O que mudar no FC Porto da próxima época?

    Embora o segundo lugar dos dragões ainda não esteja garantindo, o FC Porto já tem praticamente a temporada desportiva fechada. E o que fica desta época é um sabor agridoce, muito por culpa da excelente campanha europeia e dos desaires nas provas internas. Durante o desenrolar das várias competições já olhamos para o que falhou, mas chegando a hora de encerrar mais um capítulo, é a altura de apontar baterias para o que pode mudar.

    Ainda existem muitas pontas soltas para 2021/2022. O principal processo por resolver é o da renovação de Sérgio Conceição, o que, dependendo do desfecho, pode alterar muita coisa no clube. Caso Sérgio se mantenha, é provável que o seu sistema de 4-4-2 não altere e o FC Porto continue com o esquema tático atual. Contudo, com a saída de Marega, e se não existirem soluções do agrado do técnico português, não seria uma surpresa se houvesse uma adoção do 4-3-3 como em algumas partidas desta temporada.

    A questão da profundidade do plantel precisa de ser resolvida. No início desta temporada os azuis e brancos pareciam ter recursos válidos para grande parte das posições, ainda que nas laterais a coisa se complicasse. Contudo, fomos percebendo que nem todos os elementos dão garantis a Sérgio Conceição. Cláudio Ramos, Sarr, Nanú, Carraça, Fábio Vieira, Romário Baró, Loum, Felipe Anderson, Evanilson e João Mário foram muito pouco utilizados – no total, somam 4788 minutos, apenas mais 1127 do que Jesús Corona, o homem com mais tempo de jogo nesta época.

    Sérgio Conceição, junto com o departamento de scouting do FC Porto, precisa de encontrar soluções reais, quer para o banco, quer para o onze inicial, que lhe possam dar mais garantias para fazer respirar a equipa, algo que acabou por influenciar em alguns resultados menos bons. A perda de pontos com equipas teoricamente mais acessíveis aconteceram, muitas das vezes, em jornadas a seguir a partidas difíceis/importantes.

    Algo que também precisa de mudar é a forma como a equipa tenta chegar à última linha adversária. Muitas das equipas já estudaram bem o FC Porto e perceberam que os homens da frente fazem grande proveito do espaço e das bolas aéreas nas costas da defesa, o que provoca um recuo no bloco defensivo dessas equipas.

    É usual vermos várias equipas da Primeira Liga a colocarem mais um homem na linha da defesa para terminar a estratégia ofensiva de Sérgio Conceição e o grande problema para o FC Porto é que isto resulta. Como os avançados azuis e brancos (Taremi e Marega) não criam tantos desequilíbrios por algumas limitações técnicas, cria-se uma séria dificuldade em criar oportunidades de golo.

    Por fim, o FC Porto precisa de melhorar o seu plantel. Não em todos os aspetos, mas principalmente nas posições laterais defensivas. Manafá conseguiu cumprir e foi notória a sua evolução nesta temporada, mas ainda não está ao nível de outros laterais que passaram pelo clube.

    FC Porto
    Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

    Zaidu tem algumas características que precisam de ser melhoradas, especialmente a nível de cruzamentos para a área e, simultaneamente, exibe alguma inexperiência tendo em conta o salto que deu na sua carreira. Existe também a necessidade de um central que possa substituir Pepe quando este apresente dificuldades a nível físico, para além do Diogo Leite que tem servido para os dois lugares.

    No centro do ataque, é essencial alguém que consiga dar trabalho aos defesas adversários. Isto é, ocupar os espaços, pressionar alto na saída de bola e, por vezes, conseguir descer no terreno para ajudar a equipa num momento defensivo.

    No centro do terreno, para além de Grujic ser uma solução válida (ainda não se sabe se poderá ficar ou não), o FC Porto tem de procurar outro médio com características mais área-a-área, que possa influenciar a equipa em momentos defensivos e ofensivos, tal como Herrera fazia com Sérgio Conceição.

    A olhar para a parte financeira do clube, num ano de encaixe significativo com as receitas da Liga dos Campeões, não será tarefa difícil para o FC Porto investir em quatro ou cinco elementos que possam fazer com que a equipa tenha, definitivamente, uma maior profundidade no plantel.

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    Tiago Moura
    Tiago Mourahttp://www.bolanarede.pt
    Desde criança a colecionar cromos e recortes de jornais de vários jogadores até às longas carreiras nos videojogos no seu clube do coração, foram muitas as alegrias que o desporto rei lhe proporcionou. Assume ficar fulo quando não consegue acompanhar um jogo da equipa da cidade Invicta, mas no que toca a tudo o que acontece à volta do seu clube sente a obrigação de estar sempre atualizado. Estuda Ciências da Comunicação e é através da escrita que se prefere expressar.