CS Marítimo 5-1 Moreirense FC: O rugir de um leão ferido!

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    Rugiu a bem rugir o leão da Madeira! Entrada fortíssima, fulminante e agressiva do Marítimo da Madeira. Diante do seu público, estádio a meia casa, regressados de Lisboa depois de uma pesada derrota na passada quarta-feira, por 6-0, diante do Benfica. E que melhor forma haveria para “fazer as pazes” com os adeptos do que com uma entrada de leão?

    Deram-se os regressos de Fransérgio e de Rúben Ferreira, depois de terem cumprido um jogo de castigo – Fransérgio por ter visto, diante do Estoril, o quinto amarelo na Liga, e Rúben Ferreira depois do duplo amarelo que lhe valeu a cartolina encarnada. Na baliza, alteração de Ivo Vieira devido à lesão de Salin, que saiu na Luz, para a entrada de José Sá. As equipas estavam separadas, na tabela classificativa, por apenas um ponto. Marítimo entrava para esta jornada com 18 pontos e o Moreirense com 17.

    Do Moreirense, nesta primeira parte, pouco se viu. Tiago Rodrigues, ainda nem se jogava um minuto de jogo, rematava com perigo para a baliza de Stefanovic. Logo aos quatro minutos, Marega – de quem se diz estar de saída do Marítimo -, rasga pela direita do ataque insular mas remata ao lado, muito ao lado. Ameaçava o Marítimo; pediam os adeptos, e Stefanovic enviava a bola para canto. Canto na direita do ataque dos verde-rubros; bate Edgar Costa para o centro da grande-área, tenta cabecear Raúl Silva, a bola sobra para o bico esquerdo da área e, de pé esquerdo, como que à meia-volta, Rúben Ferreira aplica força máxima e envia a bola para o fundo da baliza do Moreirense. Explosão de alegria no Estádio do Marítimo!

    Estavam “feitas as pazes” entre a equipa do Marítimo e os seus adeptos. Continuavam as belas triangulações pelo trio ofensivo, Marega, Dyego Sousa e Edgar Costa, e, aos 12 minutos, depois de um lançamento longo de Rúben Ferreira para a área adversária, Dyego Sousa deixa a bola para Edgar Costa, e Evaldo, imprudente e infantilmente, agarra o avançado do Marítimo. De imediato Tiago Antunes apita para o castigo máximo. Na conversão, Marega atira para a direita e faz o 2-0. Até ao final da primeira parte quase só deu Marítimo, com apenas dois remates por parte do Moreirense, o primeiro aos 22 minutos, por Vitor Gomes, e o segundo por Alan Schons, mesmo no final da primeira metade.

    Puxando a cassete um pouco atrás, o Marítimo tentou, ao longo da primeira metade, ampliar sempre a vantagem, com remates perigosos de Dyego Sousa e Rúben Ferreira, e, no lance mais perigoso, Edgar Costa consegue enganar a defesa adversária e quase marca de chapéu.

    Moreirense não teve argumentos para o Marítimo
    O Moreirense FC não teve argumentos para o CS Marítimo

    Na segunda parte, os mesmos 22 que iniciaram a partida voltaram dos balneários. Continuava a toada ofensiva do Marítimo, embora com menos lances de perigo. No entanto, continuava a busca pelo golo. E, com 13 minutos da segunda parte, Tiago Rodrigues marca, após uma bonita jogada de Edgar Costa, que culminou no cruzamento para a entrada da área. Ainda se festejava o terceiro do Marítimo, e Marega bisava na partida, servido por Dyego Sousa. Com apenas 15 minutos na segunda parte, levantava-se a chapa quatro no Caldeirão dos Barreiros.

    Aos 79 minutos, Ivo Vieira mexia na equipa, substituindo Dyego Sousa e Fransérgio por Alex Soares e Baba, respectivamente. Dois minutos depois, Baba recebe a bola de Edgar Costa e, de bicicleta, quase fazia o quinto dos insulares. Na resposta, Rafael Martins, na única jogada digna de perigo, marca o tento de honra para o Moreirense. Mas o Marítimo não vacilou nem se deixou perturbar pelo golo do adversário, e “Babagol”, como também é conhecido entre os adeptos insulares, marcava o quinto.

    Sala de imprensa

    Miguel Leal

    Envergando um cachecol do Moreirense, Miguel Leal chegou à sala de imprensa ciente de que o resultado desta tarde foi “um desastre”, segundo palavras do próprio. Salientou ainda que o Moreirense desta tarde não foi o “que habitualmente é”. À pergunta do Bola na Rede sobre o facto de, em duas partidas, o Moreirense ter sofrido oito golos, Miguel Leal começou por referir que “na quarta-feira o fator principal foi o vento, hoje não. Foi um dia mau dos meus jogadores. Resta-nos analisar o que correu menos bem e melhorar”. Miguel Leal assumiu total responsabilidade na pesada derrota de hoje.

    Ivo Vieira

    “Quando se tem qualidade, trabalho árduo e entrega, as coisas correm bem”. Foi desta forma que Ivo Vieira começou por responder às perguntas dos jornalistas. O treinador insular aproveitou ainda para salientar a importância da presença dos adeptos depois da pesada derrota no Estádio da Luz. Já questionado pelo BnR sobre o facto de ter recuperado a moral da equipa para esta tarde, Ivo Vieira voltou a realçar o espírito de entreajuda dos jogadores. O treinador insular fez ainda um balanço à primeira volta do Marítimo na Liga, dizendo que “por esta altura, esperava ter mais três ou quatro pontos”.

    A Figura

    Rúben Ferreira – Saem a conta-gotas mas saem com qualidade. Rúben Ferreira é fruto do futebol de formação da Região Autónoma da Madeira. Natural do Funchal, marcou o golo mais bonito da tarde de hoje. Merece destaque não só pelo golo mas também pela atitude dentro de campo. Jogadores que “sentem o peso da camisola” nos clubes nacionais são precisos, e Ferreira mostrou uma vez mais merecer a titularidade de Ivo Vieira.

    O Fora-de-jogo:

    Moreirense – Um conjunto muito passivo foi o que se viu na tarde de hoje no Funchal. Equipa apática, somente a ver jogar, sem garra para levar, nem que fosse, um precioso ponto. Nem o golo de Rafael Marques pode fazer esquecer a fraca exibição de um Moreirense que, nos últimos dois jogos na Liga, sofreu oito golos.

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    Óscar Góis
    Óscar Góishttp://www.bolanarede.pt
    O Óscar é o enviado especial do BnR na Madeira e sofre de clubite aguda pelo clube ao qual se dedicou: o Camacha. Foi internacional de andebol, mas agora prefere o vinho. É defensor de CR7 e do Manchester United.                                                                                                                                                 O Óscar escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.