Era a ascensão de um menino de 18 anos que fazia um dos golos mais festejados da história do Estádio do Dragão. Mas, e se tudo isto não tivesse acontecido? É isso mesmo que vamos explorar agora, e peço-vos que entrem neste filme comigo!
Noite tensa no Estádio do Dragão com as bancadas um pouco despidas e nervosas por ver que o FC Porto de Nuno Espírito Santo não era capaz de marcar um golo! A última vez que as redes da baliza adversária abanaram tinha sido no clássico frente ao SL Benfica, passando assim 520 minutos e um mês!
Com uma bela homenagem à tragédia que afetou a Associação Chapecoense de Futebol, as duas equipas apresentaram-se no relvado e Carlos Xistra apitou para o início do encontro.
Era um ambiente muito tenso e os jogadores só pensavam em algo inédito nos últimos tempos: marcar um golo, que fosse bonito, feio, com a cabeça, pés, costas… Mas a bola tinha de entrar, e o nervosismo e a ansiedade apoderavam-se de todos.
Aos 20 minutos, Diogo Jota tentou a sua sorte, mas o remate saiu por cima da baliza de Marafona que, como iremos ver, iria ser o herói da noite.
Óliver Torres não iria fazer melhor, uma vez que, pouco depois, recebeu uma “assistência” do guardião arsenalista, mas não acertou no alvo.
O inevitável herói, que já o tinha sido na final da Taça de Portugal do ano anterior, fez uma mancha espetacular que evitou o golo de André Silva e, na sequência da jogada, Maxi Pereira atirou para aparecer Baiano a evitar o golo.
Ao minuto 34, mais uma oportunidade soberana para a equipa da casa. André Silva conquistou uma grande penalidade e Artur Jorge viu a cartolina vermelha, deixando a sua equipa reduzida a dez jogadores. Na marca dos 11 metros, Marafona levou a melhor, mas o avançado portista também ficou muito mal na fotografia. Pouco depois entrou Brahimi, que não tinha a maior empatia com o treinador, mas que viria a ser mais um homem na frente de ataque.
Danilo ainda atirou à barra, mas não havia mais nada a fazer. O juiz da partida apitava para o intervalo e o marcador era explícito: zero a zero, com passes falhados e com todos os jogadores portistas a tentarem ser os heróis que dessem um golo, o que seria uma loucura para os tempos que se viviam.

Fonte: Instagram “Rui Pedro”
O segundo tempo viria a ser mais do mesmo, com Brahimi a tentar um golo de levantar o estádio, mas sem sucesso.
Aos 55 minutos, Diogo Jota viu o seu golo ser anulado, por uma infração da equipa atacante. Não seria, pois, o herói da noite.
Marafona voltou a brilhar após um cabeceamento muito colocado de André Silva e após um remate de Diogo Jota e outro de Brahimi. Assim, era complicado…
Aos 75 minutos, Miguel Layun deu o lugar a Rui Pedro, naquela que seria a estreia do jovem avançado portista na Liga Portuguesa. Mas Marafona continuava a não deixar que uma bola de futebol entrasse nas redes da sua baliza, levando todos ao desespero…
Rui Pedro viu um golo seu ser invalidado por posição irregular, mas o momento mais alto do jogo estava reservado para depois.
E agora peço a todos que se sentem como se estivessem num estádio de futebol. Estamos no minuto 95 e Diogo Jota faz um passe soberbo que isola Rui Pedro na cara de Marafona. Tudo em suspenso a olhar para um miúdo de 18 anos… Rui Pedro tenta picar a bola, mas Marafona faz uma mancha inacreditável, evitando aquele que seria um golo histórico, que levaria todos à loucura…
Carlos Xistra apitou para o final do encontro, e vislumbrou-se um coro de assobios no Estádio do Dragão. Os jogadores estavam desolados, mas os adeptos não estavam menos. A última vitória azul e branca tinha sido frente ao Club Brugge e o último golo… bem… não é preciso dizer mais nada.
O Dragão fazia história, não pelos melhores motivos, e Rui Pedro seria apenas mais um jovem que teria de crescer com muita calma para se poder afirmar na equipa. Se calhar, até foi melhor para o jovem avançado crescer e mais tarde afirmar-se.
Marafona foi, mais uma vez, o homem do jogo, ao mostrar a razão pela qual é um dos grandes talentos do futebol nacional.
O FC Porto passou a ter 23 pontos, ficando a seis do líder SL Benfica.
Artigo revisto por Diogo Teixeira