FC Vizela 0-4 FC Porto | Vitinha é homem a Díaz

    A CRÓNICA: FELIZMENTE, HÁ DÍAZ EM QUE APETECE ACORDAR CEDO

    A época natalícia gera tremeliques frequentes. Num dos últimos polos minhotos, a termómetro registava índices baixos e o setor defensivo do FC Vizela sucumbiu à pressão do FC Porto à passagem do minuto 15: Otávio, atrás da linha de meio-campo, penteou a bola e colocou Luis Díaz em posição fatal; como se não bastasse, gingou à frente de Bruno Wilson e não perdoou defronte de Charles. 0-1 no placard!

    Taremi entrou para a “Ordem dos Primeiros Perdulários” por duas ocasiões consecutivas (aos 17 e aos 18´), antes de o FC Porto dilatar a vantagem.

    Caso para dizer que existem Díaz assim, seja lá o que isso signifique: o extremo portista, no corredor esquerdo, foi solicitado por Taremi, percorreu alguns metros até à linha delimitadora do terreno e cruzou atrasado para Otávio, posicionado na zona de pénalti. 0-2 em (apenas) 20 minutos!

    Ai, a facilidade… esse conceito abstrato perfilhado pelos suportes pedais de Vitinha. Comentava-se, entre adeptos, que o médio sofria de síndrome de JDEQ: Jogo Direto com Extrema Qualidade. Taremi e Luís Díaz eram os visados pelo número 20. Os dragões dominaram, quase na íntegra, a primeira metade.

    Aos 43 minutos, os redatores olharam para o cronómetro e observaram o primeiro lance de perigo vizelense: Kiko Bondoso retira de cena Zaidu e desfere um remate portentoso, mas Diogo Costa encarna em muralha e trava a redução do marcador.

    Apito soado para os segundos 45 minutos, as equipas oriundas do chá das 19:50h regressaram ao relvado. A bola situava-se no meio-campo, Bruno Wilson desliza, Mehdi Taremi vai ao chão e o esférico descobre, na atmosfera, um atalho para o flanco esquerdo.

    O resto diz respeito a uma correria desenfreada de Zaidu e um remate sem hipótese de defesa para Charles. 0-3, com direito a cachaços diretamente do banco de suplentes!

    Bola ao centro, reação da equipa da casa, expulsão de Schettine. Entenderam?

    Eu explico: o recém-entrado Nuno Moreira, após tabelinha com Samu, deixa Mbemba fora de órbita, envia a bola para o poste mais distante e Kiko Bondoso, nas costas de Zaidu, cabeceia para defesa de Diogo Costa em sociedade com o poste; na tentativa de recarga, o 99 portista adianta-se a Schettine e sofre um golpe violento no peito.

    O minuto 64 assinalou o acontecimento mais insólito da partida. Num canto ofensivo, Vitinha faz um compasso de espera – espécie de ritual – aponta a mira para o primeiro poste. Bola batida e quem aparece no local errado, à hora errada? Samu, médio do FC Vizela. Autogolo, 0-4 e a edificação da goleada!

    Até ao término da partida, duas notas dignas de registo: a inevitável e notória diferença de primor técnico entre as duas equipas – objetiva superioridade do FC Porto durante os 90 minutos – e o usufruto da voz, por parte dos adeptos do FC Vizela, incansáveis no apoio à equipa, apesar do desaire que irá deixar nódoa negra.

    A fita cinéfila foi gasta. Os dragões colam-se ao Sporting CP na liderança partilhada do campeonato português, com 41 pontos.

    A FIGURA

    FC Vizela FC Porto
    Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

    Luis Díaz – Foram apenas 60 minutos em campo, mas durante esse tempo foi arrasador. Teve em todas as jogadas de perigo dos dragões, quer no ataque à profundidade, quer com bola controlada da esquerda para dentro. Teve muito espaço para correr e aproveitou-o. Tivesse sido mais eficaz e teria levado a bola para casa, mas mesmo assim deixou a sua marca com um golo e uma assistência.

