Masterclass de Sérgio Conceição | FC Porto

    Em mais uma vitória à boleia de Sérgio Conceição o FC Porto deslocou-se ao Estádio da Luz e voltou a vencer o SL Benfica, num jogo onde o treinador português demonstrou, uma vez mais, a sua leitura de jogo aprimorada perante uma equipa que está a fazer uma das melhores épocas nos últimos anos, tanto a nível nacional como internacional.

    À entrada para o clássico, dez pontos separavam as duas equipas com os encarnados a chegarem com sete vitórias consecutivas e a praticar um futebol super ofensivo e numa fase em que tudo corre bem, e esse fator foi visível no primeiro e único golo da formação de Roger Schmidt após o cabeceamento e Gonçalo Ramos na barra e a bola a embater nas costas de Diogo Costa.

    O objetivo era ocultar alguns dos jogadores mais determinantes do SL Benfica. Rafa, um dos melhores, no nosso campeonato, a jogar entrelinhas, sempre muito elétrico e com uma velocidade acima dos demais, João Mário no jogo interior assim com o Ausrnes, Grimaldo muito forte a aproveitar a profundidade e Gonçalo Ramos no jogo de apoio e claro, a sua finalização. Todos os descritos não estiveram a um nível habitual, graças à inteligência na preparação dos azuis e brancos e claro, na execução dos atletas, bem feita, do plano pensado para o jogo.

    O FC Porto pressionou a toda a largura com quatro homens na frente e marcou a saída de bola dos encarnados, algo que os deixou bastante desconfortáveis. Taremi, Otávio, Pepê e Galeno, obrigando as águias a “bater” na frente e os dragões a ganhar num requisito onde são mais fortes que os demais adversários do campeonato, o jogo aéreo e as segundas bolas, com Grujic e Uribe a serem determinantes neste fator. Quando o SL Benfica saltava essa pressão, os azuis e brancos conseguiam levar os líderes do campeonato para as alas, deixando-os desconfortáveis nesse requisito, apesar do golo ter surgido daí.

    Os encarnados não se encontraram em campo. A agressividade nas jogadas divididas deixou o SL Benfica, que prefere um adversário que jogue mais na expectativa, num contexto que não estão habituados e o dados estatísticos comprovam isso. Sendo uma das equipas da europa que mais fazem golos e têm sempre uma posse de bola acima do seu oponente, apenas fizeram um remate enquadrado com a baliza e tiveram 47% de posse.

    Um jogo que podia ter “descambado”, tendo em conta o golo madrugador dos encarnados, mas apenas reforçou a necessidade do FC Porto ir atrás do resultado e parece que ao contrário do que o resultado ditava, os comandados de Sérgio Conceição começaram a ganhar nesse momento.

    As exibições individuais de jogadores que não viviam o melhor momento fizeram a diferença para os dragões. Taremi, muito importante no apoio ao meio campo e encontrou-se com a baliza, Otávio (melhor da época do FC Porto) na boa leitura de jogo para saber quando pressionar Chiquinho ou os defesas, Galeno a aproveitar as fragilidades de Gilberto. Grujic forte nas interceções, dando ao Uribe mais liberdade para construir e pressionar mais próximo da área e o Pepê sempre muito elétrico, fosse a defender ou a atacar.

    Sem esquecer o grande trabalho da linha defensiva. A pergunta é, o Pepe tem mesmo 40 anos?. Volta de lesão, num jogo de alta intensidade e exibesse num nível altíssimo. Leitura e posicionamento fora de série, será sempre uma opção válida estando disponível.

    Mais uma vez, Sérgio Conceição e a sua equipa demonstraram que têm qualidade para vencer o campeonato e que em jogos “grandes” superiorizam-se, não só a nível tático como anímico. Um jogo que deixa espelhado toda a qualidade do plantel portista e do que poderia ter sido o campeonato do FC Porto se houvesse regularidade.

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    Miguel Costa
    Miguel Costa
    Licenciado em Jornalismo e Comunicação, o Miguel é um apaixonado por desporto, algo que sempre esteve ligado à sua vida. Natural de Santiago do Cacém, o jornalismo desportivo é o seu grande objetivo. Tem sempre uma opinião na “ponta da língua”, nunca esquecendo a verdade desportiva. Escreve com acordo ortográfico.