O FC Porto assumiu a liderança provisória da Liga com nova vitória, desta feita por 2-1, frente ao Paços de Ferreira. No entanto, não se pense que os três pontos desta 12.ª jornada vieram livres de suores frios.
Para uma partida tradicionalmente difícil para a equipa portista, Lopetegui acabou por optar pela matriz tática mais óbvia: apesar de o Paços ser um adversário de boa valia, como tem demonstrado ao longo da temporada, o meio-campo assumiu uma postura ofensiva, com a colocação de Rúben Neves atrás de André e Herrera, que parece ter voltado para ficar. Na frente, Brahimi e Corona repetiram a titularidade registada na Madeira, com o União, municiando Aboubakar, regressado para o lugar do castigado Osvaldo.
No entanto, o início de jogo dos dragões seria tudo menos tranquilo: à passagem do minuto oito, Bruno Moreira marcou para os ‘castores’. A defesa do FC Porto mostrou-se descuidada, esquecendo-se por completo da marcação ao avançado luso, que aproveitou para inaugurar o marcador.
O tento teve o condão de despertar a equipa da casa. A meio da primeira parte, pode dizer-se que se ia assistindo a um bom jogo de futebol. O Paços de Ferreira soube fechar-se bem nos momentos certos e injetar boas doses de veneno no contra-ataque. O FC Porto passou a controlar depois do golo sofrido, mas os problemas de jogos anteriores mantiveram-se: os últimos 25 metros revelam-se infrutíferos e parcos em ideias.
Ainda assim, aos 29 minutos, Jesús Corona fez o sexto golo (num belo movimento de classe) da conta pessoal no campeonato e restabeleceu, justamente, a igualdade.
Depois de uma entrada em campo algo adormecida da parte do FC Porto, os dragões conseguiram tomar conta das operações, ainda que, numa fase inicial, este domínio tenha sido inconsequente. A partir da meia hora de jogo, talvez mais descomplexada, a equipa de Lopetegui começou a ser mais objetiva e poderia ter chegado ao intervalo a vencer. Sinal mais para Brahimi, Layún e Corona, enquanto os centrais se mostraram algo nervosos e os médios permissivos a nível defensivo, apesar de boa desenvoltura atacante e simplicidade de processos colocada em campo.
Na segunda parte, o jogo contou pouca história. O FC Porto continuou a controlar mas demonstrou ineficácia algo aflitiva na hora de finalizar. O público do Dragão voltou a evidenciar a insatisfação acerca da prestação dos jogadores azuis e brancos e só a grande penalidade convertida por Miguel Layún, que acabaria por ser decisiva, conseguiu mascarar as falhas gravosas.
Em suma, os sinais continuam a não ser animadores. Ainda que, no Estádio do Dragão, o FC Porto acabe por chegar com maior facilidade à zona de finalização, continua a fazê-lo de modo atabalhoado e à mercê da sorte dos lances. E, claro, na hora H, o adjetivo «perdulário» continua a estar na ordem do dia dos jogadores azuis e brancos.
O próximo teste é de grau de dificuldade máximo e pode definir boa parte da época do clube da Invicta. O Chelsea de José Mourinho abre as portas de Stamford Bridge, e a vitória é praticamente obrigatória para seguir para os ‘oitavos’. Há que puxar pelos “galões”!
Figura do jogo:
Corona – 90 minutos em campo, um golo e boa dose de irreverência. Ainda que continue a perder-se em muitos lances individuais, já provou ser uma mais-valia em jogos mais “fechados” e é o novo abre-latas do Dragão, após o eclipse de Varela.
O fora-de-jogo:
Maicon – Muito intranquilo nos instantes iniciais, não foi capaz de serenar a defensiva do FC Porto, que tremeu em cada contra-ataque do Paços de Ferreira. Subiu de rendimento na segunda parte, período em que a equipa da capital do móvel praticamente deixou de existir em termos ofensivos. Terá muito que suar para voltar a conquistar um lugar ao sol.
Foto de Capa: FC Porto