
Apesar do golo sofrido – numa primeira parte em que os dragões nem concederam remates à baliza -, pode dizer-se que a pressão exercida pelo FC Porto foi uma pressão ganha. É de referir que, ao intervalo, os portistas até perdiam por 0-1, graças a uma saída rápida de Essende concluída com infortúnio por Pepe. No entanto, apesar de pecarem na finalização e de não terem conseguido impedir a cavalgada do “99” vizelense, os indicadores táticos na pressão foram abonatórios.
Com Evanilson e Francisco Conceição em parelha numa primeira linha e Nico ao meio um pouco mais atrás, a saída pelos centrais com apoio de um dos médios ficou desde logo condicionada. A colocação de Varela como médio mais recuado e Pepê e Galeno a fecharem como médios interiores (formando um losango com Nico) permitiram ao FC Porto fechar todos os espaços interiores.
O único espaço que a turma de Ruben de la Barrera tinha para explorar (e fê-lo no golo marcado) era nas costas do lateral que subia também na pressão, ficando a cobertura desse espaço entregue ao central do respetivo lado (centrais esses que estavam alinhados com a linha de meio-campo, havendo campo aberto para as projeções de Essende e Petrov).

As costas de Wendell foram as mais exploradas, mas as correções de Sérgio Conceição não tardaram e o lateral brasileiro começou, a meados da primeira parte, a projetar-se menos, passando o FC Porto a ter os laterais mais em linha com os centrais, mas sem nunca recuar a linha ou o bloco em si. As dificuldades do Vizela foram-se acentuando ainda no primeiro tempo e, naturalmente, tudo ficou mais difícil após a expulsão de Lacava.
Fica na retina, no entanto, mais do que o resultado ou as incidências do jogo, a pressão alta portista (imagem de marca da equipa) mais feroz, mais intensa e mais assertiva ainda e moldada ao adversário que estava do outro lado – e recorde-se que o tempo que o FC Porto teve para preparar esta partida foi encurtado pela visita ao Emirates.