Na semana passada, a imprensa desportiva noticiou que o empresário de Jesús Corona ofereceu os serviços do jogador a “custo zero”, após terminar o seu contrato com o FC Porto, a troca de dez milhões de euros, em comissões.
O problema desta notícia está na ética ou falta dela por parte do agente do mexicano, que à luz das regras da FIFA, cometeu uma ilegalidade. As normas desportivas acerca deste assunto referem que apenas a 6 meses do fim do vínculo laboral com o clube atual é que o jogador em questão pode negociar livremente com outro emblema qualquer, sem prestar esclarecimentos à sua entidade patronal.
Deste modo, apesar de Corona estar já a um ano de expirar o seu contrato, este prazo ainda não respeita o prazo legal, pelo que o FC Porto tem motivos para apresentar uma queixa contra Matias Bunge.
🔵 O empresário de Jesús Corona 🇲🇽 propôs ao Atlético de Madrid a contratação do mexicano a custo 0 com um prémio de assinatura de 10M€. O clube espanhol alertou o FC Porto depois do sucedido, revelou o jornalista Vítor Pinto 🎙️ pic.twitter.com/wpRsDOKfHg
— Mercado do Dragão (@MDragao1893) June 10, 2021
No entanto, falta saber se Corona consentiu este comportamento por parte do seu empresário, algo que não seria muito surpreendente, uma vez que o jogador, em declarações recentes, deu a entender estar aberto a qualquer opção, pelo que a renovação não é uma obsessão para “Tecatito”. Porém, este comportamento pode ser claramente visto como uma “traição” para com o FC Porto, além de poder ser também um ato que lesaria diretamente os interesses dos portistas, caso o Club Atlético Madrid aceitasse fazer parte deste negócio, os dragões iam ver um dos seus principais ativos sair sem qualquer compensação financeira.
Por outro lado, esta informação que saiu a público mostra mais uma vez que os agentes de futebol são um grande problema no futebol mundial, que tentam colocar os clubes reféns dos jogadores e que só uma coisa os move, o dinheiro. E a pergunta que se coloca a estes agente é a seguinte: O que é mais importante, a carreira do seu agenciado ou o dinheiro que possam ganhar com eles? Perante esta notícia, a resposta não parece ser difícil de adivinhar, infelizmente…
Neste caso, parece claro que o FC Porto tem de ter mão pesada sobre este caso, até para que esta situação possa servir de exemplo para outros casos que possam vir a acontecer. Ou seja, ou Corona se desfaz do seu empresário e renova, mostrando a sua boa-fé com o emblema azul e branco, ou a sua saída neste defeso parece inevitável. Digo isto, porque a ideia do empresário parece já está definida, não esquecendo do estratagema que já arranjou na última renovação com a cláusula de rescisão, pelo que o FC Porto se quer vir ainda a ser ressarcido pelo passe do jogador, a venda será a melhor solução.
Desta forma, apesar da conduta do empresário, “Tecatito” também não fica muito bem na fotografia e arrisca-se a sair do Estádio do Dragão pela porta pequena. Este comportamento em nada espelha a classe que Corona espalha semanalmente nos relvados, mas já se sabe, as ações ficam para quem as pratica.