FC Vizela 0-1 Gil Vicente FC: Gil e a Europa por um triz

    A CRÓNICA: CACAREJAR ALTO E BOM SOM

    Foi uma noite chuvosa na cidade de Vizela marcada pela presença em peso de ambos adeptos (em adverso ao horário tardio da partida) que o Futebol Clube Vizela recebeu o Gil Vicente para disputar aquele que marca o penúltimo jogo da jornada 22.

    A força dos adeptos provenientes de Barcelos levou a equipa gilista em frente no marcador, após Henrique Gomes ficar caído da pequena área, após embater com o guarda-redes da casa, Andrew. A responsabilidade da grande penalidade foi assinalada por Francisco Navarro que encostou a bola no fundo das redes, o primeiro da partida já cantava ao som do Galo de Barcelos.

    A equipa de Álvaro Pacheco ainda tentou no decorrer da primeira parte reduzir a desvantagem no marcador, mas ainda assim, a equipa gilista conseguia sair por cima a nível de construção de jogo.

    Uma segunda parte marcada pelo desespero da equipa da casa de tentar alcançar a baliza de Andrew, embora a equipa a equipa orientada por Ricardo Soares (que se encontra castigo e é substituído pelo treinador-adjunto no relvado) permanecesse calma no terreno de jogo. Enquanto o Vizela se encontrasse com bastantes remates à baliza, poucos eram aqueles com perigo efetivo ou, até, enquadrados.

    No decorrer do tempo de compensação atribuído por Nuno Almeida, a equipa de Álvaro Pacheco acordou para a partida e as oportunidades perigosas começaram a chover – fazendo jus ao tempo que decorria no tempo regulamentar da partida. Apesar disso, o guarda-redes manteve-se seguro, aliviando a equipa gilista com duas defesas sublimes.

    No final da partida é notória a presença dos adeptos visitantes em ambas as bancadas do Estádio do Futebol Clube Vizela e a satisfação de verem a sua equipa assumir (ainda mais) o quinto lugar na tabela classificativa, vendo cada vez mais perto o adversário SC Braga – e por outro lado, o Vitória SC cada vez mais distante das posições europeias.

     

    A FIGURA

    Fonte: Paulo Ladeira/Bola na Rede

    Pedrinho – Sabe tudo sobre o jogo. Sublime em todos os seus movimentos, sendo o cérebro e o pendulo de toda a equipa. No meio de uma equipa jovem, a experiência e qualidade de um jogador como Pedrinho é determinante. Mais um recital de um dos melhores médios do nosso campeonato.

     

    O FORA DE JOGO

    Álex Mendez – Cometeu um penalty desnecessário, colocando a sua equipa em desvantagem ainda dentro dos primeiros vinte minutos de jogo. Com bola, acrescentou muito pouco à equipa do Vizela, que esteve apagada muito tempo nesse capítulo. Saiu aos 61´, num jogo muito discreto.

     

    ANÁLISE TÁTICA – FC VIZELA

    A equipa comandada por Álvaro Pacheco apresentou-se na sua organização tática predileta, o 4-3-3, que foi variando para um 4-2-3-1 e para um 4-3-1-2, conforme os momentos do jogo. Schettine entrou no onze, sendo um avançado que descaiu para o corredor, daí a nuance da equipa passar a jogar em alguns momentos com dois avançados, algo que não é habitual acontecer.

    Defensivamente, a equipa vizelense também se alterou em alguns momentos. Manteve o 4-2-3-1 habitual, com um médio a sair numa pressão mais à frente, mas em alguns momentos organizou-se com os dois avançados a condicionarem a saída dos dois centrais e Kiko a pegar na zona do médio mais recuado do Gil Vicente (ora Pedrinho, ora Vitor Carvalho).

