Depois de Paulo Fonseca, Julen Lopetegui e José Peseiro, Nuno Espírito Santo está, finalmente, a conquistar a massa associativa dos Dragões com a qualidade de jogo que a equipa tem apresentado. Pode-se argumentar que o FC Porto está eliminado da Taça de Portugal e não lidera o campeonato mas a verdade é que a equipa tem apresentado bom futebol e, acima de tudo, muita garra e ambição de vencer.
Muito se tem falado ao longo dos últimos anos da falta de mística que os jogadores do FC Porto apresentam. Muitas são as soluções apresentadas e comentadas pelos adeptos, como por exemplo a aposta nas camadas jovens do clube. A realidade é que este FC Porto, quando demonstra que joga à imagem dos pilares de Nuno Espírito Santo, tem apresentado algo que as equipas dos outros três treinadores referidos não continham: a mística.
Nesta época, os adeptos já presenciaram grandes momentos que fizeram reviver essa tão característica chama de Dragão que tão bem caracteriza a Invicta e tudo aquilo que envolve o clube. A classe e o festejo de Rui Pedro, o pontapé de raiva de Danilo Pereira, as lágrimas de Luís Gonçalves ou a reviravolta em Brugge são claros momentos em que a vontade de vencer veio ao de cima e assegurou a alegria aos adeptos azuis e brancos. Na conferência de imprensa após o jogo contra o CD Chaves, Nuno Espírito Santo referiu que a equipa tem caráter e nunca se rende. Na minha opinião, estas palavras proferidas pelo treinador dos Dragões são os dois ingredientes essenciais para explicar aquilo que é um “jogador à Porto” e o que é a tão conhecida mística que os adeptos tanto procuram.
A juntar a tudo isto, parece que o Senhor Presidente leu o artigo que redigi há tempos para o Bola na Rede e decidiu redifinir a postura de comunicação do clube. É verdade que os Dragões Diários ainda pecam por existir mas é bom ver que até o próprio Presidente está a dar sinais de vida e de luta contra as injustiças cometidas contra o clube que nunca foi e nunca será o “clube central ou o clube do povo”.
Por todas estas razões, acredito firmemente que 2017 será o ano em que os Aliados se vão encher de azul e branco. Afinal de contas, este FC Porto já mostrou que não se vai render e que vai procurar jogar sempre para além dos seus limites. E, afinal de contas, foi isto que tornou o passado do clube num “livro de honra de vitórias sem igual”.
Foto de Capa: FC Porto