Sporting CP 3-0 Rio Ave FC: Leões isolam-se no terceiro lugar com exibição eficaz

    Num dia de inverno em plena época primaveril, o Sporting recebeu a equipa nortenha do Rio Ave, num jogo referente à 28ª jornada da primeira liga portuguesa. Os Leões partiram para esta partida não só depois de ter eliminado o eterno rival do SL Benfica da Taça de Portugal na semana passada como viram também ontem “do sofá” a equipa de Abel Ferreira perder em Moreira de Cónegos por uma bola a zero. Esta última situação deixou os pupilos de Keizer com água na boca: um empate ou vitória diante do Rio Ave permitiria que a formação verde e branca ficasse isolada na última posição do pódio do campeonato.

    Do lado dos vila-condenses, a pressão estava mais reduzida. Ocupavam, à partida para este jogo, um confortável nono lugar no campeonato. Após um início de temporada claramente positivo, o Rio Ave foi perdendo fôlego e ímpeto ao longo da época. Esta fase final da temporada tem servido, em termos práticos, para que a formação comandada por Daniel Ramos pratique um futebol positivo e mostre a qualidade de alguns dos seus protagonistas dentro das quatro linhas.

    Marcel Keizer escalou a sua equipa no habitual 4x3x3 enquanto que Daniel Ramos insistiu também na sua receita habitual, o 4x2x3x1. Não foi por aqui que os treinadores inovaram a sua abordagem ao jogo. Fruto ou não dessa ausência de “surpresas” de ambos os técnicos, a partida teve na primeira parte um considerável equilíbrio: as formações pareciam equilibrar-se taticamente, anulando-se em grande medida.

    Logo ao minuto seis, Cristián Borja assusta Keizer: depois de uma disputa de bola com o lateral direito vila-condense, Nadjak, o colombiano ficou prostrado no chão, chegando mesmo a sair de maca. Dentro das quatro linhas, enquanto ainda não se percebia o que se passava com o lateral esquerdo leonino, foi Acuña a descer para essa posição. Mas por pouco tempo pois Borja entrou momentos depois para alívio de Keizer que assim não teve que gastar logo de início uma substituição. Teve, contudo, que a fazer no início do segundo tempo, trocando o colombiano por Jovane Cabral. Isto levou a que Acuña atuasse durante a segunda parte como lateral esquerdo, ficando Cabral a jogar a extremo do mesmo lado.

    A equipa de Daniel Ramos procurou, num primeiro momento, organizar grande parte das suas investidas ofensivas pelo lado direito do ataque, contando com o excelente entendimento do seu lateral direito, Nadjak, com o extremo do mesmo lado, Gabrielzinho. O Sporting percebeu cedo que era por aí que os forasteiros criavam perigo e foi então que Acuña, quando ainda ocupava posições mais ofensivas em campo, desceu várias vezes para auxiliar o seu companheiro sul-americano, Borja. Jérémy Mathieu, sempre com excelentes prestações nesta primeira parte, ia dando a sua ajudinha e aparecia nesse lado para limpar tudo o que pudesse comprometer a supremacia leonina.

    O Rio Ave ia dando, por vezes, o ar da sua graça em Alvalade. Ao minuto 10, assiste-se no anfiteatro leonino a um remate do meio da rua do avançado de serviço Bruno Moreira tentando surpreender Renan Ribeiro, mas sem perigo. Defensivamente, a equipa do norte do país, organizou-se em 4x4x2, contando Diego Lopes ao lado de Bruno Moreira, funcionando esta dupla como a primeira linha de condicionamento da construção ofensiva do Sporting. Para se superiorizar no número de elementos no início da fase de construção, a formação da casa desceu sempre Gudelj nas alturas de construção, formando o sérvio uma “tripla” com Coates de um lado e Mathieu do outro, ao mesmo tempo que se projetavam os laterais no ataque.

    O golo leonino surgiu ao minuto 12 por Luiz Phellype. Contra-ataque rápido da formação leonina, passe na zona de meio-campo de Wendel, ligeiro desvio de Acuña e o brasileiro ex-Paços de Ferreira aproveita e faz o golo na cara de Leo Jardim. Estava desfeito o nulo em Alvalade.

    Bruno Fernandes, o “canhão da Maia”, parecia cansado no jogo. Mesmo assim foi mostrando todos os seus dotes e requintes: primeiro, ao minuto 30, num cruzamento carregado de veneno do lado direito do ataque sportinguista que encontrou Diaby em zona de finalização e, segundo, através da cobrança, mais uma, do segundo golo dos Leões de grande penalidade indiscutível de Messias sobre Luiz Phellype. O cronometro marcava o minuto 35. O internacional português atingiu com esse golo a marca de 27 golos nesta temporada, colocando-o a par de Frank Lampard (ex-Chelsea) como o médio mais goleador numa única época. É obra.

    O Sporting CP realizou uma exibição eficaz
    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Voltemos ao jogo. Em jeito de resposta pelo segundo tento leonino, Bruno Moreira liberta-se das amarras de Mathieu e consegue rematar ao lado da baliza leonina. Corria o minuto 32. O avançado vila-condense parecia o mais inconformado com a desvantagem no marcador.

    Na segunda parte, só houve praticamente Sporting. O Rio Ave foi sempre uma equipa desinspirada no último terço, apesar de ter algumas investidas interessantes. Uma delas, de grande perigo, surgiu ao minuto 76 pelo pé de Tarantini que apareceu na zona de ponta-de-lança para obrigar Renan a uma defensa complicada. Mas no minuto anterior, já os forasteiros tinham feito das suas através do recém-entrado Nuno Santos que cruzou com perigo para a grande área do Sporting. Renan saiu seguro nas alturas e segurou o esférico.

    Mas o melhor do encontro estava para vir. Mais um passe de Bruno Fernandes para a entrada da área e Wendel atira para o ângulo direito da baliza de Leo Jardim que, apesar de se esticar, nada podia fazer. Corria o minuto 54 em Alvalade. Estava selado o 3º golo da equipa da casa, fechando o marcado até final do encontro.

    Com esta vitória incontestável o Sporting fica isolado no 3º lugar do campeonato. Do lado do Rio Ave, podia ter feito muito mais, pois tem bons protagonistas e executantes. Daniel Ramos tem que “apertar” mais com os seus jogadores pois eles podem dar mais brilho do que aquilo que mostraram hoje.

    ONZES INICIAIS E SUBSTITUIÇÕES

    Sporting CP: Renan; Ristovski; Coates; Mathieu (72’ André Pinto); Borja (45’ Jovanne Cabral); Gudelj; Wendel; Bruno Fernandes; Diaby; Luiz Phellype; Acuña (65’ Bruno Gaspar)

    Rio Ave FC: Leo Jardim; Nadjak; Messias; Ruben Semedo; Fábio Coentrão; Tarantini; Filipe Augusto; Gabrielzinho (60’ Nuno Santos); Diego Lopes (c); Galeno (60’ Nikola Jambor); Bruno Moreira (82’ Ronan)

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    Simão Mata
    Simão Matahttp://www.bolanarede.pt
    O Simão é psicólogo de profissão mas isso para aqui não importa nada. O que interessa é que vibra com as vitórias do Sporting Clube de Portugal e sofre perante as derrotas do seu clube. É um Sportinguista do Norte, mais concretamente da Maia, terra que o viu nascer e na qual habita. Considera que os clubes desportivos não estão nos estádios nem nos pavilhões, mas no palpitar frenético do coração dos adeptos e sócios.                                                                                                                                                 O Simão escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.