A CRÓNICA: MELHOR EXIBIÇÃO CASEIRA DA ÉPOCA NÃO CHEGOU AOS BEIRÕES
Com três pontos muito importantes em jogo para as duas equipas, por motivos diferentes, CD Tondela e Vitória SC fecharam o dia da Primeira Liga. Em lutas diferentes (a manutenção e a ida às provas europeias, respetivamente), ambas as formações entraram em campo com os olhos na vitória.
Numa etapa inicial em que foram as claques a aquecer os primeiros 35 minutos, com a do Vitória, em maior número, a levar vantagem sobre os beirões, os lances de perigo só apareceram nos últimos dez. Aí, foram os forasteiros a ameaçar primeiro com perigo, através de um remate de Lameiras, de fora da área. No entanto, as melhores chances pertenceram ao Tondela, com Bebeto, Agra e dos Anjos a verem as suas tentativas negadas por belas intervenções de Bruno Varela. O guarda-redes dos vitorianos foi a maior razão para o nulo que se registou ao intervalo.
No segundo tempo, o “sinal mais” foi da equipa da casa. Foi de forma merecida que o Tondela chegou à vantagem, através de um grande remate de Rafael Barbosa, de fora da área. No entanto, no melhor momento dos beirões, uma desatenção defensiva deixou Rafa Soares solto na entrada da área, com o lateral português a restabelecer a igualdade.
Até final, de parte a parte, a luta foi feroz, com as duas equipas a mostrarem estar inconformadas com o empate. Todavia, os três pontos ficaram sem dono, num encontro onde se acabou a jogar mais com o coração do que com a cabeça.
A FIGURA
Bruno Varela – Só a grande “bomba” de Rafael Barbosa bateu o guardião vitoriano. Decisivo por várias vezes, sobretudo na primeira parte, negou o golo aos tondelenses e manteve o nulo que chegou ao intervalo. Brilhou na Beira Alta.
O FORA DE JOGO
Salvador Agra – Falhou muitas vezes ao longo do jogo. Até ao momento em que foi substituído, errou em decisões, passes e até na finalização. Uma exibição desinspirada de uma das principais figuras do Tondela.
ANÁLISE TÁTICA – CD TONDELA
Com o 3-4-3 habitual de Nuno Campos, que a defender dá ares de 5-2-3, os beirões apostaram nas saídas rápidas para o ataque como forma de tentar ferir a defensiva adversária. Assim, Agra e Barbosa foram as principais “setas” ofensivas, mas pecaram em alguns momentos de definição.
No momento de sair a jogar, a alternância entre o jogo curto e o jogo longo foi tendência, com Daniel dos Anjos a ser o grande alvo das saídas mais alongadas.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Pedro Trigueira (6)
Eduardo Quaresma (6)
Marcelo Alves (6)
Modibo Sagnan (6)
Tiago Almeida (7)
Pedro Augusto (6)
Iker Undabarrena (6)
Bebeto (6)
Rafael Barbosa (7)
Daniel dos Anjos (6)
Salvador Agra (5)
SUBS UTILIZADOS
João Pedro (5)
Renat Dadashov (5)
Tiago Dantas (5)
Ricardo Alves (-)
ANÁLISE TÁTICA – VITÓRIA SC
Pepa manteve o 4-3-3 que tem sido apanágio durante a sua estadia em Guimarães. A atacar, Rochinha e Lameiras colocavam-se por dentro, bem junto a Estupiñan, motivando a projeção dos laterais. Assim, formando uma linha de cinco elementos na frente, os vimaranenses igualavam a linha de cinco defesas do Tondela.
No processo defensivo, nota para a inclusão de Alfa Semedo perto dos centrais, de modo a ajudar a combater os velozes avançados tondelenses.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Bruno Varela (6)
Miguel Maga (6)
Toni Borevkovic (6)
Abdul Mumin (6)
Rafa Soares (6)
Alfa Semedo (6)
André Almeida (6)
Tiago Silva (6)
Rúben Lameiras (6)
Óscar Estupiñan (5)
Rochinha (6)
SUBS UTILIZADOS
Nicolas Janvier (6)
Nélson da Luz (5)
Herculano (5)
Ibrahima Bamba (5)
Geny Catamo (-)
BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
CD Tondela
BnR: Na saída a jogar, a equipa variou entre o passe curto e o pontapé longo, nem sempre com êxito. É este o principal aspeto a limar, para que o processo ofensivo saia com qualidade?
Nuno Campos: Para trabalhar tudo o que é o jogo coletivo, temos pouco tempo aqui. A primeira fase de construção leva tempo a criar rotinas. Há algumas variáveis na nossa saída que ainda não estão limadas, mas os jogadores estão a compreender o que é ser coletivo com e sem bola. Estamos muito longe do que seria uma equipa trabalhada ao longo de um ano, mas queremos dar aos nossos adeptos o que eles merecem. Têm sido o nosso maior motor de motivação.
Vitória SC
BnR: O Vitória colocou os extremos perto do ponta-de-lança, projetando os laterais e fazendo uma linha de cinco na frente. A estratégia passou por igualar numericamente a linha de cinco defesas do Tondela?
Pepa: Nesse aspeto, o objetivo era que os extremos viessem para dentro para variar o centro de jogo, com os laterais projetados. Faltou-nos essa clarividência dentro de campo, virar o centro de jogo e não optar tanto pelo jogo interior.