FC Porto 1-5 Liverpool FC: Dragão novamente casa de goleadas dos reds

    A CRÓNICA: ERROS INDIVIDUAIS ACENTUAM DERROTA PESADA

    Se o grupo B da Liga dos Campeões 2021/2022 é chamado de “grupo da morte”, então o carrasco será certamente o Liverpool FC – o adversário do dia do FC Porto. O Estádio do Dragão acolheu o seu primeiro jogo europeu da temporada, e logo o mais difícil, no plano teórico, desta primeira fase da competição.

    Pepe estava em dúvida e foi até anunciado como sendo titular, mas uma troca à última hora viu Fábio Cardoso subir pela primeira vez de azul e branco aos relvados, e logo numa estreia que se adivinhava um teste de fogo.

    Os dragões começaram com alguma energia, e com vontade de chegar de forma rápida à baliza de Alisson. Mas desses primeiros minutos não surgiu nenhuma oportunidade, e rapidamente o Liverpool FC exerceu o seu esperado domínio sobre a partida.

    Aos 14′ surge a primeira contrariedade para os azuis e brancos, com Otávio a sair lesionado. Entrou para o seu lugar o jovem médio Fábio Vieira.

    Ainda assim, estava o FC Porto a conseguir controlar, de certa forma, os ataques dos ingleses, até que, ao minuto 18, duas abordagens menos boas de jogadores portistas ofereceram o primeiro golo à equipa de Klopp. Curtis Jones remata à baliza, Diogo Costa defende para a frente, com Zaidu depois a falhar por completo o alívio. Salah discute o lance com o nigeriano, e consegue introduzir a bola na baliza portista.

    Fica pior na fotografia o lateral, que mostrou alguns nervos e grande indefinição.

    A partida continua na mesma toada, com o Liverpool FC a ter grande parte da bola, e o FC Porto a tentar saídas rápidas, principalmente pelo lado esquerdo com Luis Díaz.

    E foi com a primeira metade a entrar nos instantes finais, que ficou fechado o resultado ao intervalo. Cruzamento de Jordan Henderson pela meia-direita, com Diogo Costa a sair ligeiramente da baliza, mas a não chegar à bola e com uma indecisão que se alastrou para os restantes defesas. A verdade é que a bola passa por todos os jogadores portistas, e chega para Sadio Mané, completamente livre de marcação, encostar para o fundo das redes ao segundo poste.

    Estava feito o 2-0, com os golos a surgirem de lances em que o FC Porto poderia facilmente ter defendido melhor.

    Sérgio Conceição não queria ver mais do mesmo na segunda parte, e introduziu logo no início da mesma Marko Grujic por Toni Martínez. Subiu Sérgio Oliveira para mais perto de Taremi.

    O FC Porto tentava ser mais atacante, mas as dificuldades em jogar continuavam – muito devido à fantástica pressão do Liverpool FC. E com a equipa mais balanceada na frente, surgiu o 3-0 num contra-ataque dos reds. Curtis Jones encontrou Salah livre de marcação, e o Faraó não vacilou frente a Diogo Costa.

    Aos 63′, finalmente alguma luz no jogo do FC Porto, com a primeira boa oportunidade para os dragões entrarem no marcador. Luis Díaz, pela esquerda, cruza para dentro de área, onde aparece Vitinha a rematar. Alisson Becker defendeu com alguma facilidade, mas estava criada a primeira situação de perigo para os azuis e brancos.

    E foi aos 75′ que os da casa conseguiram animar a quota portista dos 23520 adeptos no estádio. Fábio Vieira consegue encontrar algum espaço na meia-direita, e cruza de forma perfeita para a cabeça de Mehdi Taremi. O iraniano não desperdiça, e reduz o marcador para 3-1.

    De repente, o FC Porto tinha o ímpeto, mas foi de pouca duração. Nova abertura de Curtis Jones, desta vez para Firmino, Marcano atrapalha-se no momento de fazer o corte, Diogo Costa sai mas fica a meio caminho, e o brasileiro apenas teve que rematar para uma baliza vazia. O guarda-redes português ainda tenta evitar o golo em cima da linha, mas o relógio do árbitro apitou, e estava confirmado o 4-1.

    Firmino ainda fecha o marcador em 5-1, com um golo inicialmente anulado, mas posteriormente validade pelo VAR.

