Não esquecer: A defesa é o melhor ataque | FC Porto 1-2 Vitória SC

    FC Porto Cabeçalho

    O Vitória SC venceu o FC Porto no Estádio do Dragão. Convém salientar sempre e antes de tudo o resto que foi isto que aconteceu. No entanto, também o FC Porto perdeu frente ao Vitória SC. Os vitorianos souberam explorar as debilidades defensivas dos dragões, com todo o mérito, mas essas mesmas debilidades têm sido um dos grandes calcanhares de Aquiles dos portistas quase toda a temporada.

    Sobretudo, na vertente individual. E Sérgio Conceição percebeu-o ao cabo de 45 minutos. Com um 1-2 no marcador desfavorável aos azuis-e-brancos, talvez se perspetivassem alterações na frente portista. Pelo contrário. Ao intervalo, Zé Pedro entrou para o lugar de Fábio Cardoso. Dez minutos mais tarde, João Mário substituiu Jorgie (aí numa dupla substituição, que viu igualmente Alan Varela ceder lugar a Iván Jaime).

    Em desvantagem (e, então, ainda 11 para 11), duas das primeiras três alterações no FC Porto incidiram na linha defensiva. E a equipa portista melhorou. Teve mais bola, criou mais perigo e acentuou o domínio que tinha sobre a bola (nem sempre sobre o jogo). Não chegou ao golo que pretendia, mas mostrou uma nova face ainda antes de mexer nas peças da frente.

    Sérgio Conceição a treinar o FC Porto
    Fonte: Rafael Canejo/Bola na Rede

    Apesar da importância da ausência de Evanilson, foi pela defesa que o FC Porto permitiu que a turma vimaranense levasse os três pontos para casa (com todo o mérito, volto a sublinhar). E tem sido uma constante da temporada portista. A lesão de Marcano, a não afirmação (e saída) de David Carmo e de Fábio Cardoso e a juventude de Zé Pedro (e, nesta partida, novamente, a expulsão de Pepe) têm minado a solidez defensiva que já vimos o FC Porto apresentar.

    Ainda assim, os dragões são uma das defesas menos batidas, muito pela forma coletiva como defendem desde o início de construção do adversário e pela quantidade de bola que têm em quase todas as partidas. Porque, individualmente, o cenário não é famoso. Nada famoso mesmo.

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    FC Porto

    Sérgio Conceição

    “O jogo complicou-se depois da expulsão do Pepe”.

    “Não fizemos mais e melhor por causa do treinador”.

    “Houve um penalti claro aos 5 minutos a nosso favor”.

    “Os jogadores sentem as decisões da arbitragem”.

    “O Vitória SC veio fazer o jogo que eu pensava que vinham fazer, baixando o bloco”.

    “O primeiro golo surge de uma situação menos grave do que se passou na área e o jogo seria outro”.

    “Começa a perder-se muito a paixão e a alegria do futebol”.

    “Desta forma, é muito difícil chegar às equipas da frente. Mas vão ter de levar connosco”.

    “Há coragem para expulsar o Pepe, mas não há coragem para expulsar o Di Maria ou o Hjulmand. É isto o futebol português”.

    Vitória SC

    BnR: No final do jogo para a Taça de Portugal, dizia que faltou acutilância à sua equipa. Hoje, teve-a na primeira parte. Na segunda, a sua equipa esteve mais remetida ao seu primeiro terço. Quão importante é, numa corrida tão apertada pelo terceiro lugar, o Vitória SC ter a capacidade para conseguir fazer quer o que fez na primeira parte, quer o que fez na segunda?

    Álvaro Pacheco: Teve a ver com o resultado e com o que pretendíamos para este desafio. Acho que conseguimos isso muito bem. Entrámos muito coesos e, principalmente, com bola entrámos muitos mais audazes para provocar o FC Porto e chegar ao último terço. Fizemos dois golos, mas criámos oportunidades e podíamos ter feito mais. Penso que, numa primeira parte fantástica da minha equipa, o golo do FC Porto surge numa transição, num pontapé de baliza a nosso favor, em que o FC Porto ganha a primeira e a segunda bola e faz o golo. Tivemos o jogo sempre controlado. Na segunda parte, a nossa pretensão era manter este registo: fechar muito bem as linhas e continuar a sermos acutilantes, para aproveitar o espaço que sabíamos que o FC Porto ia deixar, por se expor mais por estar a perder. Mas também temos um fator que é determinante: jogámos a um ritmo muito alto, frente a um adversário que está habituado a jogar ao fim de semana e a meio da semana a este ritmo, com este andamento, com esta agressividade. Os nossos jogadores ressentiram-se um bocado fisicamente.

    Outras declarações:

    “Tínhamos o desafio de provar que éramos capazes de ser mais ofensivos e conseguimos. Isso deve-se ao foco no trabalho”.

    “No próximo desafio queremos chegar aos 59 pontos e isso só se consegue de uma forma: sermos Vitória SC”.

    “O que me pode deixar ainda mais feliz é ver os meus jogadores felizes e a jogar de forma feliz”.

    “O Mangas e o Tomás Ribeiro foram geridos, só podiam jogar 45 minutos”.

    “Uma das ilações deste jogo é que a eliminatória da Taça de Portugal está aberta”.

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    Márcio Francisco Paiva
    Márcio Francisco Paivahttp://www.bolanarede.pt
    O desporto bem praticado fascina-o, o jornalismo bem feito extasia-o. É apaixonado (ou doente, se quiserem, é quase igual – um apaixonado apenas comete mais loucuras) pelo SL Benfica e por tudo o que envolve o clube: modalidades, futebol de formação, futebol sénior. Por ser fascinado por desporto bem praticado, segue com especial atenção a NBA, a Premier League, os majors de Snooker, os Grand Slams de ténis, o campeonato espanhol de futsal e diversas competições europeias e mundiais de futebol e futsal. Quando está aborrecido, vê qualquer desporto. Quando está mesmo, mesmo aborrecido, pratica desporto. Sozinho. E perde.