CD Tondela 1-3 FC Porto: Matador iraniano à solta na Beira Alta

    A CRÓNICA: REMONTADA COM DIREITO A HATTRICK

    O Estádio João Cardoso vestiu-se de gala para receber o encontro entre CD Tondela e FC Porto, com o ambiente no recinto a regressar ao que se verificava na receção aos “grandes” em tempos pré-pandemia.

    Num começo a todo o gás, os homens da casa não podiam ter pedido melhor início de jogo: logo aos quatro minutos, Salvador Agra cobrou um livre lateral e Neto Borges desviou subtilmente, abrindo as hostilidades. Surpresa precoce em Tondela.

    Os portistas puxaram prontamente o controlo do jogo para si, galvanizados por um apoio constante dos adeptos nortenhos que viajaram até ao Estádio João Cardoso. Em troca, a equipa ofereceu o golo do empate, ao minuto 20.

    Uma grande incursão de João Mário pela direita (algo habitual ao longo de todo o jogo) levou o lateral português à linha final, cruzando para um desvio falhado de Evanilson e, consequentemente, uma sobra aproveitada por Taremi. Estava reposto o empate na Beira Alta.

    Aos 28 minutos, uma má saída de bola por parte de Eduardo Quaresma “entregou o ouro ao bandido”, com Taremi a isolar-se e a ser rasteirado por Undabarrena, o que provocou a expulsão do médio espanhol dos beirões.

    Em superioridade numérica, o Porto começou a dominar (ainda mais) a posse de bola, com o Tondela remetido às saídas rápidas de Murillo e Agra. Na sequência de mais um livre à entrada da área tondelense, Trigueira largou o remate de Uribe e, na emenda, Taremi bisou na partida e duplicou a vantagem dos “dragões”. Reviravolta a poucos minutos do intervalo.

    Já na segunda parte, os lances de verdadeiro perigo tardaram em aparecer em Tondela. Foi necessário esperar até aos 70 minutos para que as balizas tivessem ação por perto, mas o lance em que Marcano acaba por introduzir a bola na baliza de Trigueira foi invalidado por fora de jogo.

    O ponto final na partida veio ao minuto 79, com Fábio Vieira a descobrir Taremi que só teve que encostar para completar o hattrick. O Porto materializava finalmente a superioridade que demonstrou nesta segunda parte.

    Os “dragões” venceram assim o Tondela na Beira Alta, num jogo que começou da pior forma mas que acabou por, paulatinamente, ir sorrindo aos homens da “Cidade Invicta”.

     

    A FIGURA

    Taremi
    Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

    Mehdi Taremi – Os três golos do craque iraniano não deixam margem para dúvidas sobre quem foi a figura desta partida. A habitual frieza em frente à baliza esteve em evidência e mostrou o instinto matador que tão bem conhecemos. Notável exibição em Tondela.

     

    O FORA DE JOGO

    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Eduardo Quaresma – Colocou em cheque toda a equipa do Tondela no lance em que perdeu a bola de forma infantil e do qual resultou a expulsão de Undabarrena. Para além disso, esteve sempre muito inseguro nas suas ações e perdeu várias bolas na saída a jogar.

     

    ANÁLISE TÁTICA –  CD TONDELA

    O habitual 4-3-3 do Tondela foi desmanchado pouco antes da meia hora de jogo, fruto da expulsão de Undabarrena. A partir daí em 4-4-1, os homens de Pako Ayestarán tentaram valer-se da velocidade de Murillo e de Agra para surpreender a defesa adversária, com Dadashov como referência ofensiva.

    A defender, Tiago Almeida foi constantemente posto à prova por Luis Díaz, assim como João Mário incomodou Neto Borges do outro lado. Ao centro, Sagnan e Quaresma vacilaram em alguns momentos.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Pedro Trigueira (5)

    Tiago Almeida (4)

    Sagnan (5)

    Eduardo Quaresma (4)

    Neto Borges (5)

    Pedro Augusto (5)

    Undabarrena (-)

    João Pedro (6)

    Jhon Murillo (6)

    Salvador Agra (6)

    Dadashov (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Bebeto (5)

    Manu Hernando (5)

    Khacef (-)

    Rafael Barbosa (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – FC PORTO

    Sérgio Conceição manteve-se fiel ao 4-4-2, mas na frente foi Evanilson a fazer companhia a Taremi. No centro do terreno, Vítor Ferreira comandou a “sala de máquinas”, protegido por Uribe. Já nas alas, João Mário aproveitou bem as incursões de Otávio pelo meio para se projetar na direita,  enquanto Luis Díaz era quem mais fazia mexer à esquerda.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Diogo Costa (6)

    João Mário (6)

    Pepe (5)

    Marcano (6)

    Zaidu (5)

    Otávio (6)

    Matheus Uribe (6)

    Vítor Ferreira (6)

    Luis Díaz (7)

    Evanilson (5)

    Mehdi Taremi (8)

    SUBS UTILIZADOS

    Corona (5)

    Sérgio Oliveira (5)

    Fábio Vieira (6)

    Francisco Conceição (-)

    Pêpê (-)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    CD Tondela

    BnR: Na altura da expulsão decidiu manter dois médios apenas, em vez de tirar alguém da frente e reforçar o centro. Sente que isto acabou por dar demasiado espaço ao FC Porto por dentro?

    Pako Ayestarán: Para pôr alguém ali, só com dez, tens que passar para outro esquema tático. Quando a “toalha é curta”, não podes tapar o corpo todo, e foi isso que aconteceu com menos um jogador. Acho que o 4-4-1 foi a melhor opção e resultou defensivamente na segunda parte, mas tinha esperança de que numa saída rápida iríamos criar mais perigo.

     

    FC Porto

    BnR: O Otávio apareceu muitas vezes por dentro, como habitual, e isso permitiu subidas constantes ao João Mário, pela direita. Já na esquerda, o Luis Díaz está sempre mais encostado ao corredor. O que é que esta variante tática oferece à equipa?

    Sérgio Conceição: O que nós queremos é que haja sempre gente com capacidade para ocupar o espaço. São dinâmicas trabalhadas e que permitem ao João projetar-se e ao Zaidu ficar mais posicional. Hoje, por muitas vezes, chegou a aparecer o Taremi na ala e o Luis Díaz no meio, e isso é importante para não dar referências posicionais ao adversário.

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    Alexandre Candeias
    Alexandre Candeiashttp://www.bolanarede.pt
    Apaixonado por futebol desde sempre, tem o hábito de escrever sobre o desporto rei desde os tempos da escola primária, onde o tema das composições de Português nunca fugia da bola.