FC Porto 3-0 CD Santa Clara: Lembras-te dele(s), Mário Silva?

    A CRÓNICA: «A LEI DO EX», ATRÁS E À FRENTE…

    A «lei do ex» explica-se de forma simples na gíria futebolística: um jogador marca a uma antiga equipa. Neste caso foi a duplicar, uma vez que não só um jogador marcou à antiga equipa (Zaidu), como um jogador (Fábio Vieira) marcou a um ex-treinador (Mário Silva).

    E com a magia do último (Fábio Vieira), o FC Porto venceu o CD Santa Clara por 3-0, num jogo marcado pela exibição tremenda dos jovens dragões.

    Não foram favas contadas, mas a juventude azul e branca estava pronta para resolver. Depois de uma entrada personalizada dos açorianos – seguros com bola, pressão média-alta no momento defensivo e bloco muito bem definido a encurtar espaço nas entre linhas do FC Porto – os dragões começaram a interpretar melhor os espaços e Fábio Vieira deu a premonição de que algo de bom iria acontecer.

    Na ficha de jogo era ele quem estava atrás de Evanilson, contudo, dentro de campo, Fábio Vieira estava em todo o lado e percebia-se rapidamente que o FC Porto urgia da sua inteligência para se libertar das amarras dos meio campistas do CD Santa Clara (Romão e Nené sempre muito bem posicionados na zona central do terreno).

    Primeiro, ameaçou, depois, fuzilou. Fábio Vieira, com dois tiraços de primeira, aproveitou para dar seguimento a uma exibição que, sem os golos, já estava a ser exímia. Isto tudo num espaço de três minutos (o primeiro ao minuto 38 e o segundo ao minuto 41), que permitiu ao FC Porto respirar melhor para o que seguia até final.

    Na segunda parte, viu-se (um pouco) mais do CD Santa Clara (pudera) à procura de reverter o resultado, porém sempre com muita dificuldade de contrariar um FC Porto de grande maturidade na gestão do jogo com bola. Para além disso, Diogo Costa esteve perfeito nas duas ocasiões que foi chamado a intervir – mais um da Youth League a brilhar – e manteve os dragões super seguros.

    Até final, nota de destaque para a entrada agitante de Galeno e para o golo de Zaidu à antiga equipa, que fixou as contas em 3-0 e que permite ao FC Porto distanciar-se, novamente, do Sporting CP.

    A FIGURA

    Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

    Fábio Vieira – Quem mais? Fica difícil pensar em palavras para o que este «menino» faz. Constrói, cria (muito), é um facilitador e marca com uma facilidade tremenda. Hoje, dois golos ao primeiro toque e uma magia que não passou em claro a ninguém, tendo fechado o jogo com 87% de acerto no passe.

    O FORA DE JOGO

    FC Porto x Santa Clara
    Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

    Mansur – Esteve diretamente ligado ao segundo golo do FC Porto, com um atraso terrível para Marco, sendo que, defensivamente permitiu muito espaço de ação a João Mário e Otávio, e ofensivamente pouco conseguiu fazer.

    ANÁLISE TÁTICA – FC PORTO

    A equipa orientada por Sérgio Conceição alinhou em 4-2-3-1 e, para surpresa da maioria, o 11 permaneceu o intacto em relação ao último jogo perante o Boavista, ou seja, Fábio Vieira foi opção ao invés de Taremi (e que boa opção esta).

    Localizados num bloco médio-alto, a equipa do FC Porto procurou obstruir ao máximo a construção do CD Santa Clara e, após um período inicial de alguma dificuldade, os dragões rapidamente conseguiram se instalar no meio campo açoriano. Ofensivamente os dragões apresentaram a fórmula já reconhecida, com muita variabilidade na criação e com muitos homens na zona central do campo – Pepê juntava-se muito a Evanilson – e com os laterais a darem toda a largura.

    Defensivamente, um 4-1-2-1-2, com Uribe (mais tarde Grujic) atrás de Otávio e Vitinha e depois Pepê e Evanilson na primeira fase de pressão, um pouco à frente de Fábio Vieira que se orientava conforme a bola.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Diogo Costa (7)

    João Mário (6)

    Pepe (6)

    Mbemba (6)

    Zaidu (7)

    Uribe (5)

    Vitinha (7)

    Otávio (6)

    Pepê (6)

    Fábio Vieira (9)

    Evanilson (4)

    SUBS UTILIZADOS

    Galeno (7)

    Francisco Conceição (5)

    Grujic (6)

    Taremi (5)

    ANÁLISE TÁTICA – CD SANTA CLARA

    Os «pupilos» de Mário Silva alinharam num 4-3-3, que variava num 4-4-2 no momento defensivo de muita personalidade e que até permitiu alguns momentos de bravura ofensiva, colocando o FC Porto em sentinela.

    O CD Santa Clara procurou defender num 4-4-2 de pressão média-alta, obrigando o FC Porto a pensar o jogo mais rápido, e a retardar a criação de jogo azul e branca. Nota para a presença de Lincoln numa zona mais avançada do terreno neste 4-4-2, ao lado de Rui Costa, saltando depois para o meio campo em organização ofensiva.

    Ofensivamente, não se viu a melhor faceta deste CD Santa Clara, que pouca vezes conseguiu criar ruturas na defensiva do FC Porto, e apenas ocasionalmente conseguiu explorar a profundidade e o espaço deixado por João Mário e Zaidu.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Marco Pereira (6)

    Rafael Ramos (6)

    Cristian Tassano (6)

    Kennedy Boateng (6)

    Mansur (4)

    Júlio Romão  (6)

    Nené (6)

    Lincoln (5)

    Allano (6)

    Ricardinho (6)

    Rui Costa (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Pierre Sagna (5)

    Óscar Barreto (5)

    Kyosuke Tagawa (6)

    Pipe Gómez (6)

    Rúben Oliveira (5)

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    FC Porto

    Sérgio Conceição não compareceu à conferência de imprensa

    CD Santa Clara

    BnR: Boa noite mister, eu gostaria o que é que pretendeu com a organização em 4-4-2, daquela primeira fase de pressão com o Lincoln e o Rui Costa e se sentiu satisfeito apesar dos três golos sofridos com a exibição da equipa no global, especialmente no momento defensivo, e o que é que achou que quebrou o que foi planeado?

    Mário Silva: “Sim, como disse antes, o que acabou por quebrar foi termos sofrido dois golos da forma como sofremos e em bola parada e o outro logo a seguir num erro. Em relação à pressão, nós normalmente pressionamos, seja contra equipas que joguem com uma construção a três, ou equipas que joguem com uma construção a dois, nós normalmente temos como timing de pressão um segundo corredor. Normalmente, nós no primeiro corredor fazemos basculação e no segundo aproveitamos para fazer a pressão, agora sabemos que, mesmo estando afinados que FC Porto tem jogadores que, num momento para o outro, podem desbloquear. O nosso objetivo em termos de processo defensivo para este jogo, era estar em bloco médio, e depois quando o FC Porto pisasse zonas que nós achavamos importante pressionar, pressionávamos. E depois o nosso objetivo era reagrupar o mais rápido possível em equipa e ficar novamente em bloco para ter condições para pressionar outra vez. Agora, é muito difícil contra equipas que têm muita qualidade”.

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    Diogo Silva
    Diogo Silvahttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo lembra-se de seguir futebol religiosamente desde que nasceu, e de se apaixonar pelo basquetebol assim que começou a praticar a modalidade (prática que durou uma década). O diálogo desportivo, nas longas viagens de carro com o pai, fez o Diogo sonhar com um jornalismo apaixonado e virtuoso.