Visitava o Dragão uma equipa que, fora da sua casa, só havia vencido em casa (emprestada) do Casa Pia. Apesar de dois ou três lampejos ofensivos na primeira meia-hora por parte do Estrela da Amadora, percebia-se que bastava ao FC Porto abrir asas e voar. Ainda no primeiro tempo ficaram sem uma das asas, com a lesão grave de Zaidu, mas usaram da outra para ultrapassar em voo a turma da Reboleira.
Os duelos individuais pela ala direita não estavam a sair bem, com Francisco Conceição a quase nunca bater em drible Nilton Varela, mas a insistente ajuda de João Mário permitiu desbloquear a ala. Léo Jabá, numa primeira instância, e André, depois, tentavam ajudar a fechar o lado esquerdo da defesa amadorense, por vezes formando quase uma linha de seis homens na defesa.
Ainda assim, João Mário e Francisco Conceição conseguiram combinar bem e abrir espaços por esse lado. Foi por aí que surgiram as melhores ocasiões de perigo dos azuis-e-brancos e foi por aí que chegaram os golos da vitória portista, com João Mário a assistir primeiro e a marcar depois.
O já típico underlap do lateral-direito permitiu suprir as dificuldades que Francisco Conceição estava a ter no 1×1 com o ala estrelista e dinamitar uma defesa muito baixa e muito compacta da equipa de Sérgio Vieira. O Dragão perdeu uma asa, mas usou a outra e mostrou, depois de duas jornadas sem levantar voo, que ainda tem forças para descolar. Mas, diga-se, o arsenal de defesa do Estrela da Amadora não é sequer comparável ao do próximo adversário do FC Porto…
BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
FC Porto
Sérgio Conceição:
“A vitória não atenua nada, os pontos perdidos continuam perdidos”.
“Sabíamos que tínhamos de ser pacientes”.
“Estivemos melhor no momento da perda, nas transições ataque-defesa, em relação ao jogo em Arouca”.
“Conseguimos criar por fora e também algumas vezes por dentro”.
“Em termos motivacionais, é sempre melhor trabalhar em cima de vitórias, mas não é isso que vai mudar a forma de trabalhar”.
“O importante é o que fazemos com a posse de bola para marcar golos ao adversário”.
“O Zaidu poderá não jogar mais esta época”.
“O Otávio está a viver um momento de sonho. Tem de ser o Otávio que era no Famalicão. Tem uma característica que eu gosto: sabe ouvir”.
“É sempre importante entrar bem no jogo, seja na primeira ou na segunda parte”.
“A ganhar 2-0, geri o esforço dos atletas”.
“Os adeptos não são o 12º jogador, são o primeiro”.
“O que senti neste jogo foi um bocadinho diferente do que tenho sentido nos anos em que tenho estado aqui”.
“Ainda temos muitas coisas para conquistar”.
Estrela da Amadora
BnR: Pouco após a saída forçada de Zaidu, Léo Jabá trocou de ala com André. Essa permuta esteve relacionada com essa mudança do lado do FC Porto ou foi por outros motivos?
Sérgio Vieira: Nós por vezes jogamos com os extremos de pé contrário. Sentimos, por exemplo, quando jogamos em casa, que criamos dificuldades aos nossos adversários. O André já teve diversos jogos em que faz movimentos interessantes da direita para dentro. Infelizmente, não estava a sair bem, estava a ser marcado. Foi uma tentativa de que pudéssemos entrar mais na profundidade e que eles tivessem o pé dominante do lado da bola e protegessem com o corpo o lado de dentro, quer o Jabá pelo lado direito, quer o André pelo lado esquerdo. Foi uma tentativa de termos situações de maior perigo nas transições e até depois conseguirmos transitar nos momentos em que recuperávamos a posse.
Outras declarações:
“Sabíamos que era um jogo difícil e tornou-se mais difícil durante a semana quando perdemos jogadores”.
“Infelizmente, não conseguimos subir a pressão de uma forma mais intensa e organizada”.
“Fomos organizados até ao golo, mas cometemos o erro ao subir a linha de pressão”.
“Não só no processo defensivo não conseguimos ser mais intenso, como também não conseguimos ter a verticalidade que queríamos”.
“Ficam as coisas boas, como o nosso rigor defensivo em quase todo o jogo”.
“Houve mérito do FC Porto e demérito da nossa parte na segunda parte”.
“Fica a nossa intenção na preparação, não na prática”.