Vitória SC 5-2 CD Tondela: Rei pune forasteiros com “chapa 5”

    A CRÓNICA: NO D. AFONSO HENRIQUES, MANDARAM OS FILHOS DO REI

    Vitória SC e CD Tondela enfrentaram-se na tarde deste sábado em desafio a valer para a 14ª jornada do campeonato português. Apostadas em contrariar o momento irregular de forma, ambas as formações entraram em campo estrategicamente em choque quanto ao método para chegar a vias de facto.

    Declaradamente a jogar na contraofensiva, o Tondela conseguiu suster uma primeira fase de pressão vitoriana, levada a cabo por um Marcus Edwards endiabrado na faixa direita do ataque. O que é certo é que o controlo dos homens do castelo desmoronou-se através das investidas em profundidade dos visitantes.

    Murillo, usufruindo da capacidade explosiva que lhe é reconhecida, apareceu na cara de Bruno Varela, sendo derrubado, ilegalmente, na hora “h”, por Borevkovic. 1-0, marcou um homem da casa, João Pedro, de penalti. Respirava-se intranquilidade nos homens de branco e a situação piorou minutos depois. No 2º andar, mais alto do que todos os outros, apareceu Undabarrena para gelar o D. Afonso Henriques, na sequência de um pontapé de canto.

    Meia hora de jogo e uma desvantagem de dois golos… a missão do rei era complicada. A equipa prosseguiu a partida com mais bola, sem criar grandes situações de desequilíbrio, mas irrepreensível no momento do jogo que a colocou novamente na luta: grandes penalidades. Dois penaltis, dois marcadores diferentes (Tiago Silva, Oscar Estupiñan) e um 2-2 antes dos primeiros 45 minutos.

    O caos tático que se verificou em inúmeros momentos do jogo, sobretudo na sequência de vastos desequilíbrios e lances de contra-ataque perigosos, deu lugar a uma acalmia inicial na segunda metade.  O apito de Artur Soares Dias estreou a primeira mudança no encontro, perpetuada por Pepa, que colocou Bruno Duarte na partida, alterando o esquema tático para um 4x4x2 com a saída de Tomás Handel do meio-campo.

    No jogo jogado, as equipas apresentaram-se com ambições táticas idênticas. Estava predestinado algo especial para este desafio, e o mesmo surgiu com a marcação da quarta grande penalidade do dia: Marcus Edwards converteu, o recém-entrado Manu Hernando foi expulso e o Vitória SC colocou-se em vantagem, pela primeira vez, aos 62 minutos de jogo.

    Com 10 unidades e a desvantagem no marcador, a equipa tondelense não conseguiu criar perigo da mesma forma. Nem por isso se absteve de fazer Bruno Varela suar, contudo, o impacto do golo e a desvantagem numérica foram decisivos para o desfecho do encontro.

    Ainda antes do apito final, Marcus Edwards avolumou a vantagem caseira, marcando o quarto tento do rei. O Vitória tinha a mão nos 3 pontos, porém, ainda não tinha acabado ofensivamente. Rúben Lameiras, já em cima do término da partida, castigou ainda mais a equipa beirã.

    Com esta vitória, a formação de Pepa sobe provisoriamente à quinta posição da Primeira Liga, somando 22 pontos em 14 jogos. Já o emblema de Tondela mantem-se com 12 pontos, na 12ª posição (com um jogo a menos) e à espera daquilo que vários emblemas da parte final da tabela possam fazer.

     

    A FIGURA

    Marcus Edwards reforços de inverno FC Porto
    Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

    Marcus Edwards – Uma vez mais, assumiu a função de “ganha-pão” do Vitória SC. A exibição realizada pelo inglês encheu os olhos de qualquer espetador. O extremo assinou dois tentos e colocou em água a cabeça dos defesas do CD Tondela. Como se não bastasse, cada arrancada mostrava-se imparável, fosse no um para um ou na simples criação de jogo para o coletivo. Diferenciado, em todos os aspetos.

     

    O FORA DE JOGO

    Pako Ayestaran – O técnico espanhol teve culpas no desaire traduzido em goleada. A dupla alteração na linha de quatro defensiva comprometeu as aspirações que o CD Tondela tinha para a partida no reduto do Vitória SC. O central (Hernando) acabou expulso mal entrou na partida e o lateral esquerdo (Neto Borges) foi, à semelhança de Khacef, incapaz de segurar Edwards. No futebol, mantém-se a velha máxima: quem altera a estrutura defensiva, tem o dobro dos problemas.

     

    ANÁLISE TÁTICA – VITÓRIA SC

    Diante do CD Tondela, os pupilos às ordens de Pepa apresentaram-se num 4-3-3 com disposição essencialmente ofensiva: Tomás Händel era a peça mais recuada, ocupando a “posição seis”, enquanto Tiago Silva e André Almeida funcionavam como médios “todo-o-terreno”.

