FC Porto: Dúvidas no arranque da época

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    Se existem inícios de época exigentes, o do Futebol Clube do Porto é um deles! E começa já esta sexta-feira, dia 20. Os comandados de Lopetegui poderão demonstrar aos seus adeptos in loco aquilo que fabricaram em laboratório. E não se avizinha tarefa fácil! O Marítimo, uma equipa tradicionalmente complicada e que mudou de treinador esta época, promete vir ao Dragão disputar os três pontos. Volvidos apenas cinco dias os azuis-e-brancos têm, em França, um jogo que ajudará a determinar o (in)sucesso do grande investimento feito esta época. E não é contra uma equipa qualquer, é contra o campeão “do seu campeonato” francês (sabendo que PSG e Mónaco estão numa liga “à parte”): o Lille. Como se não fosse suficiente, entre as duas mãos da eliminatória com os franceses, temos ainda uma sempre complicada deslocação à capital do móvel, Paços de Ferreira, para defrontar a equipa do ex-timoneiro dos Dragões, Paulo Fonseca, que está de regresso a uma casa de onde nunca deveria ter saído.

    Estes quatro jogos irão certamente determinar em que ponto de organização e concentração (principalmente defensiva) se apresentará o Porto sob o comando de Lopetegui. E é precisamente nesse sector que estou um pouco preocupado: ainda não vejo um quarteto defensivo que apresente todas as garantias que o meio-campo e ataque dão. A chegada de Marcano, sobre quem sinceramente não posso opinar por apenas saber que vem rotulado de “central goleador e muito forte no jogo aéreo”, é mais uma escolha de Lopetegui e supostamente irá trazer a experiência que tem faltado ao onze azul-e-branco. Com isto, Maicon será certamente relegado para o banco de suplentes (não acredito que o espanhol venha para ser segunda escolha) e a defesa será composta por Alex Sandro, Martins Indi, Marcano e Danilo.

    Marcano chegou para lutar pela titularidade  Fonte: Lusogolo
    Marcano chegou para lutar pela titularidade
    Fonte: Lusogolo

    Marcano, apesar de ainda jovem para adquirir a maturidade máxima para a posição, é um jogador que já disputou a Liga dos Campeões e de quem só posso esperar muito. Com muita pena minha, até porque gosto do jogador, Maicon terá o destino que lhe antevi num texto anterior: o banco de suplentes. Ao brasileiro faltam-lhe ainda pequenas coisas que um central do Porto necessita: concentração durante os 90 minutos e assertividade na forma de sair a jogar. Insiste em jogar longo quando já se viu que não tem a capacidade técnica para fazer um passe em profundidade em condições (isso contra o WBA foi por demais evidente) e cada vez que tenta fazer um passe interior arrepia. A incursão de mercado por mais um central não podia vir mais ao encontro daquilo que acabei de dizer. Martins Indi será o nosso grande esteio defensivo (o “Mangala do Barreiro”, uns centímetros mais baixo) e só espero que lesões não o atormentem, como o têm feito nesta pré-epoca. Não sei até que ponto jogará com o Marítimo, de forma a estar a 100% para o primeiro jogo europeu.

    Por outro lado, gostava muito de saber o que vai na cabeça de Lopetegui quanto à posição mais recuada no terreno: Fabiano ou Andrés? Gostei muito do que vi do espanhol no jogo com o WBA – um grande sentido posicional, certo no jogo com os pés (uma das virtudes que o técnico exige dos guarda-redes) e muito rápido a sair dos postes que lhe valeram duas excelentes intervenções. Mas Fabiano tem estatuto no plantel e fez toda a pré-época com os restantes companheiros, o que lhe poderá valer a titularidade, pelo menos inicialmente. Certo é que o brasileiro tem um défice no jogo de pés, e veremos até que ponto isso não lhe custará o lugar no onze. Parece-me que mesmo com a anunciada saída de Helton estamos na presença de dois grandes guarda-redes, e que podem oferecer diferentes coisas, consoante o tipo de jogo.

    Andrés Fernandez também pode espreitar um lugar no onze de Lopetegui  Fonte: fcporto.pt
    Andrés Fernandez também pode espreitar um lugar no onze de Lopetegui
    Fonte: fcporto.pt

    Para zonas mais avançadas do terreno, ainda que me pareça que falta um ponta-de-lança para a fazer sombra a Jackson (Ghilas não conta, Gimenéz já foi para Madrid e Sami, que gosto muito, parece não convencer Lopetegui) penso que as dores de cabeça do timoneiro dos dragões passam apenas pelo posicionamento de Brahimi e a inclusão de Quaresma ou Oliver, isto porque o argelino tem demonstrado ser mais útil na zona central do terreno e, caso jogue ai, não me parece que o jovem espanhol seja mais adequado que Quaresma para jogar numa das alas do ataque. Ainda assim, penso que jogaremos com Oliver no apoio aos consolidados Rúben Neves e Herrera, com o Mustang a começar de início em detrimento de Brahimi e este a ser a primeira “arma secreta” a saltar para o xadrez dos azuis quando o treinador assim o entender.

    Bem, levante-se a cortina do futebol português novamente e dê-se início a mais uma época desportiva. Somos Porto, somos uma equipa guerreira e vamos vencer!

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