Temos talento dentro de portas!

    Com uma semana marcada por dois jogos de elevado grau de dificuldade, o FC Porto continua obrigado a esticar o plantel como pode. As lesões e os castigos sucedem-se e, quando se pensa que se perdeu uma peça fundamental do onze, outra parece emergir com igual capacidade. Pelo meio, temos visto a “prata da casa” vir ao de cima, com jogadores da formação a carimbarem exibições de qualidade e a agarrarem as oportunidades deixadas em aberto.

    O clássico da última jornada, frente ao Sporting CP, ficou marcado por uma situação pouco vista pelos lados do Dragão nos últimos anos. Entre o lote de titulares contavam-se três jogadores oriundos da formação azul e branca: Sérgio Oliveira, Diogo Dalot e Gonçalo Paciência. Apesar de os espaços na equipa terem surgido em momentos diferentes para cada um deles, foi frente aos leões que alinharam juntos pela primeira vez no onze inicial, deixando em campo a certeza de que o futuro do principal escalão tem vindo a ser bem trabalhado desde trás e que também dentro de portas se encontram soluções de qualidade para serem trabalhadas, neste caso, por Sérgio Conceição.

    A lesão de Danilo, ainda em Janeiro e por alturas da meia-final da Taça da Liga, fazia prever uma dor de cabeça para o técnico azul e branco. Até então um dos indiscutíveis, teria de ficar de fora várias semanas e era preciso fazer com que a equipa não se ressentisse e continuasse no caminho das vitórias. Para isso, saltou da “lista de espera” Sérgio Oliveira. O médio, que já tinha vindo a mostrar serviço nos jogos em que era lançado por Sérgio Conceição, agarrou a titularidade, encaixando na perfeição com Herrera no 4x4x2 projectado pelo treinador. Com a ausência de Alex Telles, após lesão na segunda parte do Estoril, assumiu também as bolas paradas e tem sido um dos mais influentes em campo.

    O trio oriundo da formação azul e branca alinhou junto, pela primeira vez, frente ao Sporting CP
    Fonte: FC Porto

    Para Gonçalo Paciência e Diogo Dalot a oportunidade chegou mais tarde. O avançado fez a sua estreia a titular precisamente frente ao Sporting CP, e foi dele que saiu o passe para o golo da vitória, marcado por Brahimi. Esteve em destaque na meia época ao serviço do Vitória FC, dando sobretudo nas vistas na final four da Taça da Liga, e conseguiu o regresso “a casa” para a segunda volta do campeonato. No entanto, com Marega em grande forma e Soares a aproveitar bem a ausência de Aboubakar, foi somando apenas alguns minutos, mas é o próprio a admitir que está em crescimento, que se encontra mais maduro e que ainda vai ajudar muito a equipa. Já Diogo Dalot viu a porta abrir-se com a lesão de Alex Telles. Realizou os primeiros minutos no Dragão, na goleada frente ao Rio Ave FC, como suplente utilizado, mas na jornada seguinte saltou para o onze inicial, no qual se manteve para o “clássico”. Com apenas 18 anos de idade é considerado um lateral promissor, com uma boa leitura de jogo, capaz de subir no terreno com qualidade e sem comprometer nas suas tarefas defensivas. O seu bom desempenho tem sido alvo de atenção na Europa, sendo já falado o interesse do FC Bayern de Munique em contratar os seus serviços.

    Se o início da época fazia prever complicações para Sérgio Conceição, com o acumular do desgaste dos jogadores, os castigos e as lesões, a verdade é que a capacidade de gestão dos recursos disponíveis parece estar não só a ter bons resultados no imediato, mas também a abrir portas para opções futuras. Numa altura em que os problemas financeiros fizeram conter as despesas, é importante perceber que a formação tem sido capaz de fazer crescer atletas com qualidade, jovens talentos aptos para evoluirem e trabalharem de igual para igual com o restante plantel do escalão principal.

    Foto de Capa: FC Porto

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    Joana Quintas
    Joana Quintashttp://www.bolanarede.pt
    O gosto pela escrita e a paixão pelo desporto, particularmente pelo futebol, tornaram claro que o jornalismo desportivo seria o caminho a seguir. A Joana é licenciada em Ciências da Comunicação, gosta de estar atenta ao que a rodeia e tem, por norma, sempre uma palavra a dizer sobre tudo.                                                                                                                                                 A Joana não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.