Quando o amor bate à porta

    eternamocidade

    No rescaldo de mais uma importante vitória na Liga dos Campeões, dedico este texto a um dos jogadores que mais me tem surpreendido. Tendo em conta aquilo que se tem visto deste FC Porto, acredito que já saiba quem é o protagonista desta história. Falo, pois claro, de André Filipe Brás André, mais conhecido no mundo do futebol por André André.

    Filho do antigo médio do FC Porto António André, chegou no verão de 2015 ao clube azul e branco, onde já tinha estado em 2007 na equipa de juniores. Depois, veio o Varzim, Deportivo B e V. Guimarães, onde se notabilizou. Nas mãos do agora rival Rui Vitória, André foi um dos principais destaques do campeonato português da época passada. Depois da cidade-berço, veio a invicta. Ao olhar para a composição dos médios à disposição de Lopetegui, era pouco provável acreditar que André pudesse ser titular. Herrera mantinha-se no Dragão e a chegada de Imbula, tendo em conta o valor da transferência, adivinhava vida difícil para o médio português.

    A verdade é que, em treze jogos oficiais até ao momento, André André esteve sempre presente. A deslocação a Arouca foi o primeiro jogo a titular. Desde esse momento, André apenas não começou de início na Taça de Portugal com o Varzim. Aquilo que se estranhava rapidamente se estranhou. Lopetegui percebeu isso e hoje em dia, o FC Porto já é André André e mais dez. Para mal dos pecados de Herrera e até Imbula, André é quase um eucalipto que tem secado tudo à sua volta. Quem olha para as exibições portistas sabe que, à partida, tem algo garantido: André André vai ser sempre uma das principais figuras. Jogue melhor ou pior, a verdade é que ele nunca se esconde e procura sempre pegar na equipa, nos bons e maus momentos.

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    André André tem sido figura de destaque
    Fonte: fcporto.pt

    Tal como escrevi no último artigo, o FC Porto 2015/2016 ainda me intriga. A irregularidade exibicional – basta ver a diferença entre o jogo com o Sp. Braga e o Maccabi – continua a ser tão constante que até já parece natural. Ainda assim, no meio das crónicas de cada jogo, há sempre alguém que supera toda e qualquer irregularidade que apareça: chama-se André André. Por isso é que, por consequência, até Fernando Santos já lhe reserva um lugar na seleção nacional rumo ao Euro 2016. Passo a passo, sendo sempre dono do seu destino, é já indesmentível considerar André como um dos melhores médios portugueses na atualidade. Algo que, até há bem pouco tempo, poucos ou nenhuns acreditavam. A exceção talvez fosse o próprio André que, por aquilo que demonstra no relvado, é um jogador do tamanho dos seus sonhos.

    Com uma época tão desgastante pela frente, tenho a certeza que, nas próximas semanas, verei, porque o futebol é mesmo isso, muitas críticas ao treinador e a muitos jogadores. Mas, numa ingénua crença, quase que aposto que muito dificilmente verei críticas a André André. E isto porque, por muito mal que possa jogar, será sempre um jogador com a mística FC Porto. E isso, dentro de campo, por vezes é mais importante do que fazer uma assistência ou um golo.

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