Moreirense FC 2-2 Gil Vicente FC: Steven “Empate” gela ambições gilistas

A CRÓNICA: A “LEI DO EX”… QUASE QUE NÃO FALHAVA

Debaixo de condições climatéricas gélidas, Moreirense FC (15º) e Gil Vicente FC (oitavo) defrontaram-se na abertura da 12ª jornada da Primeira Liga dispostos a carimbar três pontos importantes na luta pela tranquilidade classificativa.

A personalidade dos de Barcelos impôs-se no início da partida. Dispostos a demonstrar que a derrota em Leça, para a Taça de Portugal, não foi mais do que um acidente de percurso, os pupilos de Ricardo Soares, regressado a uma casa que bem conhece, somaram várias ações positivas, principalmente do lado esquerdo, porém, inconsequentes.

Do outro lado, o Moreirense fez jus à sua qualidade defensiva e, por várias vezes, não se acanhou na questão de levar perigo à baliza de Frelih. Um jogo equilibrado em praticamente todo o senso estatístico, que apenas sofreu uma alteração significativa com o término do primeiro tempo, com o Moreirense a carregar em busca do primeiro tento da noite.

Sem mexidas para a segunda parte, o frente a frente entre João Henriques e Ricardo Soares conheceu uma história bem diferente logo à partida. Nem um minuto decorria da segunda metade e Manuel Oliveira assinalou um penalti sobre Yan Matheus, por falta de Zé Carlos. Na marca dos 11 metros, o atacante brasileiro não facilitou e colocou o Moreirense na frente do marcador.

Logicamente, coube ao Gil Vicente correr atrás do prejuízo. A equipa reagiu com um grande tiro de livre da autoria de Pedrinho, com a bola a embater com estrondo na barra. Apesar das dificuldades para suster o fôlego ofensivo em questões de transição do rival minhoto, os de Barcelos chegaram mesmo ao empate: marcou Samuel Lino depois de um remate bastante bem colocado.

Seguiram-se momentos de superioridade do Gil Vicente. A insistência deu frutos aos 77 minutos com a reviravolta no marcador, e por quem haveria de ser? Claro, Fran Navarro. O avançado espanhol reforçou a sua marca na lista de melhores marcadores da Primeira Liga com um belo golo de cabeça, finalizando a remontada do Gil Vicente em grande estilo.

Competia agora ao Moreirense, pela primeira vez no desafio em desvantagem, encostar o adversário às cordas, mas tal não aconteceu. Contudo, não era tudo, por agora, nem antes do apito final. No último lance da partida, em desvantagem no marcador, Steven Vitória assumiu a marcação de um livre direto que separava a equipa de um ponto ou nenhum.

O resto foi uma cobrança enorme e um festejo efusivo. Ao cair do pano o Moreirense conseguiu a igualdade no marcador, somando o nono ponto em 12 jogos e ficando, à condição, fora dos lugares de descida, em 15º lugar. Ricardo Soares, no seu regresso a Moreira de Cónegos, não leva mais do que um ponto e até que tem algumas razões de queixa. São 14 pontos em 12 jogos e uma oitava posição na classificação, ainda incerta, pois ainda há muita jornada para se disputar.

 

A FIGURA

Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

Steven Vitória – Restabeleceu o empate ao cair do pano. Na liderança da defensiva caseira, não realizou uma partida de encher o olho: competente, porém com várias debilidades que poderiam ter levado os visitantes a ferir a defesa cónega.

Capitão, defesa e decisivo. Garantiu um ponto precioso dadas as circunstâncias do jogo e foi o responsável máximo pelo resultado final, rejeitando a derrota que teve muito perto de ser consumada depois de uma segunda parte pobre dos Cónegos. Este golo, de espetacular teve muito, e provavelmente será precioso em termos emocionais para a equipa num futuro próximo.

 

O FORA DE JOGO

Defesa do Gil Vicente – 10 jogos consecutivos a sofrer para a Primeira Liga é uma marca, no mínimo, preocupante. A equipa continua a realizar uma época tranquila dentro dos possíveis, porém, dá a ideia de que a ineficácia defensiva está a condicionar o verdadeiro potencial desta formação.

Em boa verdade, os dois golos sofridos surgem em circunstâncias muito específicas, denotando-se alguma competência neste aspeto, pelo menos hoje – o Moreirense raramente criou ocasiões de grande perigo.

A identidade gilista continua a ser bem visível, sobretudo pela magia ofensiva e de um meio-campo repleto de qualidade e intensidade. Se os vários setores do campo se nivelarem pela fasquia mais alta, até onde pode ir este Gil Vicente?

 

ANÁLISE TÁTICA – MOREIRENSE FC

João Henriques operou duas mudanças no 11 em relação ao desafio passado (triunfo frente ao Vitória SC para a taça), mantendo o (4-3-3) base com Fábio Pacheco a assumir a posição mais recuada, auxiliado por Ibrahima e Filipe Soares. A primazia por uma rigorosa organização defensiva não foi novidade, assim como as incursões de Filipe Pires e Yan Matheus pelas linhas – principalmente do segundo.