    O FORA DE JOGO

    FC Vizela FC Porto
    Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

    Schettine – A equipa do Vizela não foi muito perigosa e por isso, Schettine não acrescentou muito no jogo da equipa minhota. Fica marcado pela expulsão, numa entrada perigosa (mas não maldosa) em que acabou por atingir Diogo Costa e deixou a sua equipa reduzida a dez unidades.

    ANÁLISE TÁTICA – FC VIZELA

    O FC Vizela apresentou-se no seu habitual 4-3-3, repetindo o onze da goleada frente ao FC Arouca. A equipa orientada por Álvaro Pacheco, à medida do que já costuma acontecer, foi mostrando uma grande variabilidade no meio-campo, com Samu, Marcos Paulo e Zag a trocarem constantemente entre quem subia mais no terreno com bola.

    Numa primeira fase defensiva, a equipa vizelense fez juntar Samu a Schettine para uma pressão em 4-4-2, mas aquando de um recuo das linhas, essa nuance deixou de acontecer. Com dois golos sofridos ainda dentro dos primeiros vinte minutos, o Vizela teve de se adaptar e mudar um pouco a estratégia definida para o jogo.

    A lentidão na reação à perda, erros individuais na saída de bola e a dificuldade no controlo da profundidade foram fatais para o insucesso da equipa da casa nesta partida.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Charles (4)

    Bruno Wilson (5)

    Aidara (3)

    Ofori (4)

    Koffi (4)

    Zag (4)

    Samu (5)

    Marcos Paulo (5)

    Kiko (6)

    Schettine (3)

    Zohi (4)

    SUBS UTILIZADOS

    Nuno Moreira (4)

    Mendez (4)

    Julião (-)

    Guzzo (-)

    ANÁLISE TÁTICA – FC PORTO

    O FC Porto, depois do 4-3-3 na partida frente ao SC Braga, voltou ao 4-4-2, com Vitinha e Uribe a tomarem conta do meio-campo, sempre com a ajuda de Otávio, médio direito que joga sempre muito por dentro. Luis Díaz a partir do corredor esquerdo para dentro e Taremi e Evanilson em apoio ou em profundidade, alternando qual fica com cada tarefa.

    A equipa portista entrou muito bem na partida e um dos principais fatores foi a procura do espaço que a equipa vizelense estava a dar nas costas da sua defesa.

    Taremi, Evanilson e Luis Diaz foram desafiando a profundidade com movimentos entre central/lateral, criando muitas oportunidades, resultando também de um desses movimentos o primeiro golo dos portistas.

    A variação da bola de flancos foi muito rápida e fluída, o que permitiu aos dragões serem perigosos durante praticamente todo o jogo. Taremi mostrou-se muito entrelinhas, funcionando como um dez em muitos momentos do jogo, sendo muito solicitado pelos médios do Porto, especialmente por Vitinha.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Diogo Costa (7)

    Fábio Cardoso (7)

    Mbemba (6)

    João Mário (6)

    Zaidu (7)

    Uribe (7)

    Vitinha (8)

    Otávio (8)

    Luis Diaz (9)

    Evanilson (7)

    Taremi (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Corona (5)

    Fábio Vieira (5)

    Sérgio Oliveira (5)

    Wendell (-)

    Bruno Costa (-)

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    FC Porto

    Nenhum elemento do FC Porto compareceu à CI.

    FC Vizela

    BnR: Hoje vimos um Vizela um pouco descoordenado defensivamente, além do muito espaço nas costas da defesa, principalmente do lado direito, a não ter a reação à perda que é habitual e característica na sua equipa. Acha que esse foi um dos pontos chave para o insucesso do Vizela, principalmente nos primeiros 30 minutos?

    Álvaro Pacheco: Com o espaço na profundidade concordo. A abordagem à profundidade do Porto dificultou as nossas transições defensivas, devido à velocidade dos mesmos. Acho que quando o Porto criou mais perigo foi quando perdia a bola e recuperava rapidamente e não tanto com a nossa reação à perda. Não tivemos muito mal na reação nem a condicionar o FC Porto, mas nesse momento não estávamos tão bem posicionados. Foi também mérito do Porto e há que dar os parabéns ao adversário.

    Rescaldo de opinião da autoria de Francisco Moreira e Silva e Romão Rodrigues

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