Vitória SC 1-2 FC Porto: Do inferno (quase) para o céu

    A CRÓNICA: Valeu a entrada a todo o gás

    A equipa do FC Porto deslocou-se àquele que, segundo Sérgio Conceição, é um dos estádios mais difíceis da Europa. Era, pois, um teste decisivo para os dragões, que podiam em pouco mais de uma semana ver a desvantagem de sete pontos ser reduzida para apenas um ponto do SL Benfica.

    Num dos poucos jogos em que se pode dizer que o FC Porto joga verdadeiramente “fora”, a equipa azul e branca entrou muito pressionante, tal como o Vitória SC, e essa pressão ia resultando em golo logo aos quatro minutos. Muito mérito de Marega nesse lance ao forçar a equipa vitoriana ao erro.

    E o homem que se tem evidenciado nos últimos tempos obrigou Douglas a fazer um auto-golo depois de um remate muito potente de Sérgio Oliveira. Entrada de pé direito dos portistas.

    Pouco depois, Marcano salvou os portistas do golo de Marcus Edwards, e Pêpê obrigou Marchesín a uma boa defesa. O jogo acabou por equilibrar-se, e o Vitória SC ainda teve uma bola no poste, mas que foi anulado por fora de jogo.

    Aos 39 minutos, Marega esteve muito perto de fazer o gosto ao pé, mas falhou de uma forma inacreditável.

    Ao intervalo, manteve-se o resultado, com um sinal muito positivo para a entrada a todo o gás do FC Porto, e para um Vitória SC que conseguiu reagir e colocar em sentido a defesa azul e branca.

    Na segunda parte, o Vitória SC não poderia ter entrado melhor na partida, com um cruzamento fantástico de Ola John, e Bruno Duarte a não perdoar as lacunas da defesa portista. Via-se, pois, um jogo completamente diferente por ambas as equipas.

    Mas, contra a corrente do jogo, veio a profundidade dada por Marega que picou a bola sobre Douglas após um belo passe de Mbemba. De novo, a vantagem para os portistas.

    O pior momento do jogo ficou reservado para depois, em que Marega saiu de campo, após cânticos racistas dos adeptos vitorianos. Momento triste do futebol português.

    Os momentos finais foram de sufoco da equipa da casa, mas a vitória caiu mesmo para os visitantes. Nota positiva para o crescimento do Vitória SC e para o início do FC Porto que acabou por pecar mais uma vez com o passar do tempo, e no processo defensivo.

     

    A FIGURA

    Fonte: Diogo Cardoso/Bola na Rede

    Entrada do FC Porto – A equipa azul e branca entrou no encontro como há muito tempo não se via. Muito pressionante e a circular bem a bola, os dragões chegaram à vantagem cedo, e tiveram muito mérito nisso. Isto é o FC Porto de Sérgio Conceição que foi campeão em 2017/2018.

     

    O FORA DE JOGO

    Fonte: Diogo Cardoso/Bola na Rede

    Comportamento dos adeptos do Vitória SC – O futebol não se faz sem adeptos, e a massa associativa vitoriana é a prova da paixão pelo desporto rei. Contudo, hoje mancharam todos os elogios que lhes podiam ser atribuídos. Após o golo de Marega, o estádio encheu-se de insultos racistas, o que levou o avançado maliano a abandonar o terreno de jogo. Momento triste do futebol. Tem de se refletir e muito sobre isto.

     

    ANÁLISE TÁTICA – VITÓRIA SC

     

    O Vitória SC manteve praticamente o mesmo onze que goleou o FC Famalicão, mas com uma ausência de peso: João Teixeira. Pelo onze apresentado, perspetivava-se um 4-3-3, com uma frente de ataque muito móvel, mas que procura muito mais a bola no pé (veja-se o caso do Lucas Evangelista). O duelo do meio-campo pode ser fulcral neste encontro, e Marcus Edwards vai ser um teste duro para Alex Telles. Voltaram a mostrar algumas lacunas na transição defensiva (nomeadamente a não serem capazes de lidar com a pressão portista), mas o ataque continuou a ser muito perigoso. E no segundo tempo, começaram a circular melhor a bola e a aproximar-se cada vez mais da baliza portista.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES 

    Douglas (5 )

    Sacko (6 )

    Pedro Henrique (7 )

    Venâncio (5 )

    Florent (6 )

    Edwards (6 )

    Pêpê ( 7)

    André André (5)

    Ola John (7)

    Lucas Envagelista (7)

    Bruno Duarte (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Bonatini (5)

    Davidson (5)

    João Pedro (5)

     

     

    ANÁLISE TÁTICA – FC PORTO

     

    O FC Porto apresentou apenas uma novidade “forçada” chamada Zé Luis. Com Tecatito Corona a lateral direito, podemos ver este onze dos dragões como um 4-4-2, com Otávio na ala direita, mas sempre presente na zona intermediária, e Marega a fazer um ataque muito móvel com Zé Luis. Também se pode desdobrar num 4-3-3 com Marega na ala (isto mostra as soluções dadas pelo maliano) e com Otávio como terceiro médio. Viu-se assim uma equipa a aproveitar as transições e a profundidade (nomeadamente com passes longos para Marega, o que deu num dos golos portistas), sem descurar a posse de bola. A pressão alta, a boa dinâmica ofensiva, e a forte presença azul e branca na área contrária também foi uma das marcas desta equipa, principalmente na primeira parte. Não esquecer também as bolas paradas em que os portistas colocavam um central perto do segundo poste para desviar para a zona de conflito.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES 

    Marchesín (7)

    Tecatito Corona (6)

    Marcano (7)

    Mbemba (6)

    Alex Telles (7)

    Uribe (5)

    Sérgio Oliveira (7)

    Otávio (6)

    Luis Díaz (7)

    Marega (8)

    Zé Luis (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Manafá (6)

    Nakajima (5)

    Diogo Leite (6)

     

    Foto de Capa: Diogo Cardoso/Bola na Rede

    artigo revisto por: Ana Ferreira

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    João Castro
    João Castrohttp://www.bolanarede.pt
    O João estuda jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social. A sua grande paixão é sem dúvida o jornalismo desportivo, sendo que para ele tudo o que seja um bom jogo de futebol é bem-vindo. Pode-se dizer que esta sua paixão surgiu desde que começou a perceber que o mundo do futebol é muito mais que uma bola a passear na relva.