FC Porto 3-2 FC Famalicão: Vitória portista coloca pressão em Leões

    A CRÓNICA: INÍCIOS DE CADA METADE A DAREM VITÓRIA AOS DRAGÕES

    Com apenas cinco partidas para o fim da Primeira Liga 2020/2021, o título está cada vez mais longe para o FC Porto, especialmente depois de na última jornada ter-se deixado empatar contra o Moreirense FC, enquanto que o Sporting CP conseguiu batalhar para deixar para trás o SC Braga. À jornada 30, os Dragões receberam o FC Famalicão na esperança de manter ainda a chama viva.

    Já os famalicenses estão a fazer uma boa recuperação sob a alçada de Ivo Vieira, mas não estão ainda livres da luta pela manutenção. Apenas três pontos separam os minhotos do Boavista FC, 16.º classificado, que disputa playoff com o terceiro da Segunda Liga. Apesar do bom momento, o FC Famalicão vem de um empate na última jornada contra o CD Tondela, numa partida em que liderava por dois golos a zero.

    O FC Porto começou o jogo claramente por cima, e não demorou a chegar ao primeiro golo. Aos 9′, Tecatito Corona encontra a desmarcação de Mehdi Taremi entre Riccieli e Figueiras, e o iraniano, já na área, toca de cabeça para Toni Martínez. O avançado, sem qualquer oposição direta por parte da defesa famalicense, fuzilou a bola para o fundo das redes do adversário. Estava feito o primeiro da partida.

    Os Dragões continuaram com maior controlo da partida, mas mais pela sua transição defensiva que a organização ofensiva. Com muita posse, mas inconsequente, os azuis e brancos destacavam-se pela forma como pressionavam a saída de bola do FC Famalicão, que teve grandes dificuldades em criar jogo da forma que Ivo Vieira deseja nas suas equipas.

    Ainda assim, quase no final dos primeiros 45′, num dos poucos ataques dos minhotos, Iván Jaime ganha uma falta à entrada da área. Ivo Rodrigues, ex-FC Porto, remata com peso, jeito e medida para a baliza defendida por Marchesín, que não se mexeu, apesar da bola entrar quase ao meio da baliza. A primeira parte acabou assim com o marcador empatado a um golo.

    A segunda metade começou na mesmo linha, com o FC Porto por cima da partida. A equipa teve uma primeira oportunidade aos 54′, com um remate de Uribe depois de boa jogada de Toni Martínez, mas foi aos 60′ que fez mexer o placard do resultado. Diogo Queirós faz falta sobre Mehdi Taremi dentro da área famalicense, e Nuno Almeida aponta para a marca de grande penalidade. O próprio assume a marcação, e consegue enganar Luiz Júnior e voltar a colocar os azuis e brancos na frente da partida.

    O FC Famalicão tentou reagir, com as entradas de Heriberto e Kraev, e, apesar de ter melhorado ligeiramente, continuava sem conseguir chegar à área de Marche com perigo. Com poucas oportunidades para cada lado, foi através de um livre lateral que o FC Porto fechou praticamente com as contas da partida. Otávio levanta para junto da baliza, e Marko Grujic salta mais alto que a concorrência e cabeceia a bola com força e precisão para o 3-1.

    Ainda assim, o FC Famalicão ainda agitou a partida nos minutos finais, com um golo de Anderson aos 90+1′. O avançado aproveitou alguma confusão na área portista, com vários ressaltos, e empurrou a bola para o fundo da baliza de Marchesín. Os famalicenses forçaram o empate no minutos finais, com alguma aproximações perigosas em sucessivos cantos, mas sem sucesso.

    Sem impressionar em demasia, o FC Porto saiu triunfante da partida frente ao FC Famalicão com uma vitória por 3-2.

     

    A FIGURA
    FC Porto
    Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

    Mehdi Taremi – o iraniano fez duas funções ao longo dos 82 minutos que realizou, a de extremo interior a partir da esquerda na primeira metade, e a de segundo avançado na segunda, e mostrou a sua qualidade em cada um destes. Jogou e fez jogar, com assistência para Toni Martínez abrir o marcador, e o penálti ganho e convertido. Fez ainda boas combinações no resto da partida, estando sempre disposto a dar apoios à equipa para esta progredir no campo.

    O FORA DE JOGO
    Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

    Ataque famalicense – o FC Famalicão quase nunca foi capaz de importunar a defesa portista, com Iván Jaime a falso nove a ficar demasiadas vezes isolado, e os extremos com pouca facilidade em desequilibrar. O ataque estava também com alguma falta de profundidade, com nenhum jogador a fazer desmarcações para além da defesa portista.

