O resultado foi mais volumoso do que se justificava, mas a vitória dos algarvios justificou-se plenamente. O golo boavisteiro foi mesmo uma das parcas ocasiões dos da casa, que se viram manietados pelo bom encaixe tático do SC Farense no 4-5-1 da turma axadrezada.
De resto, a saída de Makouta ainda na primeira parte – mas já com o Boavista FC em desvantagem por 0-1 – e a entrada de Luís dos Santos foi exemplo da necessidade sentida por Nuno Pereira, adjunto que substituiu na partida Petit, expulso em Vila do Conde, de incutir na equipa e na partida algo de diferente. Watai passou para o meio, perdendo os da casa robustez, mas ganhando maior capacidade técnica no meio e, sobretudo, nas costas de Bozenik.
A verdade é que a pressão do SC Farense foi quase sempre bem exercida e o não tão característico pontapé para a frente em busca do ponta-de-lança eslovaco não permitiu a Watai ter a bola que queria e precisava para dar ao jogo o que Makouta claramente também não conseguia dar. Bozenik segurava bem a bola de costas para a baliza (não é novidade nenhuma), mas o apoio frontal nem sempre surgia.
Além disso, este Boavista FC sente-se muito mais confortável com a bola em circulação, algo que o SC Farense impossibilitou, com um encaixe tático que amarrou as panteras, raramente capazes de se desamarrarem. Ainda assim, foi apenas nos descontos e com dois tiraços de fora da área que os leões de Faro resgataram os três pontos. Foram a melhor equipa em campo, todavia, e mereceram vencer uma partida conquistada na tática coletiva e na técnica de remate individual.
BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
BnR: O Boavista FC já tinha estado a perder com o SL Benfica, com o Casa Pia AC e com o FC Famalicão e somou pontos nessas partidas, agora soma dois jogos a perder em casa, não tendo tido capacidade para resgatar pontos como nos três jogos referidos. Hoje ainda conseguiu fazer o 1-1, mas acaba por perder o jogo nos descontos. O que faltou hoje para conseguir pontos mesmo depois de estar a perder, como aconteceu já por três vezes no Bessa?
Nuno Pereira: Faltou ter mais controlo emocional. Conseguimos o mais difícil, atendendo ao tipo de jogo que estávamos a fazer. Conseguindo o mais difícil naquele momento, o mais importante era a seguir ter o equilíbrio e o controlo emocional. Faltou-nos um pouco isso e o facto de sofrermos dois golos, se repararmos bem, tem muito a ver com essa falta de equilíbrio naquele momento do jogo.
Outras declarações:
“A saída do Makouta foi uma questão estratégica”.
BnR: Apesar das ambições do SC Farense, a equipa é, neste momento, o quinto melhor ataque da Primeira Liga e hoje até fez dois golos para lá dos 60 minutos, algo que só por duas vezes tinha feito até aqui. O que justifica esta capacidade ofensiva do SC Farense?
José Mota: Agradeço essa análise, não sabia desse pormenor dos golos na última meia hora, mas costumo estar atento. Aliás, ainda esta semana saiu uma análise sobre o que é o SC Farense e somos a equipa que menos tempo demora entre recuperar a bola e finalizar. Por isso, somos uma equipa que não joga para trás nem para o lado, jogamos para a frente.
Outras declarações:
“Estamos há quatro jogos sem perder na Liga, o que é muito importante para um clube com as nossas ambições”.
“Foi um jogo como previa”.
“Conseguimos controlar sempre os movimentos ofensivos do Boavista FC”.
“Muito equilibrados em termos ofensivos, equilibrados a sair nas trsnsições”.
“Não me recordo de o meu guarda-redes ser obrigado a grandes defesas”.
“Na segunda parte, o Boavista FC socorreu-se dos cruzamentos para a área”.
“O Boavista FC não estava a ter oportunidades de golo, mas conseguiu o golo”.
“Fomos claramente melhores”.
“Temos jogadores com talento”.
“Uma vitória muito merecida. Parabéns também aos nossos adeptos”.