Há algum emprestado para aproveitar? | FC Porto

    O FC Porto reduziu o número de futebolistas cedidos, de forma drástica, nas últimas épocas. De largas dezenas passaram aos atuais cinco empréstimos.

    A criação da equipa B, seguindo-se uma decisiva crise financeira na SAD e o limite do número de emprestados fixado pela FIFA, levaram a esta diminuição das cedências de atletas a outros clubes.

    Mesmo durante a época 2022/2023, o lateral João Pedro, um dos repetentes nestas listas, rescindiu o contrato com os portistas, depois de terminar o período de cedência ao Corinthians. Trata-se de um lateral que cedo deixou de contar para Sérgio Conceição e acabou por ser um problema resolvido neste mercado de inverno.

    Desse modo, os dragões têm apenas seis emprestados. Todos são repetentes na lista portista, à exceção de um.

    Comum a todos, parece ser a baixa probabilidade de voltarem a fazer parte do plantel principal do FC Porto.

    Diogo Leite

    Depois de ter sido uma das apostas de Sérgio Conceição na formação do Olival, o central acabou por não se conseguir afirmar como era esperado pela estrutura portista.

    Mesmo com uma utilização crescente na equipa principal em três anos, Diogo Leite acabou por ser emprestado ao Sporting de Braga. No entanto, as irregularidades exibicionais com alguns erros comprometedores acabaram por prejudicar o defesa e afastá-lo ainda mais do Dragão.

    Em 2022/2023, sem espaço no plantel e sem propostas de venda interessantes, Diogo Leite voltou a ser cedido. Desta vez, o atleta foi para o FC Union Berlin e tem a sua primeira experiência fora de portas.

    E não é que surpreendentemente, Leite se afirmou nos alemães e foi mesmo convocado por Roberto Martinez para a Seleção Nacional.  Contudo, há uma clausula de opção de compra, que agora parece pequena, de 7,5 milhões de euros.

    Pensando num cenário em que Diogo Leite não saia em definitivo do Dragão, há a dúvida até que ponto conseguiria afirmar-se. Primeiro, porque o Porto tem quatro lugares ocupados no centro da defesa, com Pepe a fazer, pelo menos, mais uma época, e talvez Marcano. Já o reforço David Carmo desiludiu e terá ainda na próxima época a derradeira oportunidade no Dragão, enquanto Fábio Cardoso é uma opção fiável e consistente.

    Segundo, o esquema tático do Union Berlin tem três centrais. Até que ponto é que Diogo Leite se conseguiria afirmar só com um colega de posição ao lado? Além de que no FC Porto, o central teria de cobrir as subidas do lateral do seu lado, algo que deixa dúvidas.

    De resto, até ao final de março, Diogo Leite fez uma assistência em 32 jogos, só um dos quais é que não foi titular.

    Romário Baró

    O médio teve o azar das lesões, quando estava para se afirmar na equipa principal dos dragões, em 2019/2020. Depois do calvário, Baró viu uma hipótese nas cedências para voltar a jogar.

    Em 2021/2022, o internacional sub21 português acabou por não ser feliz no Estoril Praia, mais uma vez por uma lesão de longa duração.

    Em 2022/2023, Romário Baró voltou a ficar por Lisboa, no Casa Pia, mas o jogador tem uma utilização intermitente. O jogador que trocou o Sporting pelo Porto na formação fez 24 jogos, até ao final de março. Nove dos encontros disputados foram como suplente utilizado.

    Com 23 anos, Romário Baró parece capaz de fazer uma carreira consistente na Primeira Liga, mas os problemas físicos dificultam a sua afirmação no FC Porto. Dificilmente terá uma nova oportunidade.

    Mamadou Loum

    O médio senegalês foi a novidade no catálogo de emprestados do FC Porto.

    No Reading, Loum tem tido bastante utilização, numa equipa em situação complicada na luta pela manutenção no Championship.

    Entre Taças e Campeonato, o médio que chegou ao Dragão, em janeiro de 2019, fez 31 jogos, apontando um golo e uma assistência. O internacional senegalês teve 24 titularidades até final de março e foi expulso por uma vez.

    Depois das três épocas inteiras de azul e branco ao peito, Mamadou Loum não terá nova oportunidade no plantel principal. A ampulheta ficou com a areia toda em baixo, exceto se as limitações financeiras se acentuem.

