FC Porto 3-2 FC Famalicão: Foi preciso uma tempestade para haver bonança

    A CRÓNICA: JOGO DE NERVOS COLOCOU FC FAMALICÃO PERTO DO SONHO – NO FIM A ALMA DO FC PORTO PREVALECEU

    Podem reservar nos vossos calendários: no dia seis de junho, vai haver duelo entre SC Braga e FC Porto para apurar o vencedor da Taça de Portugal. Para tal acontecer, os dragões precisaram de sofrer, mas conseguiram mesmo alcançar o seu objetivo. Os azuis e brancos partiam para o jogo desta quinta com uma vantagem de 1-2 fruto da vitória em Famalicão, e apesar de hoje se terem visto a perder pelos mesmos números – num jogo que foi mesmo a prolongamento -, acabaram por sorrir com uma vitória por 3-2. Sobre o jogo:

    O espetador mais distraído ou desatento poderia achar que a final da taça era um dado garantido para o FC Porto, no entanto o FC Famalicão entrou com vontade de mostrar que estavam enganados. Os famalicenses entraram com a lição muito bem estudada, a pressionar de forma orientada e a conseguir recuperar bolas. A segunda mão prometia ser diferente da primeira.

    Era visível que os comandados de João Pedro Sousa mexiam-se com propósito, no plano ofensivo a procurar diagonais longas, quem sabe na esperança de que os laterais portistas estivessem distraídos. Posicionalmente, o FC Porto procurava circular a bola e cansar o adversário. Como é do seu apanágio, Otávio espalhava-se um pouco por todo o campo a dar linhas de passe, ajudando a equipa a ter soluções.

    Ao minuto 20, Jhonder Cádiz fez o primeiro golo da partida, na sequência de um lance de bola parada e igualou a eliminatória. Essa igualdade foi sol de pouca dura, uma vez que aos 28 minutos Galeno, de grande penalidade, empatou o jogo e colocou de novo os dragões na dianteira do agregado.

    Foi a história da primeira parte. Na segunda, não se pode dizer que a narrativa tenha mudado. O conjunto de Famalicão continuava a tentar marcar, o FC Porto tinha a mesma intenção, para dar mais tranquilidade. Os azuis e brancos aumentaram os níveis de intensidade em relação à primeira parte, com mais agressividade sem bola, ainda assim, sem ser suficiente para se superiorizar de forma notória ao seu adversário. A equipa visitante tentou sempre inverter o rumo dos acontecimentos.

    Tentou, tentou…e conseguiu. Com 15 minutos para jogar, Iván Jaime (quem mais poderia ser) recebeu na meia esquerda, conduziu ligeiramente para dentro e chutou com classe para o primeiro poste, batendo Cláudio Ramos. 1-2 a beneficiar o FC Famalicão, eliminatória empatada a três. Como nenhuma das equipas voltou a marcar, o jogo foi para prolongamento.

    Num estado de ansiedade e de expetativa, Otávio tira da cartola um autêntico golão, quando já nada fazia prever, aos 119 minutos e empatou o jogo, devolvendo a vantagem da eliminatória. Esse golo teve o feito de embalar os portistas, que voltariam a marcar, no último lance do jogo, por Evanilson, garantindo então a já mencionada final da taça, onde defrontará SC Braga.

    O FC Famalicão bateu-se bem, no entanto fica pelo caminho. Apesar disso, no campeonato há ainda a possibilidade de acreditar com presença europeia, uma vez que a distância para Vitória SC e FC Arouca ainda é alcançável. Com João Pedro Sousa, os famalicenses tem tido muitos motivos para acreditar.

    Nota para a situação Pepe-Colombatto, na qual o internacional português acusou o jogador argentino de lhe dirigido insultos racistas.

    A FIGURA

    Iván Jaime – Jesus. Cada toque na bola parecia quase como poesia, onde só queremos continuar a ler e ver no que dá. É a cara deste FC Famalicão e é um jogador divinal. É um regalo ver o mago espanhol a jogar, que para além de desconcertante com bola no pé, também brindou a sua equipa com um golo. Não foi suficiente para a sua equipa vencer, mas fica o registo de uma exibição superlativa.

    O FORA DE JOGO

    Wenderson Galeno – Jogo solitário. Tentou remar contra a maré em lances de um para um, mas encontrou em Penetra um adversário difícil de ultrapassar. É uma exibição cinzenta, com ineficácia ofensiva.

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    FC Porto

    Não foi possível colocar qualquer questão ao técnico do FC Porto, Sérgio Conceição

    FC Famalicão

    BnR: Contra um adversário forte, como o FC Porto, o Famalicão esteve na luta e a disputar a eliminatória até ao fim. Deve-se, de alguma forma, ao manter da sua identidade, ou deve-se também de certa forma ao juntar a este fator explorar alguma fraqueza no jogo do adversário?

    João Pedro Sousa: Com uma equipa deste nível temos que ter sempre muita atenção. Eu tenho muito orgulho nos nossos jogadores, os posicionamentos foram os mesmos, só um apontamento relação ao processo defensivo, de resto fomos iguais ao que temos sido, vamos ser sempre assim. Os jogadores gostaram e aceitaram a proposta de trabalho que apresentámos e isso tem-nos levado a mais vitórias, a bons jogos, o coletivo está mais forte e a individualidade está mais forte.

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    Fernando Coelho
    Fernando Coelho
    Jogador de futsal amador, treinador de bancada profissional. A aprender diariamente, acredita que o desporto pode ser diferente. Escreve com acordo ortográfico.