Não foi uma exibição propriamente vistosa dos anfitriões, que se serviram maioritariamente do espaço concedido na zona intermédia da metade ofensiva do campo para armar remates de longa distância, assim como do seu poderio aéreo nos lances de bola parada na tentativa de chegar a vias de facto.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Kewin Silva (5)

Paulinho (4)

Steven Vitória (6)

Rosic (5)

Abdu Conté (5)

Fábio Pacheco (5)

Ibrahima (5)

André Luís (4)

Yan Matheus (6)

Filipe Soares (4)

Pires (4)

SUBS UTILIZADOS

Derick (4)

Gonçalo Franco (3)

Rafael Martins (4)

Walterson (3)

Pedro Amador (-)

 

ANÁLISE TÁTICA – GIL VICENTE FC

Ricardo Soares montou um bloco dependente da ação de Fujimoto em termos defensivos. O médio japonês juntou-se a Fran Navarro na tentativa de condicionar a primeira fase de construção cónega, colocando a equipa ocasionalmente entre um (4-4-2) e um (4-3-3).

Vítor Carvalho foi a âncora do meio campo, ao passo que Pedrinho teve a função de imprimir intensidade com e sem bola, adicionando algum critério na hora de construir possíveis jogadas de perigo.

Este Gil Vicente teve momentos, exibindo-se perante o comum espectador com o potencial da identidade de jogo perpetuada por Ricardo Soares, sobretudo na última meia hora de jogo, onde a equipa rendeu depois do recuar de linhas adversário. O melhor Gil Vicente veio à tona, ainda assim, incapaz de materializar a boa produção ofensiva que operou com uma vitória, ao passo que o registo defensivo, embora continue a níveis preocupantes (10 jogos sempre a sofrer) revelou-se competente não fosse um penálti e uma bola parada de génio.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Frelih (5)

Zé Carlos (4)

Lucas (5)

Rúben Fernandes (5)

Talocha (5)

Pedrinho (6)

Vítor Carvalho (5)

Fujimoto (5)

Murilo (4)

Samuel Lino (6)

Fran Navarro (5)

SUBS UTILIZADOS

Antoine Leautey (4)

Bilel (4)

Hackman (-)

Elder Santana (-)

 

BNR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

Moreirense FC

Bola na Rede: O Gil Vicente criou diversas dificuldades à sua equipa sobretudo nas linhas laterais, através de triangulações, nascendo daí o segundo golo gilista por intermédio de Fran Navarro. Sente que essa foi a maior debilidade que pode apontar ao seu jogo defensivo hoje?

João Henriques: Nós já os conhecíamos tal como eles nos conheciam e nós também criamos alguns problemas nos corredores laterais e tentámos explorar alguns problemas. Em termos individuais, tivemos algumas questões em que não fomos tão fortes, que nos prejudicaram coletivamente, mas isso é normal, há jogos mais bem conseguidos do que outros. Hoje não tivemos inspirados individualmente e coletivamente cometemos alguns erros que permitiram ao adversário chegar-se perto da nossa baliza. Naturalmente, os golos surgiram por erros individuais e coletivos e nós assumimos. Continuamos é a não querer sofrer os golos que sofremos e da forma que sofremos. Temos de estancar isso de uma vez por todas porque temos sido penalizados pelos golos sofridos.

 

Gil Vicente FC

Bola na Rede: O Gil Vicente atravessa uma fase que já não era famosa em termos de registo defensivo: são agora 10 jogos consecutivos a sofrer golos no campeonato. Apesar disso, os golos sofridos hoje foram de bola parada e de penalti. Pergunto-lhe se é a consistência defensiva que está a faltar ao Gil Vicente para saltar para outros patamares?

Ricardo Soares: Sofremos dois golos, em que um, na minha opinião, é difícil entender como é que eu sofro o golo. Com a tecnologia que hoje há, para mim é difícil. De qualquer das maneiras, é bom realçar que tivemos uma semana difícil com a eliminação da Taça de Portugal, que nos colocou de uma forma que não queríamos. Os jogadores trabalharam muito, vieram para cá e fazem este jogo com uma grande personalidade. Na primeira parte fomos ligeiramente superiores e na segunda parte tivemos de ir atrás do resultado por uma situação que ainda não compreendi. Conseguimos ter esta personalidade que toda a gente viu, sem fugir do nosso ADN, sem fugir do nosso processo de jogo e com muita personalidade. Criamos várias situações, com o jogo completamente controlado e depois sofremos um golo no último lance, o que foi uma injustiça tremenda.

Ricardo Rebelo
Ricardo Rebelohttp://www.bolanarede.pt
O Ricardo é licenciado em Comunicação Social. Natural de Amarante, percorreu praticamente todos os pelados do distrito do Porto enquanto futebolista de formação, mas o sonho de seguir esse caminho deu lugar ao objetivo de se tornar jornalista. Encara a escrita e o desporto como dois dos maiores prazeres da vida, sendo um adepto incondicional de ciclismo desde 2011.

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