Académica 3-1 CF União. A luta pela manutenção está viva!

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    Ambas as equipas entraram com vontade de começar o ano da melhor maneira, mas só uma o conseguiu. Tanto no final… Como no início do jogo: aos seis minutos, Pedro Nuno bateu um canto, da direita do ataque da Académica, a bola sobrou para Leandro Silva, que desferiu um remate potente, defendido com aparato por André Moreira, sobrando para Ricardo Nascimento, que inaugurou o marcador. 2016 começava bem para os Estudantes.

    O União, porém, não se rendeu. Subiu as linhas e ia fazendo uso da velocidade das suas alas para causar tremor na defesa academista, com destaque para Amilton, qual piloto de fórmula 1 a levar o seu marcador directo, e Oualembo, à loucura com várias diabruras e uma irrequietude própria de quem queria agitar o jogo.

    Esta audácia acabou por ser recompensada. Num lance em que o União colocou muita gente na frente, Joãozinho surpreendeu a defensiva academista, antecipou-se a Trigueira e este cometeu um penálti parecido com a falta para castigo máximo feita na Luz sobre Gaitán. Na conversão, Paulo Monteiro não desperdiçou e igualou a partida.

    A Académica tentou reconquistar a vantagem, mesmo tendo perdido Ricardo Nascimento por lesão (João Real substituiu-o), e esteve perto por duas ocasiões até ao fecho do primeiro tempo, com um protagonista e um contexto em comum: Leandro Silva e bolas paradas. Primeiro, num livre batido pelo médio cedido pelo FC Porto, que sofreu um desvio e passou a rasar o poste direito da baliza de André Moreira; mais tarde, sob o apito do final da primeira parte, numa ressaca de um canto, Leandro tirou um adversário do caminho e bateu André Moreira, mas Diego Galo estava à frente da linha de golo para evitar que houvesse males maiores. Houve protestos por uma pretensa mão, mas Fabio Verissimo não quis saber e mandou tudo para o descanso.

    Empolgados pelo final da primeira parte, os Estudantes entraram galvanizados na segunda, assumindo o jogo e passando grande parte do tempo no meio-campo unionista, patrocinados por sucessões de cantos e uma pressão bastante acutilante dos seus centro-campistas que ia sufocando o União. Dois avisos: Fernando Alexandre, primeiro, de longe, desferiu belo pontapé, a rasar a barra, e depois foi a vez de Pedro Nuno, assistido por Gonçalo Paciência, rematar ao lado da baliza de André Moreira.

    Gouveia decidiu forçar a barra (disse que confiava) e encostar ainda mais o União às cordas, substituindo Pedro Nuno por Rabiola, colocando a Académica a jogar num 4x4x2 declarado. Uma aposta que teve retorno, pois a acção do médio acabaria por ser decisiva no lance do 2-1. Puxou marcação com ele, descongestionando a entrada da área, onde apareceu Fernando Alexandre a responder a um cruzamento rasteiro de Ivanildo com um remate que só parou no fundo das redes de André Moreira (em conferência de imprensa, quando questionado sobre a sensação espectacular que o seu golo trouxe, brincou: “Espectacular é para vocês, para mim foi normal.”).

    Leandro SIlva foi o homem do jogo
    Leandro SIlva foi o homem do jogo

    Depois do golo, tempo de reajustes. Norton de Matos arriscou (mas não muito), colocando Breinter no lugar de Gian e Edder Farias no lugar de Danilo, enquanto que Gouveia fechou a porta do meio-campo conimbricense, fazendo entrar Nuno Piloto para o lugar de Gonçalo Paciência, voltando ao 4x2x3x1 inicial. O União deparou-se com um conjunto organizado, que não se deixou penetrar, e foi mesmo a Académica a ampliar a vantagem, outra vez com Rabiola na jogada – ao tentar ganhar tempo junto à bandeirola de canto, ganhou uma falta, convertida por Leandro Silva para o interior da área, onde apareceu João Real, oportuno, a fazer o resultado final.

    Gouveia ganhou, claramente, no jogo dos bancos e a Académica voltou a vencer em Coimbra por duas vezes consecutivas passados quase 2 anos, somando importantíssimos três pontos na luta pela manutenção, saindo, pela primeira vez em 13 jornadas, da tão incomodativa linha de água.

    A Figura

    Leandro Silva (Académica) – Omnipresente no meio-campo dos Estudantes, foi o cérebro da equipa, trazendo-a consigo na hora de atacar e posicionando-se estrategicamente na hora de defender. Conjugou a (boa) agressividade com uma capacidade técnica de encantar para quem gosta de bola e de provocar desgostos aos seus adversários (que o diga Amilton, vítima de uma “cueca”), estando em dois dos três golos da Académica. Em conferência de imprensa, admitiu estar no melhor momento da época.

    O Fora-de-Jogo

    Soares (União) – Foi o espelho da permissividade do União perante a acutilância ofensiva da Académica, deixando que o meio-campo unionista fosse invadido com frequência, sobretudo na altura de maior aperto. Outros colegas seus (tal como ele, visados por Norton de Matos, que lamentou a “falta de concentração” da sua equipa) mereceriam este prémio.

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