Chegamos a dezembro com um registo (quase) perfeito. Neste momento, o FC Porto luta por todas as competições em que está inserido, mas, numa fase tão prematura de competições como a Taça de Portugal ou a “nova” Taça da Liga é difícil e de certa forma injusto analisar ou tecer comentários sobre as prestações. Em contrapartida, examinar aquilo que está a ser o Campeonato e a Liga dos Campeões é legítimo pelo número de jogos, bem ou mal conseguidos, pela fase avançada onde se deparam.
Pela revolução a que o plantel foi obrigado – um total de nove entradas e sete saídas – seria de esperar que as dinâmicas de grupo sofressem. Afinal, a perda das peças essenciais do núcleo duro seria, sempre, uma dor de cabeça para o treinador. Foi necessário tempo de adaptação para os novos elementos do grupo, tempo que, na realidade, o clube não tinha. A liga já decorria e tornou-se imperativo não perder mais pontos, tanto para o psicológico competitivo dos jogadores, como para os objetivos cedo traçados pela direção.
Agora, no mês das luzes e do frio gélido, pelo dragão parecem aumentar os dias de sol, pois o conjunto cresce a olhos vistos. Parece que, finalmente, a equipa age como o sentido literal da palavra, unidos, com garra e com um “ser Porto” que tanto faltou em momentos cruciais da história do clube e vem gradualmente sendo estabelecida pelos que cá passam.
Na liga, e com apenas nove jornadas em andamento, os azuis e brancos encontram-se a quatro pontos do líder Sporting CP. Os tropeços contra o CS Marítimo e contra o FC Paços de Ferreira, autênticos baldes de água fria, tornaram possível esta distância do primeiro lugar, que começa agora a encurtar-se. Com o desejo de fazer a dobradinha no campeonato e com muitas jornadas pela frente, o objetivo passara por subir, o quanto antes, ao primeiro lugar e criar separação pontual suficiente dos principais adversários.
Se no campeonato o FC Porto nem tudo corre de feição, na Liga dos Campeões, apesar do tropeço inglório no primeiro jogo contra o Manchester City FC, o clube atravessa uma das melhores prestações e mais lucrativas de sempre na competição.
Com a passagem aos oitavos-de-final assegurada é impossível prever até onde pode chegar este conjunto. É certo que as partidas começarão a ser cada vez mais complicadas, contudo, não é a primeira vez que os azuis e brancos surpreendem na competição e este ano pode ser um desses momentos “iluminados” que surpreende a Europa.
Em causa fica a condição dos atletas, que com a entrada em ação na Taça de Portugal e a consequente Taça da Liga, o descanso será diminuído pela afluência de jogos correntes. A fatiga pode chegar e com ela lesões que desfalcam a equipa.
É demasiado cedo para alguém cometer o erro de determinar o sucesso desta época, contudo, os indicadores são positivos para uma equipa como a do FC Porto as expectativas são altas. Assim, ganhar as competições em que se está integrado (com exceção da Champions onde o poderio financeiro manda no futebol) deixa de ser uma opção e torna-se um dever.