O recorde foi igualado. A 15.ª vitória consecutiva foi alcançada, mas, para chegar até ela o FC Porto usou uma vez mais a estratégia do costume: dar um golo de avanço ao adversário.
Assim, pelo quarto jogo seguido a equipa de Sérgio Conceição viu-se obrigada a corrigir uma entrada em falso. É certo que o resultado final é que conta e, novamente, a turma azul e branca arrecadou os três pontos. Com três golos nos primeiros 25 minutos, o resto da partida obrigou os adeptos portistas a colocarem o comprimido debaixo da língua. Nem a entrada de Óliver Torres alavancou um dragão que queria muito passar a quadra natalícia na liderança isolada, mas que nem sempre optou pelos melhores caminhos para lá chegar.
É particularmente simples e fácil de contar a história do primeiro tempo. Comecemos pelo ambiente: Um jogo às 15 horas, a um domingo, em vésperas de Natal, tinha tudo para dar certo. E assim foi. 48 208 adeptos não faltaram à chamada e ajudaram a equipa de Sérgio Conceição e reforçar a liderança isolada do campeonato. Isto, tendo em conta que ao longo do dia, Benfica e Sporting ainda teriam de encarar desafios teoricamente complicados. A entrada da equipa, contudo, não foi a de um dragão feroz à procura de ferir e trucidar um Rio Ave que se apresentou personalizado e disposto em contrariar uma história que parecia ter um final decidido bem antes de ser escrita. Vinícius, aos 12 minutos, confirmou a tendência: este FC Porto anda com ‘tiques’ de masoquista. Um mau passe de Corona foi o tónico para que os vila-condenses aproveitassem a ausência de Maxi no lado direito da defesa para aí abrirem uma autoestrada. Gelson Dala descobriu bem o avançado brasileiro e este, no frente a frente com Casillas, só teve de contornar o guardião e atirar a contar.
Ainda assim, nada de dramas. Brahimi decidiu chamar a si todas as atenções e pegou na bola com toda a confiança. O resto… é mais um tratado daquilo a que o argelino nos habituou. Depois de servir Corona na direita correu para área para receber o cruzamento do mexicano, que fez ainda escala na cabeça de Soares antes de parar nos pés de Yacine. Tudo simples e tudo, de novo, igual, menos de quatro minutos depois. O pé, contudo, continuava no acelerador e foi, mais uma vez, a partir do corredor direito qua vantagem sorriu aos portistas. Maxi soltou em Marega que, depois de aguentar o choque com Nélson Monte tocou com categoria para o fundo das redes de Léo Jardim. Até ao final do primeiro tempo, destaque para a perdida de Corona, que tinha tudo para elevar a contagem, mas atirou ao poste.
Se o resultado não mexeu no fim da primeira parte por intermédio de Corona, o inicio da etapa complementar ficaria novamente marcado pelo desperdício do mexicano. Um cruzamento milimétrico de Brahimi, pela esquerda, encontrou ‘tecatito’ solto ao primeiro poste, que desviou por cima. O terceiro golo, da tranquilidade, não aparecia e do outro lado, o Rio Ave, ia acalentando esperanças de colocar em causa a sério vitória dos azuis e brancos. Não criaram perigo evidente, é certo, mas no ar pairou sempre a possibilidade de chegar o empate. Alex Telles teve de oferecer o corpo às balas para evitar que Tarantini fizesse o 2-2, ao deslizar pelo relvado para tirar o pão da boca ao rioavista.
Já com Óliver em campo mas sem melhorias evidentes, seria na área de Casillas que o perigo andaria novamente à solta. Vinícius segurou bem a bola e depois de fugir à marcação dos centrais rematou forte contra o corpo de Felipe. Na recarga, Coentrão atirou muito torto quando poderia ter feito bem melhor. Até ao apito final de Tiago Martins o mais perto que o Estádio do Dragão teve de entrar em êxtase aconteceu no primeiro dos cinco minutos de compensação, quando Fábio Coentrão perdeu a cabeça numa disputa com Maxi e acabou na rua. Para a história fica a certeza de que o Natal, na Invicta, é mesmo azul e branco.
ONZES INICIAIS
FC Porto: Casillas, Maxi, Felipe, Militão, Alex Telles, Danilo, Herrera, Corona (Óliver, 71’), Brahimi (Adrián, 90+1’), Marega e Soares (Hernâni, 81’).
Rio Ave FC: Léo Jardim, Matheus Reis, Nélson Monte, Buatu, Tarantini (Murilo, 79’), Schmidt, Fábio Coentrão, Nadjack, Gabrielzinho (Bruno Moreira, 87’), Gelson Dala (Jambor, 25’) e Vinícius.