     

    ANÁLISE TÁTICA – FC PORTO

    Contrariamente àquilo que se pensava antes do apito inicial, o FC Porto alinhou num sistema que variava entre o 4-3-3 e o 4-2-3-1, e não o de dois avançados mais utilizado pela equipa técnica liderada por Sérgio Conceição e representada por Vítor Bruno na partida frente ao FC Famalicão.

    Assim, Taremi fazia o papel de avançado interior a partir da esquerda, com Toni Martínez como avançado puro na frente, e Francisco Conceição mais encostado à linha no flanco direito. Otávio era o médio mais avançado, funcionando tanto como “10” ou médio interior dependendo do posicionamento dos restante médios. Estes eram Uribe e Grujic, com os dois a revezarem-se a descer para o meio dos centrais na primeira fase de construção.

    Com este sistema, o FC Porto, com mais bola, tentava ligar através de jogo interior, mas a pouca dinâmica no meio-campo e com Taremi fazia com que a circulação de bola fosse feita essencialmente entre os centrais e o médio que recuava mais.

    Contudo, na segunda metade, entrou Luis Díaz para o lugar de Francisco Conceição, e a equipa voltou ao habitual 4-4-2. O FC Porto ganhou mais verticalidade e passou a jogar com uma maior urgência de chegar ao último terço contrário.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Marchesín (6)

    Tecatito Corona (-)

    Mbemba (6)

    Diogo Leite (6)

    Manafá (5)

    Matheus Uribe (6)

    Marko Grujic (7)

    Francisco Conceição (6)

    Otávio (6)

    Mehdi Taremi (8)

    Toni Martínez (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Zaidu (5)

    Luis Díaz (6)

    Sérgio Oliveira (6)

    Moussa Marega (-)

    Fábio Vieira (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – FC FAMALICÃO

    Ivo Vieira lançou a sua equipa para o campo no seu habitual 4-3-3. Como também tem sido normal, o meio-campo era composto por Gustavo Assunção como pivô, Pêpê Rodrigues e Ugarte como interiores. Sem bola, o brasileiro aproximava-se bastante da linha defensiva, com os restantes a estarem responsáveis pela pressão.

    Com bola, o português era o interior que mais se aproximava do trinco, devido à sua maior capacidade de retenção e passe, aliado também à forte resistência à pressão. Ugarte avançava um pouco mais, posicionando-se numa zona onde podia receber de frente e partir numa progressão perigosa. Ainda assim, os famalicenses tiveram bastantes dificuldades nesta fase de saída de bola, com poucas saídas com sucesso em organização ofensiva.

    Na frente, os dois extremos, Ivo Rodrigues e Gil Dias, mantinham-se bastante abertos, para permitir aberturas com variações do flanco de jogo, esticando a defesa portista ao máximo. Devido a isso, os laterais não se projetavam muito no ataque, e quando o faziam não era incomum vê-los a aparecer mais por dentro, tentando arrastar marcações dos médios portistas. Iván Jaime, a atuar como falso nove, teve sempre bastantes dificuldades em ter jogo nos pés, onde consegue fazer a diferença, e acabou por não ser feliz.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Luiz Júnior (6)

    Diogo Figueiras (4)

    Riccieli (6)

    Diogo Queirós (5)

    Carvin Verdonk (5)

    Gustavo Assunção (6)

    Manuel Ugarte (6)

    Pêpê Rodrigues (6)

    Ivo Rodrigues (6)

    Gil Dias (6)

    Iván Jaime (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Heriberto (5)

    Kraev (5)

    Valenzuela (5)

    Anderson Oliveira (6)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    FC Porto

    O FC Porto não compareceu na conferência de imprensa.

    FC Famalicão

    Não foi possível fazer perguntas ao técnico do FC Famalicão, Ivo Vieira.

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    Alexandre Matos
    Alexandre Matoshttp://www.bolanarede.pt
    O Alexandre é um jovem que estuda Ciências da Comunicação no Porto. Apaixonado por tudo o que seja desporto, encontra a sua maior obsessão no futebol. Como não tinha grande jeito para jogar, decidiu que o melhor era apostar no jornalismo desportivo. Amante incondicional de bom futebol, não tem medo de dar a sua opinião nem de ser polémico. Sendo qualidades inerentes à profissão que deseja exercer no futuro, rege-se pela imparcialidade e pelo critério jornalístico na sua escrita.