FC Porto 5-0 Moreirense FC: Com os “miúdos” também dá para golear

    A CRÓNICA: SEGUNDA METADE RECHEADA DE GOLOS 

    A última partida de verão no Estádio do Dragão viu opor-se o FC Porto de Sérgio Conceição ao Moreirense FC de João Henriques. Azuis e brancos à procura de voltar às vitórias depois de dois empates, enquanto que os verdes e brancos (vestidos de preto no dia) perseguiam ainda a primeira vitória da Primeira Liga 2021/2022.

    O treinador portista fez alinhar vários jovens da formação (foi aliás a primeira que vez que 4 vencedores da UEFA Youth League estiveram em campo ao mesmo tempo), e as características dos mesmos foi notória no rumo da partida.

    O FC Porto teve toda a iniciativa no primeiros 45 minutos, com Uribe mas principalmente Vitinha a terem muita boa e a comandar os ataques portistas.

    Mas os visitantes queriam também incomodar os dragões, com momentos de pressão alta e muitos contra-ataques rápidos pelos flancos.

    Sem grande oportunidades ao longo da primeira metade, foi aos 37′ que Vitinha, o jovem médio oriunda da formação azul e branca, desbloqueia a defesa compacta dos de Cónegos, com um bom drible e passe para Fábio Vieira dentro da área. A bola volta a ressaltar para o Vítor Ferreira, que remata à baliza.

    A bola é prensada num jogador adversário, encontrando a direção de Mehdi Taremi. Mas antes que o iraniano pudesse fazer gosto ao pé, Paulinho, lateral-direito do Moreirense FC, faz falta sobre o avançado.

    António Nobre aponta para a marca de grande penalidade, decisão essa validada pelo VAR. Foi precisamente Taremi a assumir a responsabilidade, e, com um remate poderoso e colocado, coloca o FC Porto na frente da partida com o seu segundo golo da temporada.

    Terminou assim a primeira parte com 63% de posse de bola para os da casa, mas apenas com dois remates enquadrados com a baliza (ambos para o FC Porto).

    Se na primeira metade o domínio dos dragões existiu mas as ocasiões não, a segunda veio trazer muitas alegrias aos 14009 portistas nas bancadas.

    As redes defendidas por Mateus Pasinato abanaram pela primeira vez nos segundos 45′ logo ao minuto 51. Um mau passe na primeira fase de construção do Moreirense FC levou a intercepção de Fábio Vieira, que toca de imediato para Luis Díaz. O colombiano arranca com velocidade e não vacila em frente ao guarda-redes adversário.

    O terceiro, numa longa segunda parte para os minhotos, surge num contra-ataque no seguimento de um canto. Vitinha a lançar, Fábio Vieira no último passe, e, quem mais poderia ser, Luis Díaz novamente na finalização.

    Um jogo já fechado mas que contou ainda com mais dois golos. Taremi não quis ficar atrás de Díaz e fez também o seu bis. Vitinha remata de fora da área, Mateus Pasinato não só não consegue agarrar como deixa a bola redondinha nos pés do avançado iraniano, que pica sobre o guardião e faz o toque final para o 4-0.

    Já com muitas mudanças, e uma ovação especial (e merecida) do Dragão para Luis Díaz, Fábio Vieira volta a fazer maravilhas com a sua definição de última passe, e faz um cruzamento milimétrico para Pepê, recém-entrado no jogo, colocar também o seu nome da ficha de jogo.

    Uma partida de um sentido apenas, com muito pouco Moreirense FC, e com Vitinha, Fábio Vieira e Luis Díaz em grande destaque no FC Porto.

    A FIGURA
    Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

    Fábio Vieira – o jovem médio aproveitou ao máximo a sua primeira titularidade da época. A jogar atrás do avançado, o jovem médio foi crucial, principalmente na segunda metade, a lançar os homens-golo do FC Porto. Três assistência, duas para Luis Díaz e uma para Pepê ajudaram (e muito) a consagrar a goleada portista no Estádio do Dragão.

    O FORA DE JOGO
    Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

    Mateus Pasinato – fica muito mal na fotografia em dois dos golos do adversário – o segundo e o quarto – com um passe falhado para uma zona proibida, e depois com uma defesa para a frente, diretamente para os pés de Taremi. Continua a mostrar debilidades no jogo com os pés, e não inspira confiança à defesa à sua frente. Para pôr sal na ferida, continua a ser desprestigiante para o futebol português haver um guarda-redes que, nos primeiros minutos e ainda com 0-0 no marcador, perca todo o tempo possível nos pontapés de baliza.

    ANÁLISE TÁTICA – FC PORTO

    Com a mesma estrutura base, mas com intervenientes diferentes, o FC Porto manteve algumas das suas dinâmicas habituais, mas com algumas nuances táticas. No processo defensivo, o mesmo 4-4-2 que vemos com Sérgio Conceição – Fábio Vieira aproximava-se de Taremi para fazer a primeira linha de pressão.

