Ekambi iam criando mais perigo. O camaronês teve nos pés a melhor oportunidade dos primeiros 45′, mas falhou nem ele sabe como.

    A segunda parte começou na mesma toada da primeira, sem grande ritmo e com poucas oportunidades. O FC Porto ainda teve um penalti atribuído, mas depois de consultar as imagens, o árbitro José Sanchez reverteu a decisão.

    Os azuis e brancos continuavam por cima, mas os desperdícios iam-se somando. E do outro lado, uma falha de timing de João Mário deixou Ekambi arrancar nas costas do defesa. Mbemba atrapalha-se no corte, e a bola caprichosamente cai em Paquetá. O virtuoso brasileiro não desperdiçou e colocou os visitantes na frente.

    A somar às defesas de Anthony Lopes, bolas a rasar os postes de Fábio Vieira e Galeno frustravam a equipa, que parecia cada vez mais cansada. Chancel Mbemba ainda colocou a bola dentro das redes do guarda-redes, mas o VAR voltou a funcionar contra o FC Porto. Anulado por fora-de-jogo.

    Os dragões continuam com grandes dificuldades em mostrar poderio ofensivo na Europa. Más definições no último terço e falhas técnicas dentro da área acabaram por ditar o resultado final. Lyon parte com vantagem para a segunda mão, a jogar em França na próxima semana. Esse sim já à quinta-feira, pelas 20h00.

    A FIGURA

    FC Porto Olympique Lyonnais
    Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

    Vitinha – a equipa não conseguiu levar a melhor, mas que jogo fez Vitinha. É já difícil de descrever a forma como o jovem médio faz rodar as engrenagens da equipa portista. Será complicado para o FC Porto manter Vitinha na próxima temporada, e como devem estar agradecidos os dirigentes azuis e brancos pelo Wolves não ter acionado a opção de compra de 20(!) milhões de euros.

    O FORA DE JOGO

    FC Porto Olympique Lyonnais
    Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

    João Mário – continua a mostrar debilidades a defender em jogos grandes europeus. Teve dificuldade em ganhar duelos frente ao maior desequilibrador no 1v1 do Lyon, Ekambi. Notou-se também algum cansaço do jovem lateral, que também não conseguiu influenciar o jogo ofensivo como já é costume.

    ANÁLISE TÁTICA – FC PORTO

    Sérgio Conceição ajustou ligeiramente o posicionamento da equipa em relação à partida em Paços de Ferreira. Pepê deixou de ser segundo avançado e passou para extremo-direito, e Otávio recuou para o meio-campo, ao lado de Vitinha. No final de contas, era um 4-3-3 com bola, mas um 5-4-1 sem ela. Isto porque Matheus Uribe fez o que já havia feito no último Clássico, e colocava-se quase sempre entre os centrais em organização defensiva. Os dragões procuravam controlar assim melhor a largura da linha defensiva, permitindo que os laterais abrissem mais para fechar os flancos.

    O FC Porto com bola procurava quase sempre Vitinha para começar os ataques, com o médio a progredir bem com bola e a deixá-la sempre com o critério que já se conhece. Mas a equipa estava a definir muito mal no último terço, soltando mal para as roturas dos avançados.

    Na segunda parte, regressou o clássico 4-4-2, com Taremi a juntar-se a Evanilson na frente, Otávio a partir da direita e Pepê da esquerda.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Diogo Costa (6)

    João Mário (4)

    Chancel Mbemba (5)

    Pepe (5)

    Zaidu (5)

    Uribe (6)

    Vitinha (8)

    Otávio (6)

    Pepê (6)

    Taremi (5)

    Evanilson (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Rúben Semedo (6)

    Toni Martínez (5)

    Fábio Vieira (6)

    Galeno (-)

    Francisco Conceição (-)

    ANÁLISE TÁTICA – OLYMPIQUE LYONNAIS

    O Olympique Lyonnais apresentou-se no sistema habitual. 4-2-3-1 com bola, 4-4-2 sem ela. Dembélé na frente, Ekambi na esquerda, Paquetá no meio e Faivre à direita. No duplo-pivô, Caqueret e Ndombélé. Uma equipa que em organização ofensiva procurava ter mais bola do flanco direito, com Faivre e juntar-se a Paquetá, e depois lançar Ekambi, extremo mais explosivo do outro lado na profundidade. A construção no meio-campo era dividida entre os dois médios mais recuados.

    Sem bola, o Lyon não pressionava com excesso, procurando mais um bloco médio. Paquetá ficava ao lado de Dembélé na frente, sem grandes responsabilidades no processo defensivo da equipa.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Anthony Lopes (7)

    Léo Dubois (5)

    Thiago Mendes (6)

    Lukeba (7)

    Emerson (6)

    Maxence Caqueret (6)

    Tanguy Ndombélé (6)

    Roman Faivre (6)

    Lucas Paquetá (7)

    Toko Ekambi (7)

    Moussa Dembélé (4)

    SUBS UTILIZADOS

    Aouar (5)

    Malo Gusto (-)

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    FC Porto

    BnR: Na primeira parte alinhou com três médios a atacar, num 4-3-3 bastante definido, ainda que depois a defender o Uribe baixasse quase sempre para a linha mais recuada. Mas ao intervalo voltou ao clássico 4-4-2. Perguntava-lhe o queria inicialmente com o ajuste de posicionamento, imagino que possa ter querido reforçar o meio-campo, e o que não resultou tão bem para depois voltar ao sistema habitual.

    Sérgio Conceição: Muito bem, é uma pergunta extremamente interessante. O posicionamento do Matheus era um bocado mais baixo do que queria, por vezes não era necessário estar tão recuado. Ele podia descer sim quando os laterais subissem sobre os laterais adversários. Mas não fizemos nem uma coisa nem outra. Não controlávamos o espaço entrelinahs, e os laterais não disparavam, e o Pepê e Mehdi andavam a correr como malucos. Depois voltamos ao habitual. Onde sem dúvida, principalmente no início da segunda parte, criamos dificuldades ao adversário. Depois houve 15/20 minutos onde caímos um bocado de rendimento. Depois tivemos o golo anulado, aquele lance do penalti e penso que o empate teria sido mais justo.

    Olympique Lyonnais

    Não foi possível fazer qualquer pergunta ao treinador do Olympique Lyonnais, Peter Bosz.

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    Alexandre Matos
    Alexandre Matoshttp://www.bolanarede.pt
    O Alexandre é um jovem que estuda Ciências da Comunicação no Porto. Apaixonado por tudo o que seja desporto, encontra a sua maior obsessão no futebol. Como não tinha grande jeito para jogar, decidiu que o melhor era apostar no jornalismo desportivo. Amante incondicional de bom futebol, não tem medo de dar a sua opinião nem de ser polémico. Sendo qualidades inerentes à profissão que deseja exercer no futuro, rege-se pela imparcialidade e pelo critério jornalístico na sua escrita.