Este sábado joga-se no Estádio do Dragão uma cartada que pode ser decisiva nas contas de ambas as equipas pelo título. O FC Porto vive o melhor momento da época, recuperou recentemente cinco pontos ao líder e pode, em caso de vitória, ascender ao topo da classificação, ainda que à condição. Por outro lado, os comandados de Jorge Jesus, carregam sobre os ombros a pressão da ausência de margem de erro. Uma derrota no Dragão atirará o Sporting para fora da luta pelo título e deixará, ainda, as coisas bastante complicadas no que à entrada direta na Liga dos Campeões diz respeito. Hoje, ao contrário do habitual, escrevo sobre a formação leonina e aquilo que são as minhas expetativas em relação ao que os leões podem ou não mostrar.
O Estádio do Dragão é, por norma, um palco de más recordações para Jorge Jesus que, à exceção da vitória (1-3) da época passada e de uma meia vitória numa eliminatória da Taça em 2010/11 (0-2), ainda no Benfica, saiu de lá quase sempre sem razões para sorrir. Desta vez, o contexto não é, de todo, favorável. A experiência do catedrático pode, contudo, ser decisiva na busca pelo que mais importa: os três pontos. O mercado de janeiro operou uma cirúrgica revolução no plantel leonino. As entradas de Podence, Francisco Geraldes e João Palhinha tiveram o condão de criar novas expetativas na massa associativa, sedenta de prata da casa que sinta na pele o que é “Ser Sporting”. A classificação e o momento atual da equipa não é condizente com a sua real valia, portanto todos os cuidados serão poucos na abordagem ao jogo por parte de NES e seus pupilos.
JJ vem-nos habituando a várias invenções nos momentos decisivos, ainda que venha perdendo esse hábito nos últimos anos. Nesse sentido, é de esperar que neste jogo, a formação a apresentar não fugirá muito deste figurino: Rui Patrício na baliza, Schelotto, Coates, Ruben Semedo e Bruno César na defesa, Palhinha (substituto natural face à ausência de William, ainda que corram boatos de que JJ venha a trabalhar Francisco Geraldes para a posição) e Adrien com as despesas do meio campo, Gelson e Campbell (pessoalmente, sou admirador das capacidades do costa riquenho quando encostado à esquerda do ataque) nas alas e Bryan Ruiz no apoio ao matador Bas Dost. E é precisamente com este mortífero atacante que a dupla não menos eficaz Felipe-Marcano terá de despender grandes atenções. Além disso, cada um deles terá de corresponder sempre que necessário nas dobras aos respetivos laterais, pois perspetivam-se algumas dificuldades para suster as incursões de Gelson e Campbell.
Já no extremo oposto do campo poderá estar a maior arma dos dragões. O FC Porto poderá tirar alguns dividendos do futebol direto que não raras vezes utiliza. A velocidade dos seus atacantes, aliada a alguma dureza de rins da defensiva contrária poderá ter influência no desfecho final que se espera, claro, favorável aos dragões.
Foto de Capa: FC Porto