Época 2007/2008. Jesualdo Ferreira e o FC Porto em mais uma noite de glória europeia.
Depois de uma fase de grupos de alto nível, e de se ter classificado em 1º lugar num grupo que contava com Liverpool, Marselha e Besiktas, quis o sorteio que os alemães do Schalke 04 fossem o adversário nos oitavos de final. O FC Porto regressava, assim, a um dos estádios onde se escreveu umas das páginas mais douradas da sua história: Gelsenkirchen. Quatro anos depois de José Mourinho ter levado o FC Porto a vencer, na Alemanha, a segunda Liga dos Campeões da sua história, cabia a Jesualdo Ferreira e à sua equipa voltar a mostrar à Europa a força do FC Porto.
O primeiro jogo realizou-se, então, em solo germânico. Apesar do simbolismo do palco do jogo, a verdade é que o FC Porto acabou por fazer um jogo tímido e, ainda que tenha saído da Alemanha bem vivo, acabou derrotado por 1-0, fruto de um golo de Kevin Kurányi logo a abrir a partida.
O jogo da segunda mão não podia ter sido mais diferente. Os comandados de Jesualdo Ferreira partiram numa cavalgada incessante rumo à baliza do Schalke 04 desde o primeiro minuto e, não fosse a portentosa exibição de Manuel Neuer (guarda-redes contrário), o resultado poderia ter sido histórico. Depois de já ter defendido duas bolas no duelo individual com Lucho González e com Lisandro López, deu-se um particular duelo com o marroquino Sektioui.
O desperdício do extremo africano e a elasticidade do guarda-redes germânico ficam na retina. Foram duas defesas monumentais a remates à queima roupa de Tarik que já se preparava, em ambas as ocasiões, para festejar. O que é certo é que acabou com as mãos na cabeça, foi substituído aos 60’ e o 0-0 teimava em não se desfazer. O jogo encaminhava-se perigosamente para o seu final quando, aos 82 minutos, Fucile é expulso e praticamente sentencia a eliminatória a favor do Schalke 04.
No entanto, Lisandro López tinha outros planos. Aos 86 minutos, num portentoso remate no bico da área, o avançado argentino derruba, finalmente, a resistência alemã, num golo de levantar o estádio. E, assim, o jogo seguiu para prolongamento. Nas bancadas elevava-se a esperança, mas desconfiava-se de um resultado que podia e deveria ter-se registado bem mais avolumado. Apesar da inferioridade numérica, o FC Porto foi quem mais procurou evitar a lotaria das grandes penalidades. Num lance em que, mais uma vez, Neuer brilhou e ameaçou tornar-se herói, o FC Porto conseguiu desempatar a eliminatória e seguir para os quartos-de-final.
Ricardo Quaresma rouba a bola a um defesa e arranca em direção à baliza contrária. Com Ernesto Farías a seu lado, o internacional português opta pelo remate que é prontamente defendido por Neuer. Quando o português já levava as mãos à cabeça, Farías aproveita a recarga e empurra a bola para a baliza deserta.
Foto de Capa: UEFA
Artigo revisto por Diogo Teixeira