    Já no ataque, Fábio, um jogador incomparável com, por exemplo, Toni Martínez, recuava no terreno para povoar a zona entrelinhas. Otávio a partir da direita tinha completa liberdade de movimentos, e dava toda a largura do flanco ao jovem João Mário. Na dupla de meio-campo, Vitinha assumia mais as despesas da construção de jogo, com mais toques, passes e progressões que Uribe. O colombiano estava mais preocupado em defender, principalmente na transição defensiva portista.

    O estreante no onze, Wendell, assumiu a posição de lateral-esquerdo e, como Conceição nos tem habituado também, posicionava-se de forma mais recuada na primeira fase de construção, com Díaz aberto no flanco à sua frente, e apenas subia quando, ultrapassada a primeira linha de pressão do Moreirense FC, o colombiano aproximava-se mais de Taremi na frente.

    Com apenas um avançado puro no onze, era precisamente Luis Díaz encarregue de fazer mais movimentos para a área adversária.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Diogo Costa (6)

    João Mário (6)

    Mbemba (6)

    Marcano (5)

    Wendell (6)

    Matheus Uribe (6)

    Vitinha (8)

    Otávio (6)

    Fábio Vieira (8)

    Luis Díaz (8)

    Mehdi Taremi (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Pepê (7)

    Francisco Conceição (6)

    Jesús Corona (6)

    Evanilson (-)

    Marko Grujic (-)

    ANÁLISE TÁTICA – MOREIRENSE FC

    O Moreirense FC chegou ao Estádio do Dragão a não querer ser um adversário fácil de bater. Mas não ao colocar onze homens atrás da linha da bola, mas sim a tentar condicionar o jogo do FC Porto, com uma pressão muito alta nos pontapés de baliza de Diogo Costa – obrigando muitas vezes o guarda-redes a bater longo.

    Apenas quando os dragões conseguiam sair a jogar é que o bloco em 4-4-2 dos minhotos descia. Ainda assim, João Henriques pretendia que a sua equipa não baixasse em demasia, mas sim em bloco médio-baixo.

    Com bola, o Moreirense FC procurava quase sempre que podia as saídas rápidas. Nesses momentos, era evidente a procura das costas do laterais portistas, com uma tentativa de sobrecarregar os flancos. Tal era mais evidente pela esquerda, com muitas incursões ofensivas de Abdu Conté. Os verdes e brancos acumulavam vários jogadores do mesmo lado – extremo e lateral, sendo comum também o avançado e médio-interior do lado da bola descaírem – para tentar ganhar superioridade númerica quando os azuis e brancos atacavam com números.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Mateus Pasinato (5)

    Paulinho (5)

    Lazar Rosic (6)

    Artur Jorge (6)

    Abdu Conté (6)

    Fábio Pacheco (5)

    Ibrahima Camará (5)

    Gonçalo Franco (6)

    Walterson Silva (5)

    Felipe Pires (5)

    Rafael Martins (4)

    SUBS UTILIZADOS

    Yan Matheus (6)

    Sori Mané (5)

    Filipe Soares (5)

    André Luís (-)

    Ismael (-)

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    FC Porto

    Não foi possível fazer perguntas a Sérgio Conceição.

    Moreirense FC

    BnR: Pareceu-me evidente que a forma que encontrou para atacar o FC Porto era pelas costas dos laterais, tentando sobrecarregar um dos lados. Principalmente no seu lado esquerdo, com João Mário a subir muito no terreno e Otávio com muita liberdade posicional. Perguntava-lhe se era esta a principal estratégia ofensiva da sua equipa e se achou que, ainda assim, teve alguns resultados.

    João Henriques: Sim, como disse foi bem identificado. Aconteceu na primeira parte, e depois não aconteceu na segunda. Era deixar os centrais jogar, e cair nos dois médios logo que a bola entrasse neles. Conseguimos nalguns lances atacar de frente os centrais e com o espaço atrás dos laterais abertos. Mas faltou algum critério na definição dos lances, só com algumas situações de bola parada. Mas se na primeira parte ainda conseguimos um pouco disso, na segunda não foi nada mesmo.

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    Alexandre Matos
    Alexandre Matoshttp://www.bolanarede.pt
    O Alexandre é um jovem que estuda Ciências da Comunicação no Porto. Apaixonado por tudo o que seja desporto, encontra a sua maior obsessão no futebol. Como não tinha grande jeito para jogar, decidiu que o melhor era apostar no jornalismo desportivo. Amante incondicional de bom futebol, não tem medo de dar a sua opinião nem de ser polémico. Sendo qualidades inerentes à profissão que deseja exercer no futuro, rege-se pela imparcialidade e pelo critério jornalístico na sua escrita.