O FC Porto versão 2019/2020 chega à segunda paragem para seleções a realizar uma época titubeante. Vai alternando vitórias e momentos de algum brilhantismo com derrotas graves e gravosas e exibições inexplicáveis. Importa, então, perceber a performance relativa do FC Porto tendo como base de comparação a última temporada.
Numa perspetiva resultadista, ao cabo de 6 jornadas de campeonato, o FC Porto tem exatamente os mesmos pontos. No ano passado perdera em casa contra o Vitória SC num jogo a contar para a terceira jornada e este ano perdeu em Barcelos no jogo inaugural. Curiosamente, o sétimo jogo trás, este ano, tal como no ano passado, o desfio de jogar contra um dos primeiros classificados. Em 2018/2019 os portistas foram jogar e perder ao Estádio da Luz (lembro que este ano os comandados de Sérgio Conceição já venceram neste estádio) e, na presente temporada, ditou o sorteio que defrontassem o líder Famalicão no Estádio do Dragão.
Na Taça da Liga, apesar de na perspetiva dos três grandes e do SC Braga ser uma prova em fase embrionária, o FC Porto acaba por se encontrar em melhor posição, uma vez que bateu há semanas o Santa Clara na primeira jornada do grupo e há um ano empatara com o CD Chaves. Ambos os jogos realizados em casa.
Restam as competições europeias. O FC Porto levava 4 pontos conquistados em dois jogos disputados na fase de grupos da Liga dos Campeões (acabaria essa fase com pontuação recorde) e tem, agora, 3 pontos na Liga Europa com o mesmo número de jogos disputados.
A primeira grande diferença é precisamente essa. O FC Porto falhou um dos objetivos principais da temporada (numa perspetiva financeira talvez o principal) e não foi capaz de garantir um lugar na Liga dos Campeões 2019/2020. Uma derrota caseira com caráter de humilhação frente ao Krasnodar atirou os dragões para a Liga Europa.
No que concerne ao plantel pode dizer-se que o FC Porto iniciou a presente época com níveis de instabilidade superiores. Se na temporada passada conseguiu manter a grande maioria dos jogadores, este ano vários jogadores deixaram o clube, obrigando à restruturação do plantel e do onze. Deram-se mudanças em todos os setores. Na baliza (Marche entrou para o lugar de Casillas), no centro da defesa (Militão e Felipe dão lugar a Pepe e Marcano), no meio-campo (Herrera entregou a batuta a Uribe), nas alas ofensivas (Luís Diaz e Nakajima vêm disputando o lugar de Brahimi) e, até, no eixo do ataque (Zé Luís vai merecendo a confiança do treinador). Não deixa, também, de ser curioso e alarmante perceber que os problemas na lateral direita da defesa que vinham do ano passado se mantêm e que Alex Telles e Marega continuam a ter que disputar todos os minutos de todos os jogos.
No que concerne ao jogo jogado, a ideia mantém-se a mesma. Apesar de jogadores como Nakajima ou Uribe garantirem maior qualidade na circulação a vertigem e o vício da profundidade continuam a ser pedra basilar do jogo da equipa. Está visto que é a forma como Sérgio Conceição vê o futebol e não vai mudar, portanto, não adianta continuar a trazer este assunto à baila. O treinador portista, ganhe ou perca, fá-lo-à agarrado às suas ideias e convicções. Aos portistas, gostem mais ou menos do estilo, admirem mais ou menos a forma de jogar da equipa, resta confiar no seu timoneiro e, verdade seja dita, não há razão para que assim não seja. Com todos os seus defeitos e qualidades, o que é certo é que o FC Porto tem sido competitivo em todas as frentes desde a sua chegada ao clube, pese embora o reflexo em termos de títulos seja escasso.
Assim, não obstante o facto de poder dizer-se que é demasiado cedo para balanços ou balancetes, há já alguma matéria que permite comparar o FC Porto 2019/2020 com a sua versão do período homólogo e perceber que, apesar da mudança dos tempos, vão-se mantendo algumas vontades.
Foto de capa: FC Porto
Revisto por: Jorge Neves