FC Vizela 1-1 Portimonense SC: As bolas paradas engordaram o domingo

    A CRÓNICA: PARA JOGAR AO JOGO DA CORDA É PRECISO PUXAR COM MAIS DETALHE

    Encerrado o “Domingo Gordo” e aquele almoço no qual uma pessoa não pode realizar o mínimo movimento possível, o FC Vizela e o Portimonense SC acudiram ao cumprimento do 24º dever do artigo do campeonato português. A massa adepta presente no estádio esperava que as respetivas equipas não sucumbissem à digestão da parafernália de carnes e hortaliças.

    As duas formações, depois de almoço, decidiram jogar ao jogo da corda. O FC Vizela, no primeiro quarto de hora, apesar de fazer mais força para atravessar a corda para o seu lado, sucumbiu à marcação de uma bola parada (16’): Lucas Fernandes, num livre descaído para o flanco esquerdo, bate ao primeiro poste e Willyan aproveita a dádiva do companheiro para inaugurar o marcador. 0-1!

    O Portimonense SC, após o tento inaugural, apostava em investidas através do contra-ataque exclusivamente. Lucas (34’) ficou perto de ampliar a vantagem num remate a rasar o poste.

    O domínio da turma de Álvaro Pacheco não se materializou em golos, até ao minuto 36: canto batido do lado direito por Nuno Moreira, Schettine apareceu na atmosfera que circunscrevia o primeiro poste e igualou a partida. 1-1!

    O golo acordou os anfitriões e Nuno Moreira (39’), apesar de surgir isolado na área adversário, foi perdulário no confronto com Samuel.

    Até ao intervalo, o FC Vizela puxou com ímpeto maior a corda da partida, mas o Portimonense SC aguentava a igualdade e a distância.

    A segunda parte traduziu a mesma história da primeira: o FC Vizela a ter mais posse de bola e a criar as oportunidades mais flagrantes de golo e o Portimonense SC a espreitar – sempre que possível – as situações de contragolpe.

    Porém, a equipa da casa, subjugada ao nervosismo de querer consumar a reviravolta, permitiu que os algarvios chegassem com mais perigo ao seu reduto: Nakajima (73’) e Fabrício (82’) desperdiçaram duas boas situações de chegar à vantagem.

    Até ao término da partida, o placard não sofreu alteração. No cômputo geral, as defesas das duas equipas anularam os respetivos setores atacantes.

    O jogo da corda terminou equidistante.

     

    A FIGURA

    Bolas paradas das duas equipas – Se o jogo adentrou pelo espetro da emoção, muito se deveu à atitude do FC Vizela durante quase toda a partida. Contudo, os lances de bola parada acabam por estar inevitavelmente ligados ao encontro na medida em que ditaram o resultado final. Ambos foram exemplos daquilo que se perpetra nos treinos.

     

    O FORA DE JOGO

    Portimonense SC
    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Ataque do Portimonense SC – A frente de ataque algarvia, ao longo de toda a partida, esteve aquém das expectativas. Nakajima e Angulo apostaram nos rasgos individuais pela falta de apoio quer dos médios, quer do homem mais avançado no terreno. O perigo surgiu apenas de bola parada.

     

    ANÁLISE TÁTICA – FC VIZELA

    Diante do Portimonense SC, os pupilos de Álvaro Pacheco formaram um sistema de 4-2-3-1: Marcos Paulo e Claudemir – peça que substitui Samu por cumprimento de castigo – compõem o duplo pivôt que se encarrega dos trabalhos destinados ao centro do terreno; Rashid, juntamente com Nuno Moreira e Kiko Bondoso, apoiam o avançado Schettine na frente de ataque vizelense (Cassiano também cumpriu castigo).

    O domínio do FC Vizela, durante a primeira metade, foi evidente. Ambos os flancos ofensivos tentavam erigir situações passíveis de perigo com Koffi e Nuno Moreira à cabeça, enquanto Kiko Bondoso ocupava terrenos interiores junto de Rashid e Marcos Paulo. As triangulações e os movimentos entrelinhas resultavam; por sua vez, o último passe tardava em aparecer. Sinal mais e menos – simultaneamente – nas bolas paradas.