    Como já é costume acontecer, a formação vizelense optou por um jogo mais apoiado, tentando num segundo momento procurar as costas da defesa do Gil. Kiko foi o mais desiquilibrador, Samu sempre com muito jogo.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Pedro Silva (6)

    Anderson (5)

    Claudemir (6)

    Cassiano (6)

    Kiko (7)

    Mendez (5)

    Samu (6)

    Aidara (5)

    Richard Ofori (6)

    Koffi Kouao (5)

    Schettine (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Nuno Moreira (5)

    Rashid (6)

    Sarmiento (5)

    Zohi (-)

    Kiki (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – GIL VICENTE FC

    O Gil Vicente, como já é seu apanágio, deslocou-se a Vizela com vista a jogar bom futebol. No seu 4-3-3 habitual, que varia para um 4-2-3-1, com Fujimoto como médio ofensivo. Leautey e Samuel Lino assumiram os corredores, enquanto Navarro foi a referência ofensiva.

    No processo defensivo a equipa organizou-se em 4-4-2, com Fran Navarro e Fujimoto numa primeira linha de pressão, média/alta, e os extremos a recuarem para a linha dos médios, deixando a equipa organizada e quase nunca exposta a ataques.

    Chegaram à frente quase sempre com qualidade. Tanto pelo corredor esquerdo como pelo direito, a equipa foi construindo a partir de trás com boas combinações, fundamentalmente triangulações, entre os homens dos corredores e um dos médios que vinha em apoio.

    Os laterais mostraram-se sempre muito interventivos no processo ofensivo (Henrique Gomes ganha o penalty), com os corredores à sua mercê para progredir no terreno, principalmente à direita, com Leautey a jogar mais por dentro.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Andrew (7)

    Zé Carlos (6)

    Lucas (6)

    Pedrinho (8)

    Francisco Navarro (7)

    Fujimoto (6)

    Leautey (6)

    Vítor Carvalho (6)

    Rúben Fernandes (7)

    Samuel Lino (7)

    Henrique Gomes (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Bilel (5)

    Bueno (6)

    Elder Santana (-)

    Hackman (-)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    FC VIZELA

    BnR: A partir da última meia hora, o Gil com trocas de bola mais rápidas começou a colocar o Vizela desconfortável no jogo. Acha que o cansaço da equipa e a urgência de fazer golo foram fundamentais para esta perda de força ofensiva?

    Álvaro Pacheco: Concordo. Acho que o Gil vez isso momentaneamente. Condicionamos sempre o adversário quando estivemos equilibrados, essa urgência do golo desorganizou-nos e começamos a chegar tarde. Começamos a bombear muito a bola a tentar fazer golo. Tínhamos do outro lado uma equipa tranquila, e nós tínhamos muita urgência de pontos. Acho que no fim, perdeu a melhor equipa.

     

    GIL VICENTE FC

    BnR: O Gil Vicente baixou um pouco o nível, da primeira para a segunda parte, deixando de ter a dimensão ofensiva que tinha, mas mesmo com o Vizela a querer chegar ao golo, o Gil não baixou linhas e foi tendo um controlo sobre o jogo, não deixando o Vizela criar qualquer oportunidade clara de golo. Como é que se incute este espírito de querer ter bola, com a equipa sob pressão, numa equipa tão jovem como é a do Gil Vicente?

    Ricardo Soares: Sim, de facto é uma equipa jovem, mas cresceu muito. E hoje está preparada e esta com uma dimensão de jogo fantástica. Queríamos entrar bem, mas estávamos prontos para esta entrada do Vizela. Quisemos ser fortes no início, mas graças ao Vizela, não conseguimos. Como grande equipa que somos com grande consistência defensiva. Não me lembro do Vizela criar grandes oportunidades de perigo para a minha baliza. Nunca excelente oportunidade fizemos o golo. O Vizela é uma das grandes equipas deste campeonato, que não se verga, graças ao Álvaro e ao seu trabalho. A minha equipa sabe o que fazer em campo e a tem grande consistência, embora os erros que referi já aqui, mas conseguimos sair por cima e vencer este grande equipa do Vizela.

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    Francisco Moreira e Silva
    Francisco Moreira e Silvahttp://mariooliveira
    O Francisco é natural de Santo Tirso. Encontra-se a tirar uma licenciatura em Ciências da Comunicação, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Sempre teve uma paixão enorme pelo deporto, sobretudo pelo futebol. Tem também um gosto especial pelo basquetebol, mais concretamente NBA. Jogou futebol durante 13 anos, mas agora é na vertente do treino que vai continuando o bichinho pela modalidade.