O jogo que mais me marcou: FC Porto 2-1 SL Benfica (2012/13)

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Esta semana fui desafiado a escolher um jogo do FC Porto que tenha assistido ao vivo e que me tenha marcado para a eternidade. O processo de tomada de decisão foi moroso e confuso. Isto porque desejava escolher um jogo que, de certa forma, surpreendesse os leitores, que estivesse longe das memórias das pessoas e que criasse algum impacto. Falhei.

Foi-me pedido “o jogo que jamais esquecerás”. Ora, acima de todos os outros está aquele que foi o momento de maior felicidade futebolística e que perdurará para sempre como um dos mais vibrantes e emocionantes momentos da minha vida pessoal.

Por esta altura, já o leitor deve saber daquilo que falo. Por esta altura, o “terramoto” que se deu na Invicta naquela noite já paira na cabeça de cada um e levanta os pelos da pele de galinha dos leitores afetos ao FC Porto e, provavelmente, acontecerá o mesmo aos restantes amantes da modalidade.

Época de 2012/2013: A época do tudo que acabou por ser nada para o SL Benfica e a época do nada que acabou por ser de 27º título de campeão nacional para o FC Porto. A umas escassas 3 jornadas do final do Campeonato, e depois de uma pré-festa no Funchal (ronda 27), o Benfica seguia com 4 pontos de vantagem e a única coisa que tinha que fazer para chegar ao título era ganhar os dois jogos em casa que lhe faltavam até final (Estoril e Moreirense). Pois bem, foi o Estoril que conseguiu empatar na Luz (1-1) e abriu uma janela de oportunidade para tudo aquilo que se passou a seguir.

Fonte: FC Porto
Fonte: FC Porto

Sábado, 11 de Maio de 2013, Estádio do Dragão. Jogo do título. Para o FC Porto, liderado por Vítor Pereira (o último treinador campeão nacional pelo clube), só havia um caminho: ganhar. O Benfica, orientado por Jorge Jesus (agora timoneiro do rival Sporting CP), jogava com dois resultados, sendo que, em caso de vitória, se sagrava campeão em plena casa do rival (como o Porto fizera 2 anos antes). O jogo começa mal para os Dragões, que viram o Benfica chegar ao golo aos 19 minutos pelo brasileiro Lima. O Porto reagiu e apenas 7 minutos volvidos chegava ao empate através de um auto-golo de Maxi Pereira (atualmente no FC Porto), a desviar para a sua baliza um cruzamento de Varela. Daí para a frente, não fosse a importância do jogo e podia muito bem tratar-se de uma história para adormecer, de tão poucas que foram as oportunidades tanto numa baliza como na outra. Aos 85, James Rodríguez atira ao poste e dá o 1º sinal de que algo estava para acontecer. Já depois do minuto 90, o momento que ficará para a eternidade e que deu nome a um espaço no museu do FC Porto. Foi o momento K. A bola vem da defesa do Porto até ao meio campo do Benfica, a bola veio da direita até à esquerda até que, por uma qualquer decisão divina, chega aos pés de Kelvin. O jovem brasileiro tabela com o proscrito Liedson e entra na área pressionado por Roderick. Depois, esperou que os astros se alinhassem e disparou. A bola passou rente à luva do guarda-redes Artur e entrou rente ao poste. Ali, naquele momento, Jorge Jesus ajoelhou e o Dragão explodiu. O FC Porto (ainda era preciso ganhar em Paços de Ferreira), era tricampeão nacional.

Perdoem-me aqueles que esperavam que retirasse da cartola um jogo desvanecido pelo esquecimento público e que se sentem defraudados por considerarem que este momento se trata de algo transversal a qualquer portista. Percebo o argumento e deixo a promessa de uma melhor reflexão numa próxima oportunidade.

Mas também por isso, por ser um portista de gema, não fui capaz de esquecer e ignorar aquelas lágrimas de êxtase que escorreram no meu rosto naquela ardente noite de Abril.

Foto de Capa: FC Porto

Artigo revisto por: Ana Rita Cristóvão

Bernardo Lobo Xavier
Bernardo Lobo Xavierhttp://www.bolanarede.pt
Fervoroso adepto do futebol que é, desde o berço, a sua grande paixão. Seja no ecrã de um computador a jogar Football Manager, num sintético a jogar com amigos ou, outrora, como praticante federado ou nos fins-de-semana passados no sofá a ver a Sporttv, anda sempre de braço dado com o desporto rei. Adepto e sócio do FC Porto e presença assídua no Estádio do Dragão. Lá fora sofre, desde tenra idade, pelo FC Barcelona. Guarda, ainda, um carinho muito especial pela Académica de Coimbra, clube do seu pai e da sua terra natal. De entre outros gostos destacam-se o fantástico campeonato norte-americano de basquetebol (NBA) e o circuito mundial de ténis, desporto do qual chegou, também, a ser praticante.

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