    Na primeira metade, o Vitória SC, no momento defensivo, teve alguma dificuldade em suportar e travar as investidas – nomeadamente em contra-ataque – do CD Tondela: João Ferreira e Rafa Soares sofreram momentos de aflição face às arrancadas de Jhon Murillho, Salvador Agra e Dadashov e a dupla de centrais (Mumin – Borevkovic) era o rosto da intranquilidade, com culpas em ambos os tentos tondelenses; por sua vez, o mesmo João Ferreira e Marcus Edwards eram os mais inconformados e procuraram, mais individual do que coletivamente, inverter a situação.

    Pepa, ao intervalo, substitui Tomás Handel por Bruno Duarte com a pretensão de corporizar o setor ofensivo da equipa minhota. O terceiro golo é desenhado com uma bela jogada em contragolpe, plena de oportunismo e inteligência. Já em vantagem, e apesar da intranquilidade defensiva e do meio-campo destapado, Janvier e Alfa Semedo saltaram do banco para colmatar a brecha existente e impedir o jogo interior, fator onde o CD Tondela se superiorizou. Quaresma e Rúben Lameiras, por sua vez, refrescaram o ataque e contribuíram para o dilatar do marcador.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Varela (6)

    Ferreira (7)

    Mumin (5)

    Borevkovic (5)

    Rafa Soares (6)

    Silva (7)

    Handel (6)

    Almeida (5)

    Edwards (9)

    Estupiñán (6)

    Rochinha (5)

    SUBS UTILIZADAS

    Bruno Duarte (6)

    Janvier (6)

    Quaresma (6)

    Semedo (6)

    Lameiras (7)

     

    ANÁLISE TÁTICA – CD TONDELA

    A equipa beirã, contrariamente à formação vitoriana, apostou num 4-2-3-1 alinhou com duplo pivot no miolo (T.Dantas – I. Undabarrena) e João Pedro em zonas mais avançadas no terreno enquanto J. Murillo e Salvador Agra se ocupavam dos respetivos flancos e constituíam uma ajuda extra, aquando dos momentos defensivos.

    Até ao golo inaugural, a equipa de Pako Ayestáran concedeu a posse de bola ao adversário, defendendo com os onze jogadores atrás da linha de meio-campo; por sua vez, e apesar da dupla vantagem, o CD Tondela nunca dominou o encontro pelo facto de o meio-campo não conseguir reter a posse do esférico e por preocupar-se essencialmente em lançar os extremos na profundidade. A nível defensivo, destacaram-se os dois erros individuais que permitiram o relançar da partida e a avalanche de intentonas perpetradas pelo lado de Khacef.

    Na segunda metade, a formação do distrito de Viseu entrou na partida com uma postura mais agressiva e foi a primeira a criar perigo. Excetuando o golo sofrido derivado de uma falta de concentração, o CD Tondela, a menos um, jogava entrelinhas com relativa facilidade e criava situações de perigo aquando das chegadas à baliza de B. Varela. A troca de centrais, quando a partida estava empatada, foi sentença pesada. Ofensivamente, Dadashov segurou os centrais e ganhou a maior parte dos duelos que disputou. Murillo, após o terceiro golo do Vitória SC, recuou e a equipa perdeu ímpeto.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Trigueira (6)

    T.Almeida (5)

    Sagnan (6)

    Quaresma (5)

    Khacef (5)

    Undabarrena (6)

    Dantas (6)

    Murillo (7)

    Pedro (7)

    Agra (7)

    Dadashov (6)

    SUBS UTILIZADAS

    Borges (3)

    Hernando (0)

    Augusto (5)

    Alves (4)

    Barbosa (4)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    VITÓRIA SC

    BnR: Boa noite, mister! Antes de mais, parabéns pelo triunfo! A substituição de Tomás Handel pelo Bruno Duarte teve a pretensão de corporizar e conferir mais forma ao ataque e se o plano B surtiu mais efeito que o plano A?

    Pepa: Hoje tivemos melhor no 4-3-3 do que no 4-4-2. Não é um problema de atitude. Temos de perceber melhor os momentos de jogo. Depende sempre das equipas que defrontamos e da maneira que as mesmas se dispõem em campo. Hoje, na primeira parte, fomos mais fortes no jogo interior. Na segunda parte, nem tanto. É verdade que a equipa necessita de mais eficácia, de ser mais efetiva no último terço, não adianta esconder esse problema. Ter essa estrutura amarelada desde cedo também dificultou o processo.

     

    CD TONDELA

    BnR: Ao longo do encontro, o CD Tondela criou diversas oportunidades através do espaço que o Vitória foi concedendo à sua equipa e mesmo depois de ter estado a vencer por 2-0, a sua equipa foi criando através dos mesmos moldes. Pergunto-lhe se sai deste jogo com uma amargura ainda maior por isto mesmo?

    Pako Ayestáran: Bem, a verdade é que se tivéssemos sido mais eficazes na primeira parte, podíamos ter vencido o jogo. Muitas vezes temos de estar alerta e hoje não estivemos e a partir daí tudo se explica com a expulsão do Manu (Hernando). O Vitória é uma equipa com muito boas individualidades e se já era difícil jogar 11 para 11, com um a menos ainda foi mais difícil.

     

    Rescaldo da opinião de Ricardo Rebelo e Romão Rodrigues.

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