FC Porto: os problemas do setor ofensivo com Marega à cabeça

    O FC Porto está a passar por uma fase preocupante, de acordo com os resultados das últimas partidas e principalmente pelas exibições realizadas no campeonato português. É o pior arranque do século na principal prova nacional e a pior fase da era Conceição e o que torna este cenário incompreensível é o facto de a equipa ter mudado poucas peças, ter mantido a maior parte dos titulares da temporada passada, como Marega, Luís Diaz ou Corona, e ainda se ter reforçado bem no mercado. Ou talvez esteja aqui o problema…

    Os azuis e brancos conseguiram manter várias das principais armas da época passada, que resultou em dobradinha portista, no entanto, perdeu dois pilares de relevância acentuada. Alex Telles era talvez o jogador mais importante do conjunto, devido à capacidade oferecida nas duas frentes, com nota especial para as bolas paradas.

    Danilo Pereira podia estar com menos vontade, embora fosse uma figura importantíssima, no que toca ao peso de balneário e no equilíbrio garantido dentro de campo, veja-se agora as exibições de peso no Paris SG.

    Ainda a acrescentar aos fatores justificantes deste assombro azul e branco, verificam-se problemas de entrosamento dos reforços às ideias do treinador, sem que nenhum conseguisse mostrar realmente o seu valor. Na época transata o cenário repetia-se, contudo, a reviravolta deu-se atempadamente, visto que à 3ª jornada o clube triunfou categoricamente na Luz e com destaque para exibições de alto nível de uma série de reforços, como Luis Díaz, Uribe e Marchesín.

    Este ano parece haver menos entendimento das ideias do treinador e vai ser necessário muito trabalho para o grupo se tornar consistente, pois foi essa consistência que valeu os títulos conquistados na temporada passada.

    Além de o técnico portista ainda não ter encontrado uma estrutura sólida, ainda que o calendário não ajude, as alterações constantes de jogadores e sistema não beneficiam de todo o clube, pois a tarefa torna-se mais complicada quando se alternam quatro, cinco peças por jogo, sendo que várias delas são recém-chegados ao clube.

    O setor que mais tem sofrido com essa estratégia é o ofensivo. A frente de ataque portista passa sistematicamente por rotações e com pouco critério de escolha, algo que nunca aconteceu com Sérgio Conceição. Neste momento, ainda não acertou com os avançados e testar novas dinâmicas já custou pontos à equipa.

    Ao que tudo indicava, houve uma evolução tremenda a nível de qualidade nas opções para avançado e, até à data, ainda nenhuma delas foi comprovada, mesmo que todos já tenham demonstrado boas indicações. Sérgio Conceição parece ter um problema em mãos, que já era antevisto antes do começo do campeonato, quando terminou a última temporada a jogar em 4-2-3-1, e com a contratação de três avançados mais a continuidade de Marega só vinha complicar as contas desse sistema, por tornar-se difícil gerir a motivação desses jogadores, deixando três deles no banco. Com a colocação de dois avançados, desperdiça-se igualmente qualidade nos flancos, pois de Felipe Anderson, Luis Díaz e Otávio só jogaria um.

    Nas partidas contra o Manchester City e  Olympiacos, na Champions, o FC Porto alinhou com Marega na frente, ou seja, apenas um avançado.
    Alex Telles e Danilo foram perdas muito importantes para o FC Porto
    Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

    Veja-se a rotatividade das últimas partidas. Nas partidas contra o Manchester City e  Olympiacos, na Champions, o FC Porto alinhou com Marega na frente, ou seja, apenas um avançado. Contra o Gil Vicente, na última semana, Toni Martínez e Evanilson foram as opções iniciais e o brasileiro até foi o herói da partida. O espanhol acabou por sair ao intervalo. Esta semana contra o Paços de Ferreira, Evanilson voltou a ser opção, contudo Marega não jogou na frente, mas sim a extremo, com a presença de quatro médios de raíz, sem conseguir dar largura. O maliano passou o jogo todo desapoiado e não conseguiu criar perigo nem criar qualquer tipo de desequilíbrio. Neste caso, o problema nem passou tanto pelos avançados, mas sim pelo afunilamento de bola no corredor central, com pouca largura oferecida nas alas e com uma passividade tremenda na transição defensiva.

    Dos avançados portistas, o único nome não mencionado até ao momento foi Taremi, o ponta-de-lança que marcou 18 golos no campeonato português ao serviço do Rio Ave em 2019/2020. O iraniano foi suplente utilizado em todas as partidas desde o início da época, contudo, ainda não foi opção inicial quando já demonstrou ser um avançado à medida das ideias de Sérgio Conceição, que mantém preferência por Marega. Contra o Braga, jogou apenas quatro minutos, e na primeira vez que tocou na bola conquistou um penálti. Contra o Sporting, criou perigo mais do que uma vez, com poucos toques na bola. É irreal pensar que talvez o mais bem-preparado para este desafio é o número 9 menos explorado dos presentes.

    Sérgio Conceição obviamente sabe melhor do que qualquer um o rendimento esperado de cada um destes jogadores, no entanto, com os resultados à vista, mesmo sendo muito cedo para tirar conclusões, a gestão do plantel não tem sido a mais famosa e espera-se a cimentação de uma estrutura o mais rápido possível, ou a recuperação pontual terá um grau de dificuldade acrescido.

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    João Pedro Rocha
    João Pedro Rochahttp://www.bolanarede.pt
    João é de Espinho, no norte de Portugal, é licenciado em Ciências da Comunicação e tem o objetivo de singrar no jornalismo desportivo. É um apaixonado pelo futebol e acompanha o desporto desde tenra idade, principalmente o campeonato português, as top 5 ligas e as competições europeias. Tem o tiki-taka de Pep Guardiola como referência futebolística.                                                                                                                                                 O João escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.