    Nanu

    O lateral direito foi contratado em 2020/2021, numa altura de reestruturação das laterais portistas que não resultou. O internacional pela Guiné-Bissau esteve todo o ano de 2022, no FC Dallas, na Major League Soccer, nos Estados Unidos da América. Nanu foi apenas 12 vezes titular, nos 30 jogos realizados.

    A opção de compra detida pelos norte americanos sobre o jogador não foi acionada e terminou a aventura do outro lado Atlântico. Em janeiro de 2023, o atleta que pode fazer todo o corredor direito regressou a Portugal e acabou cedido ao Santa Clara.

    Nos açorianos a fazerem uma péssima temporada, Nanu participou em seis jogos até ao final de março, perdendo a titularidade no último jogo. O lateral fez uma assistência para golo.

    Com contrato até 2025, o jogador que se destaca pela sua velocidade não voltará a integrar o plantel portista. Mais uma situação para a estrutura do FC Porto resolver no final da temporada.

    Carraça

    Mais um lateral direito sem espaço no plantel portista. Contratado a custo zero, depois de o seu vínculo ter terminado com o rival Boavista, o defesa chegou ao Dragão. O defesa ainda fez uma época de azul e branco ao peito, tendo sido bastante mais utilizado na equipa B.

    Em 2021/2022, Carraça acabou por ser cedido à B SAD, onde foi dono da lateral direito, mas acabou por ver os lisboetas despromovidos à Segunda Liga.

    Em 2022/2023, Carraça subiu um patamar com o empréstimo ao europeu Gil Vicente, no qual soma 25 jogos até final de março. O defesa conseguiu-se tornar o dono do lugar, numa fase precoce da temporada, soma, por isso, 20 titularidades, alcançando as mesmas três assistências para golo da época anterior.

    Contudo, mesmo com mais um ano de contrato, o atleta de 30 anos não será uma opção em 2023/2024, com ou sem Sérgio Conceição à frente da equipa técnica. Carraça tem qualidade para continuar a fazer boas campanhas na Primeira Liga, mas a sua contratação pelo Porto continua a parecer estranha para o que se exige de um clube deste patamar.

    Tomás Esteves

    O lateral direito foi um dos jovens lançados por Sérgio Conceição. Em 2019/2020, Tomás Esteves fez três jogos pela equipa principal, com a sua estreia a ser aos 17 anos, e a ser campeão nacional. Estranhamente, na temporada seguinte, o internacional jovem português acabou por ser preterido ainda na pré-temporada e foi emprestado ao Reading, da Championship.

    Tomás Esteves acabou por ter uma utilização intermitente em Inglaterra e voltou ao Dragão, mas à equipa B onde acabou por manter uma utilização algo irregular.

    Sem perspetivas de integrar a equipa principal, o jovem formado no Olival acabou por seguir para Itália, em 2022/2023. O Pisa, da Série B, ficou ainda com uma opção de compra que se torna obrigatória, caso a equipa garanta a subida ao escalão principal do país transalpino.

    Tomás Esteves fez 19 jogos, dez a titular, até final de março de 2023, e a prestação do clube traz dúvidas se conseguirá a subida (está na última posição do playoff com três pontos acima do clube mais abaixo) e, por isso, se acionará a compra do jogador.

    Com 21 anos, o irmão de Gonçalo Esteves corre um grande risco de chegar ao nível que era esperado há poucos anos.  É estranho pensar nas razões por trás do seu acaso nos Dragões. Terá a ver com a saída do irmão mais novo para o Sporting, algum desentendimento com o treinador, falta de foco do atleta ou lutas entre empresário/s e direção? Há muito nevoeiro que não ajuda ninguém….

    Parece quase impossível que tenha uma nova oportunidade na equipa principal, pelo menos, com Sérgio Conceição.

    - Advertisement -

    Subscreve!

    Artigos Populares

    Pedro Filipe Silva
    Pedro Filipe Silvahttp://www.bolanarede.pt
    Curioso em múltiplas áreas, o desporto não podia escapar do seu campo de interesses. O seu desporto favorito é o futebol, mas desde miúdo, passava as tardes de domingo a ver jogos de basquetebol, andebol, futsal e hóquei nacionais.