Universo Paralelo: FC Porto resiste ao Manchester United e está a um passo da final

    Época 2008/2009. Jesualdo Ferreira e o FC Porto em mais uma demonstração de força numa época que ameaça terminar em glória.

    Depois de uma fase de grupos de alto nível e de se ter classificado em 1º lugar num grupo que contava com Arsenal, Dynamo Kyiv e Fenerbahçe, quis o sorteio que os espanhóis do Atlético de Madrid fossem o adversário nos oitavos de final. Imperou a regra dos golos fora e após um empate a duas bolas em Madrid e um outro a zero na cidade invicta, os comandados do professor Jesualdo Ferreira seguiram para os quartos de final onde iriam defrontar o todo poderoso e detentor do troféu, o Manchester United de Sir Alex Ferguson e Cristiano Ronaldo.

    O primeiro jogo realizou-se em Old Trafford, o teatro dos sonhos. E foi mesmo uma noite de sonho para o FC Porto. O FC Porto impressionou a Europa do futebol e logrou uma portentosa exibição num dos estádios mais difíceis do mundo. O resultado final, 2-2, acaba por ser enganador tal a supremacia do campeão nacional. Cristián Rodríguez inaugurou o marcador logo aos 4 minutos. Contra a lógica do jogo, o Manchester United, apesar de uma exibição cinzenta, conseguiu a reviravolta. Rooney aproveitou um erro de Bruno Alves aos 15 minutos para fazer o empate e Carlos Tévez, no seguimento de um lançamento de linha lateral, confirmou a cambalhota no marcador quando faltavam 5 minutos para o final do jogo. Os adeptos ingleses já festejavam uma sofrida vitória quando o improvável Mariano Gonzalez empurrou a bola para o fundo da baliza de Van der Saar e colocou o FC Porto em vantagem na eliminatória.

    Apesar do golo de Cristiano Ronaldo, o Manchester United caiu aos pés de um heróico FC Porto
    Fonte: Ronaldo.com

    O jogo da segunda mão não podia ter começado pior para o FC Porto. Logo aos 6 minutos, Cristiano Ronaldo, após uma recuperação de bola de Anderson no meio campo portista, marca um dos golos do ano e deixa Hélton pregado ao relvado num remata a 40 metros da baliza. A vantagem que o FC Porto arduamente conquistara em Inglaterra esfumava-se e havia que voltar a subir a montanha. À passagem da meia hora, Lucho González é assistido no relvado a uma lesão e o fantasma de uma substituição forçada pairava no Dragão. Foram largos minutos de suspense, mas El Comandante acabou por voltar ao terreno de jogo, ainda que com algumas queixas. Em boa hora o fez porque perto do intervalo foi mesmo Lucho quem marcou o golo do empate, num remate seco à entrada da área após uma combinação na ala direita entre Hulk e Lisandro López. O 1-1 com que se chegou ao intervalo foi o mesmo resultado que se verificou no final da partida. O Manchester United forçou durante todo o segundo tempo, no entanto, um punhado de grandes defesas de Hélton e uma exibição imperial de Bruno Alves permitiram ao FC Porto resistir ao ímpeto das estrelas do United e, uma vez mais por via da regra dos golos marcados fora de casa, carimbar o regresso do FC Porto às maias finais da mais importante prova de clubes da UEFA.

    A última vez que tal havia sucedido, em 2004 (5 anos antes), o FC Porto havia sido coroado rei da Europa. O emparelhamento das meias-finais ditou jogos entre FC Barcelona e Chelsea e entre FC Porto e Arsenal. Curiosamente, FC Porto e Arsenal haviam estado presentes no mesmo grupo. Os ingleses superiorizaram-se em Inglaterra, numa vitória gorda por 4 golos sem resposta, mas o FC Porto foi mais forte no Dragão, tendo vencido por 2-0 e terminado essa fase à frente do Arsenal.

    Posto isto, e numa época com campeonato e taça bem encaminhados, Jesualdo Ferreira poderá apostar as fichas todas na prova europeia e procurar voltar a colocar o FC Porto no patamar mais alto do futebol europeu. Yes We Can!

    Foto de capa: Sportsmole.co.uk

    Revisto por: Jorge Neves

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    Bernardo Lobo Xavier
    Bernardo Lobo Xavierhttp://www.bolanarede.pt
    Fervoroso adepto do futebol que é, desde o berço, a sua grande paixão. Seja no ecrã de um computador a jogar Football Manager, num sintético a jogar com amigos ou, outrora, como praticante federado ou nos fins-de-semana passados no sofá a ver a Sporttv, anda sempre de braço dado com o desporto rei. Adepto e sócio do FC Porto e presença assídua no Estádio do Dragão. Lá fora sofre, desde tenra idade, pelo FC Barcelona. Guarda, ainda, um carinho muito especial pela Académica de Coimbra, clube do seu pai e da sua terra natal. De entre outros gostos destacam-se o fantástico campeonato norte-americano de basquetebol (NBA) e o circuito mundial de ténis, desporto do qual chegou, também, a ser praticante.