A CRÓNICA: Surpresa tática
Depois de saber do deslize do SL Benfica no Bonfim (1-1), o FC Porto entrou em campo com a responsabilidade e a motivação de alargar a vantagem no primeiro lugar do campeonato. O Rio Ave foi um osso duro de roer e a luta pelo título mantém-se igual.
Os dragões entraram por cima do jogo, com uma oportunidade de Sérgio Oliveira aos 4′, mas encontraram dificuldades em penetrar na defensiva vilacondense. Os azuis e brancos acabaram por chegar à vantagem ao minuto 18, na sequência de um canto, com Danilo a cabecear para defesa de Kieszek e Nakajima, no ressalto, a assistir Mbemba para o primeiro golo da noite no Dragão.
O Rio Ave não se deixou abater com a desvantagem e equilibrou mesmo o marcador, numa altura em que conseguiu também equilibrar a partida. Taremi combinou com Diogo Figueiras, passou por Marcano e atirou para o fundo das redes de Marchesín, numa jogada em que a defesa portista ficou parada a olhar para a bola. O jogo chegava ao meio tempo empatado e com os homens da casa a terem uma tarefa árdua pela frente.
Na segunda parte, Sérgio Conceição mudou o sistema tático, mas as dificuldades persistiram. Os dragões ainda marcaram aos 78′, mas, com a ajuda do VAR, Artur Soares Dias invalidou o golo.O Rio Ave assumiu uma posição de contra-golpe e saiu-se muito bem nessa tarefa, tendo uma oportunidade flagrante de Taremi desperdiçada.
Os dragões não aproveitam, assim, o deslize do SL Benfica e mantêm a vantagem de um ponto sobre a equipa lisboeta.
A FIGURA
Chancel Mbemba – O defesa central congolês marcou e ganhou praticamente todos os duelos, sendo uma verdadeira muralha no caminho do Rio Ave FC.
O FORA DE JOGO
Lucas Piazon – O antigo jogador do Chelsea não conseguiu desiquilibrar na sua faixa, ao contrário do colega Nuno Santos
ANÁLISE TÁTICA – RIO AVE FC
O Rio Ave FC apresentou-se em 4-4-2, com Nélson Monte à direita, com Diogo Figueiras a subir no terreno e com Piazon a juntar-se a Taremi na frente de ataque. O FC Porto pareceu vulnerável a esta alteração tática de Carvalhal e teve dificuldades. No processo ofensivo, o Rio Ave FC procurou, sobretudo, lançar bolas longas nas costas da defesa azul e branca e sair rápido em contra-ataque.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Kieszek (5)
Diogo Figueiras (6)
Borevkovic (6)
Nélson Monte (6)
Aderllan Santos (6)
Pedro Amaral (6)
Tarantini (6)
Al Musrati (6)
Nuno Santos (6)
Mehdi Taremi (6)
Piazón (5[tps_header][/tps_header])
SUBS UTILIZADOS
Gelson Dala (6)
Mané (6)
Júnio Rocha (6)
ANÁLISE TÁTICA – FC PORTO
O FC Porto apresentou-se no seu sistema tático normal, com a única alteração face ao último jogo do campeonato a ser Nakajima. O nipónico trouxe caraterísticas diferentes ao ataque do FC Porto, ao envolver-se entre linhas, apesar de, por vezes, ocupar os mesmos espaços de Marega e Soares e confundir os próprios colegas de equipa. Na segunda parte, Sérgio Conceição lançou Aboubakar e Fábio Silva, mas as substituições não surtiram resultado.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Marchesín (6)
Corona (6)
Mbemba (7)
Marcano (6)
Alex Telles (6)
Otávio (6)
Danilo (6)
Sérgio Oliveira (6)
Nakajima (6)
Marega (6)
Soares (6)
SUBS UTILIZADOS
Romário Baró (6)
Aboubakar (6)
Fábio Silva (6)
BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
FC PORTO
Sérgio Conceição
«Não fiquei surpreendido com os três centrais do Rio Ave. À medida que o campeonato vai avançando, vai ficar mais complicado. É escandaloso, este árbitro, que em termos de cotação é dos melhores árbitros do futebol português, não assinalar a grande penalidade sobre o Alex Telles»
RIO AVE FC
Bola na Rede: A mudança do sistema tático do Rio Ave mexeu com o jogo e deixou o FC Porto desconfortável. Qual foi o principal aspeto da sua análise ao adversário na preparação para este jogo que o fez inovar?
Carlos Carvalhal: O Rio Ave começa a época com o treinador a dizer que ia basear o jogo em conceitos, sair a três, a quatro, a dois, alternar dois pontas de lança, é algo que a equipa percebe, porque foi o desafio lançado. Com os jogadores a perceber cada vez mais a nossas ideias, começámos a melhorar , dissemos-lhes que iam dar um salto tático.
Quando o FC Porto tinha a bola no guarda-redes, o Figueiras avançava e tínhamos uma linha de quatro. A partir do momento em que eles passavam, baixavam para linha de cinco. A ideia era fazer afundar a bola no corredor, e termos sempre três jogadores apontados ao último reduto do FC Porto, se o lateral tivesse que fechar no Nuno, tínhamos mais um homem do outro lado , tínhamos sempre um homem, quisemos puxar o FC Porto para um lado e descobrir o outro lado.