    A segunda parte não foi díspar da primeira: os flancos continuaram a ser a maior aposta bem como o lançamento da profundidade de Koffi e Kiki. As substituições efetuadas por Álvaro Pacheco não surtiram efeito na conquista dos três pontos.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Pedro Silva (6)

    Bruno Wilson (6)

    Anderson (6)

    Claudemir (6)

    Rashid (6)

    Kiko (6)

    Marcos Paulo (6)

    Kiki (6)

    Koffi (7)

    Nuno Moreira (6)

    Schettine (7)

    SUBS UTILIZADAS

    Mendez (4)

    Zohi (3)

    Etim (4)

     

    ANÁLISE TÁTICA – PORTIMONENSE SC

    Paulo Sérgio, treinador da equipa forasteira, adotou um esquema tático idêntico ao apresentado diante do CD Santa Clara (1-1): um 4-3-3 com Willyan a regressar ao miolo e a ser alicerçado por Carlinhos e Lucas Fernandes; Shoya Nakajima, Angulo e Fabrício a ocuparem as posições mais adiantadas do terreno. Previa-se um futebol com preocupações essencialmente atacantes.

    Na primeira parte, em termos ofensivos, a turma algarvia não reuniu a capacidade de desenhar lances ofensivos que pudessem colocar em situação de aflição a defesa do FC Vizela. O golo de bola parada surge contra a corrente do jogo. Em termos defensivos, a linha de quatro só pecou aquando do tento que ditou a igualdade, através de um pontapé de canto.

    O Portimonense SC, durante a segunda metade, só adotou uma postura atrevida perto do final da partida. Notou-se as debilidades no momento de ligar todos os setores do terreno: a primeira fase de construção era obstruída pela pressão alta vizelense. Só Angulo e Nakajima trouxeram alguns calafrios à linha defensiva adversária.

    11 INCIAL E PONTUAÇÕES

    Samuel (6)

    Lucas P. (6)

    Willyan (7)

    Lucas Fernandes (6)

    Fabrício (5)

    Shoya Nakajima (7)

    Fahd Moufi (5)

    Relvas (6)

    Pedrão (6)

    Angulo (6)

    Carlinhos (6)

    SUBS UTILIZADAS

    Ewerton (4)

    Júnior (3)

    Sapara (-)

    Dacosta (-)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    FC Vizela

    BnR: Boa tarde, mister! Face ao último jogo, o FC Vizela teve duas baixas: Cassiano e Samu. Apesar disso, sente que a equipa esteve à altura do que lhe pediu?

    Álvaro Pacheco: Penso que sim. Os adeptos, apesar do resultado, devem estar orgulhosos de nós. Uma equipa que corre muitas vezes atrás do prejuízo e demonstra esta atitude, este caráter, esta determinação, esta qualidade de jogo só pode orgulhar os seus adeptos. Faltou o resultado, mas justiça não bate à porta sempre que queremos. Quero deixar aqui uma palavra também às três grandes equipas que estiveram em campo. Foi uma excelente arbitragem, uma excelente partida, cheia de emoção e um jogo bem jogado. O Portimonense chegou aqui com a estratégia de levar pontos, mesmo que se tratasse de um empate. É legítimo, evidentemente. Faltou-nos sorte.

     

    Portimonense SC

    BnR: Boa tarde, mister! Na sua opinião, o jogo acabou por pertencer a cada uma das equipas (FC Vizela na primeira parte, Portimonense SC na segunda metade), ou considera ter tido a sorte do jogo do seu lado?

    Paulo Sérgio: A primeira observação é a mais correta. Não entramos bem no jogo. O FC Vizela estava a ter iniciativa do jogo. O FC Vizela estava a mandar no jogo. Não estávamos a pressionar a saída de jogo do adversário. Fomos felizes no primeiro golo. Mas logo a seguir tivemos oportunidade de fazer o 0-2 e não conseguimos. Fomos infelizes, ao contrário do que tínhamos sido. Até baixei o Willyan ao intervalo e, a partir daí, o FC Vizela não conseguiu criar o perigo que até aí tinha criado. Tivemos o controlo e o domínio de jogo na segunda parte. Foram duas partes distintas. Os pontos são bem divididos, na minha modesta opinião.

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    Romão Rodrigues
    Romão Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    Em primeira mão, a informação que considera útil: cruza pensamentos, cabeceia análises sobre futebol e tenta marcar opiniões sobre o universo que o rege. Depois, o que considera acessório: Romão Rodrigues, estudante universitário e apaixonado pelas Letras.                                                                                                                                                 O Romão escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.