Três jogos, três derrotas. Assim se descreve o percurso do FC Porto na Taça da Liga. Uma competição menor, é certo, mas que mesmo assim exigia mais de um clube grande. Esta noite, na Vila da Feira, o Feirense acabou por ser mais feliz e vencer por 2-0.
José Peseiro aproveitou este jogo, que competitivamente já nada acrescentava aos dragões, para fazer uma revolução no onze dos dragões. Chidozie, José Ángel, Victor Garcia, Sérgio Oliveira e André Silva foram algumas das novidades de uma equipa que entrou na Feira num sistema tático diferente. Peseiro decidiu juntar André Silva e Suk no ataque, com Varela a funcionar como número 10 no vértice mais ofensivo do meio campo. Naturalmente, e como não podia deixar de ser, as dúvidas dos jogadores neste novo sistema foram evidentes. Apesar do controlo durante a esmagadora maioria do encontro, a verdade é que o FC Porto nunca foi uma equipa consistente.
Sérgio Oliveira e Imbula procuraram ser os impulsionadores do jogo ofensivo portista, deixando a Victor Garcia e José Ángel as faixas para criarem perigo. O problema maior dos dragões teve que ver com o posicionamento deficiente dos avançados. Não habituados a atuar em dupla no ataque, a incapacidade em criar perigo junto da baliza do Feirense foi confrangedora na primeira parte. Do outro lado, surgia uma formação do Feirense que apenas teve que esperar pelo seu momento. Pepa, tal como Peseiro, aproveitou o encontro para utilizar novos jogadores e acabou por ser mais feliz. Perto do final do primeiro tempo, Cosme Machado viu uma grande penalidade muito forçada de Rúben Neves que levou Hélder Castro até à marca de grande penalidade. Aos 39 minutos, o 1-0 para os fogaceiros acabava por penalizar fortemente os azuis e brancos.
No segundo tempo, muito mais FC Porto. A equipa entrou com muito mais dinâmica e intensidade e por isso não foi de estranhar que os lances de perigo se tenham sucedido junto à baliza do Feirense. A verdade é que, tal como em tantas outras ocasiões esta época, a eficácia dos dragões esteve terrível. Suk e André Silva foram as faces mais visíveis de um desperdício incompreensível a este nível. O FC Porto ia jogando melhor e a verdade é que só a incapacidade nos últimos 30 metros impedia o empate que já mais do que se justificava.
A eficácia que tanto falhou do lado portista não encontrou semelhança do outro lado. Depois de um canto onde o Feirense esteve perto do golo, à segunda, Porcellis aproveitou uma sobra para, aos 81 minutos, fazer o 2-0. Resultado injusto, tal o que se viu na Feira; mas que acaba por premiar a eficácia de uma formação que soube aproveitar as fragilidades portistas. Findada a Taça da Liga, fica o registo de mais uma participação muito pobre do FC Porto nesta competição. Para Peseiro, fica a imagem de uma equipa a testar os seus próprios limites e que procura reencontrar algo fundamental: a confiança em si própria.
Figura do Jogo:
Feirense – A equipa de Pepa não fez uma exibição extraordinária, mas tendo em conta as alterações no onze inicial, a resposta dada foi muito positiva. Em três oportunidades, os fogaceiros fizeram dois golos e acabaram por conquistar uma importante vitória frente ao FC Porto.
Fora de Jogo:
Ineficácia portista – Depois de uma primeira parte quase inexistente a nível ofensivo, a verdade é que o segundo tempo trouxe várias oportunidades para os dragões. A incapacidade dos avançados portistas foi gritante e a derrota na Feira tem na ineficácia portista uma das principais razões.