    Um novo resultado pesado para o FC Porto no Estádio do Dragão, frente ao Liverpool FC. Os portugueses mostraram, novamente, não conseguir lidar com a velocidade dos jogadores, do processo e da execução da equipa do Liverpool FC. Seguem-se dois jogos de elevada importância frente ao AC Milan, numa tentativa difícil de ainda passar em segundo no grupo B da Liga dos Campeões.

    A FIGURA
    FC Porto Liverpool FC
    Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

    Pressão do Liverpool FC – não é surpresa para ninguém. Mas continua a impressionar a forma como os reds não deixam o adversário jogar. E, por isso, mais do que destacar Salah, Mané ou Firmino que marcaram os golos, destaco todo o trabalho da equipa que permite que os craques na frente façam o seu trabalho com toda a facilidade (que de fácil não tem nada).

    O FORA DE JOGO
    FC Porto Liverpool FC
    Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

    Laterais do FC Porto – não era difícil de prever que Zaidu e Corona teriam dificuldades em lidar com Salah e Mané. Foram, ainda assim, aposta do treinador (à direita também por falta de opções), e sofreram ao longo do tempo em que estiveram em campo. Zaidu faz o erro colossal no primeiro golo, Corona perde completamente a marcação do adversário no segundo, e foram, em geral, massacrados.

    O nigeriano mostra, mais uma vez, que não tem nível para estas andanças; e Corona não consegue atuar a lateral-direito com a mesma qualidade (para além de estar claramente fora de forma).

    ANÁLISE TÁTICA – FC PORTO

    Apesar do sistema ser o mesmo dos jogos de campeonato em Portugal, o 4-4-2 apresentado por Sérgio Conceição frente ao Liverpool FC tinha, forçosamente, que ser diferente.

    Sem bola, o FC Porto tentava, numa primeira fase de construção, pressionar razoavelmente alto o adversário, baixando depois quando os reds conseguiam sair a jogar. Contudo, a transição defensiva dos azuis e brancos nem sempre era rápida o suficiente para lidar com as acelerações do adversário.

    No ataque, o clube da Invicta privilegiava um jogo mais direto, também para escapar à pressão fortíssima que o Liverpool FC imprime no seu jogo. A procura era quase sempre do lado esquerdo, onde Luis Díaz atacava no um para um com James Milner.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Diogo Costa (5)

    Jesús Corona (4)

    Fábio Cardoso (6)

    Marcano (6)

    Zaidu Zanusi (4)

    Matheus Uribe (5)

    Sérgio Oliveira (5)

    Otávio (-)

    Luis Díaz (6)

    Toni Martínez (5)

    Mehdi Taremi (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Fábio Vieira (7)

    Marko Grujic (6)

    Wendell (5)

    Vitinha (6)

    Pepê (5)

    ANÁLISE TÁTICA – LIVERPOOL FC

    O Liverpool FC mostrou no Estádio do Dragão o seu estilo habitual. Um 4-3-3 muito forte na reação à perda de bola – porventura a melhor equipa do mundo nesse momento – e com uma qualidade com bola que não fica nada atrás. Os reds procuravam construir curto a partir de trás, com muita paciência nesse momento do jogo.

    Robertson projetava-se na frente, com Curtis Jones a recuar ligeiramente para o espaço deixado aberto pelo lateral. Movimentações essas do médio inglês que foram fulcrais no jogo do Liverpool FC. Jones (ou Sadio Mané, ou Andrew Robertson) ou atraía a pressão de um jogador do FC Porto e deixava aberto, ou tinha ele próprio espaço quer para colocar o passe nalgum jogador livre, quer para progredir com a bola controlada.

    Através de Curtis e de Fabinho, o Liverpool FC conseguia sempre sair a jogar, ajudando também a superioridade numérica no meio-campo – Henderson muitas vezes livre de marcação dentro do bloco adversário.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Alisson Becker (6)

    James Milner (6)

    Joel Matip (6)

    Virgil van Dijk (7)

    Andrew Robertson (6)

    Fabinho (7)

    Jordan Henderson (6)

    Curtis Jones (8)

    Mohamed Salah (7)

    Sadio Mané (7)

    Diogo Jota (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Takumi Minamino (6)

    Joe Gomez (6)

    Roberto Firmino (7)

    Alex Oxlade-Chamberlain (-)

    Divock Origi (-)

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    FC Porto

    Não foi possível fazer perguntas a Sérgio Conceição.

    Liverpool FC

    Não foi possível fazer perguntas a Jürgen Klopp.

    Artigo revisto por Joana Mendes

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    Alexandre Matos
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