Nuno Espírito Santo e a rudimentaridade tática do FC Porto

    Quando se diz que o médio centro espanhol tem estado aquém da sua primeira época de dragão ao peito importa que se compreendam bem os contextos: com Lopetegui o FC Porto praticava um futebol apoiado, de posse de bola, beneficiando assim as caraterísticas de Óliver; atualmente, com um futebol no qual o meio-campo é mais importante para “morder os adversários” no momento de transição defensiva do que para pensar o jogo ofensivamente, é natural que o jovem espanhol perca influência na organização ofensiva da equipa.

    Fonte: Facebook ofiial de NES
    Fonte: Facebook oficial de NES

    Nuno Espírito Santo tem dois méritos: 1) trabalhou bem a equipa nos lances de bola parada ofensivos, situação de jogo na qual o FC Porto tem uma taxa de aproveitamento acima da média; 2) conseguiu que os jogadores, muitos deles com grande qualidade individual (Óliver, Corona, Brahimi, Diogo Jota, André Silva, etc.), conseguissem acreditar no treinador e no seu modelo de jogo pese embora as grandes debilidades do mesmo. Porém, e por muito que tal seja quase inconcebível para muitos dos adeptos do FC Porto, a equipa é hoje mais pobre ao nível do modelo de jogo e da estratégia do que quando era treinada por Julen Lopetegui.

    Com o treinador espanhol o futebol praticado era demasiado lento e previsível, a circulação de bola tinha pouca progressão, a tendência (sobretudo na segunda época, sem Óliver) passava demasiado pela procura dos corredores laterais, mas era evidente que a equipa tinha, podendo ser-se mais ou menos apreciador do mesmo, um modelo de jogo bem definido. Atualmente esses princípios praticamente não existem, o futebol praticado pelo FC Porto foca-se sobretudo na garra, nos duelos individuais, na capacidade de Brahimi para desequilibrar no ataque e de Danilo para equilibrar na defesa. O individual sobrepõe-se ao coletivo e assim, de jogo em jogo, o FC Porto vai conseguindo obter resultados que só são possíveis dado o significativo desnível entre os clubes ditos “grandes” e as restantes equipas que alinham no campeonato nacional de futebol.

    Foto de capa: Fcabook oficial NES

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    Francisco Sampaio
    Francisco Sampaiohttp://www.bolanarede.pt
    Apaixonado por futebol desde a segunda infância, Francisco Sampaio tem no FC Porto, desde esse período, o seu clube do coração. Apesar de, durante os 90 minutos, torcer fervorosamente pelo seu clube, procura manter algum distanciamento na apreciação ao seu desempenho. Autodidata em matérias futebolísticas, tem vindo recentemente a desenvolver um interesse particular pela análise tática do jogo. Na idade adulta descobriu a sua segunda paixão, o ténis, modalidade que pratica de forma amadora desde 2014.                                                                                                                                                 O Francisco escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.