Sérgio Conceição igualou o recorde de 215 vitórias de José Maria Pedroto no comando técnico do FC Porto na sequência da goleada na receção ao Arouca, em jogo para a 14.ª ronda da I Liga. Conceição selou o 215.º triunfo em 298 jogos em todas as provas à frente do FC Porto, que orienta desde 2017, igualando a marca fixada por Pedroto em 322 jogos, celebrados com um sabor especial, no dia do 85.º aniversário do presidente Jorge Nuno Pinto da Costa.
Caracteriza-se por ser uma pessoa de personalidade forte, o que se revela ser uma excelente qualidade para gerir um plantel numeroso, aplicando disciplina no balneário. Por sua vez, esta qualidade pode levar a uma teimosia numa só visão de jogo, que pode afetar as decisões tomadas no decorrer de uma partida, podendo até custar alguns pontos à equipa. Contudo, ao longo dos anos nota-se uma ligeira melhoria, com novas perspetivas de jogo e um aceitar de outras opiniões.
Outra grande característica é a capacidade de se reestruturar, a cada ano que passou na invicta foram-lhe sempre “retiradas” peças importantes do seu xadrez tático, mas nem por isso cruzou os braços e tentou sempre arranjar novas soluções.
Tudo isto, ligado ao seu grande amor e estima pelo clube tornam-no num dos melhores que se sentou na cadeira de sonho e um dos favoritos do mar azul.
O mister, no sexto ano de Dragão ao peito, soma três campeonatos, duas Taças de Portugal e duas Supertaças. Na presente época encontra-se a disputar todas as competições em que se encontra envolvido.
O próprio na gala dos Dragões de Ouro deixou-nos a sua pequena retrospetiva do ano de 2022: “Um ano de vitórias, de conquistas, de títulos. Um ano de dificuldades, de desafios superados. Acima de tudo, um ano a corresponder às elevadas expectativas e exigências dos adeptos. Obrigado pelo vosso apoio e pelo vosso reconhecimento!”
Pinto da Costa também fez questão de enaltecer todo o trabalho feito até aos dias de hoje por Sérgio Conceição:
“Eu percebi que o Sérgio daria treinador quando ele assumiu o comando do SC Olhanense. Não conheço nenhum clube que fosse tão difícil de trabalhar, que tivesse tantos problemas. Conheço o Sérgio desde o seus 16 anos e vejo-o quase como um familiar. Sempre gostei muito dele. E comecei a acompanhar o trabalho dele. Falava com o presidente do Olhanense, que me dizia maravilhas: ‘Nós não temos nada, mas este treinador consegue segurar-nos.’ Acompanhei a carreira dele também no SC Braga, onde faz um trabalho fantástico, mas perde uma Taça de Portugal a três ou quatro minutos do final por causa do erro de um defesa… A dificuldade, depois, foi libertá-lo do Nantes. Expliquei-lhe que já o tinha desejado anteriormente e ele percebeu ser uma aposta minha. Entusiasmou-se e disse que ia ser treinador do FC Porto. Depois, o seu percurso e a sua capacidade são as que se veem. É realmente o treinador que considero mais parecido com o espírito do Pedroto. Estamos identificados nos objetivos, nas dificuldades, nos inimigos e, sobretudo, num princípio, que é até morrer…”