Lope… Quê?

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    Nestas últimas semanas, muito se tem falado sobre o sucessor de Luís Castro: o espanhol Lopetegui. Sempre defendi que para haver um “abanão” no FC Porto era necessário um treinador estrangeiro, mas nunca pensei que seria um “desconhecido” (com trabalho reconhecido!). Esperava mais a vinda do Spalletti do que a deste senhor. Mas, depois de analisar a fundo, a escolha deste treinador perceber-se: sabe trabalhar com jovens, é um motivador, consegue extrair dos “cristais” o seu melhor e, acima de tudo, tem sede de vencer.

    Por que é que Lopetegui se enquadra neste esquema? Campeão pelas camadas jovens espanholas (sub-19 e sub-21, onde qualquer um se arriscava a ganhar…), é reconhecidamente um treinador que gosta de futebol bonito (ao estilo tiki-taka) e a sua vontade de ganhar é… Infinita! Se é uma incógnita? É. Se é tão incógnita como Paulo Fonseca? Nunca! Lope já ganhou, e ganhou coisas importantes e inéditas no seu país. A questão que se coloca é: será que um treinador de selecção está preparado para dar o salto do treino tri-mensal para o treino diário? É que me lembro de um certo Scolari… Mas também acredito muito na estrutura portista.

    A escolha deste treinador também recai num mercado que actualmente domina o futebol (dois clubes finalistas da Champions League e um da Liga Europa) e é estrategicamente interessante poder vir a contar com jovens jogadores que confiam no treinador depois de terem trabalhado com ele.

    No fundo, até estou satisfeito. Porquê? Porque o Porto tem um plantel muito jovem e com muitos cristais por lapidar (com Quintero, Mikel, Ricardo, Tiago Rodrigues e… Iturbe à cabeça), onde o jeito para lidar com jovens é algo fundamental. Já se fala que Lope anda no mercado e quer assegurar, desde já, Illarramendi (Real Madrid), Tello (Barcelona) e Moreno (Sevilla) – o primeiro por empréstimo, os outros dois em definitivo. São jogadores com tudo para entrar directamente no onze (a concretizar-se, finalmente hajam contratações como deve ser!), a juntar ao quase garantido Evandro. Além disso, nomes como Raúl Gimenez,”pinheiro” de 1,90m e de reconhecida qualidade, vão sendo associados ao clube da Invicta, o que deixa antever a saída de Jackson. Se Illarramendi vier, isso “só” significa uma coisa: Fernando sai. O que é péssimo, na minha opinião. Mas, dado o estilo de jogo do treinador, talvez Fernando não seja o jogador ideal, embora eu seja defensor de que “o Polvo” é o melhor dos melhores em Portugal naquela posição.

    Em suma, BEM-VINDO, LOPETEGUI!

    Lopetegui chega ao Porto com um contrato de três anos  Fonte: UEFA
    Lopetegui chega ao Porto com um contrato de três anos
    Fonte: UEFA

    E agora, o que será do nosso FC Porto? Jogará no habitual 4(1+2)-3? No “habitual desabitual” 4(2+1)-3 de Paulo Fonseca? Não sei. Mas aposto que o “abanão” será tão grande que jogaremos num 4-2-3-1 tipicamente espanhol: dois médios mais defensivos (espero ver Fernando a assumir as despesas defensivas – e é pensando neste esquema táctico que não sei se Fernando será o ideal – e um box-to-box, claramente Herrera); um jogador que assuma o “10” deixado por Deco (Quintero!); dois alas rápidos (que um deles não seja o útil-mas-sem experiência-Licá) e um ponta-de-lança de área. O único problema desta táctica prende-se com facto de existir um grande espaço entre linhas na zona defensiva, o que, se a equipa não jogar toda em bloco, permite a exposição ao contra-ataque básico e puro dos adversários. Entre os centrais e os médios-centro tem de existir uma coordenação brutal, pois basta existirem naquele espaço 20 metros e isso já é suficiente para o adversário criar superioridade numérica. Ainda para mais num esquema em queos laterais dos dragões têm claramente um pendor ofensivo muito acentuado. O núcleo de jogo, que se baseia no 3×3 (portador da bola, apoio e contenção – ofensiva e defensiva -, não utilizando linguagem totalmente técnica), torna-se um pouco complicado quando existe esta indefinição táctica. Quem vai à bola? Quem está mais perto, estilo Benfica? Ou assumidamente temos um jogador que sirva para isso, como Thiago Motta no Inter de Mourinho, em que “varria” tudo? São questões que me coloco, e que espero que o meu treinador, o treinador de todos os Portistas, me responda a curto prazo. Até posso estar errado em relação à táctica, mas do que vi do treinador, faço all in na minha aposta.

    O FC Porto está habituado a “criar” treinadores ao longo dos anos, e estou com um feeling que com Paulo Fonseca nunca senti: cheira-me a vitória e bom futebol! Cheira-me… É estranho não ganhar durante um ano, é impensável não ganhar durante dois! Vamos lá, Lope, estamos contigo!

    Para finalizar, boa sorte ao Benfica na Liga Europa! Sou português mas vivi em Sevilha, por isso viverei esta final com um misto de emoções que contrastam com o meu princípio: quero que ganhem sempre os portugueses; hoje também quero, mas se for o Sevilha, triste não fico.

    Um abraço a todos!

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