Belenenses SAD 2-0 CD Tondela: Três pontos caídos do céu

    A CRÓNICA: “FRANGO” DE NIASSE ABRE CAMINHO A VITÓRIA CONFORTÁVEL

    Em jogo a contar para a 15ª jornada da Primeira Liga, o aflito e penúltimo, Belenenses SAD recebeu o CD Tondela, mais tranquilo na tabela. A equipa da casa procurava reagir ao mau momento e o CD Tondela, apesar de mais tranquilo, ainda só tinha somado um ponto em deslocações a terrenos forasteiros.

    Num duelo, em perspetiva muito equilibrado e com duas equipas a encaixarem taticamente uma na outra, a primeira nota vai para o relvado do Estádio do Jamor: já teve melhores dias, muito melhores.

    O CD Tondela até começou melhor e criou algum perigo através de transições que ainda valeram calafrios à defesa azul. Os primeiros minutos do jogo foram marcados pelos erros dos guarda-redes, de parte a parte. Stanislav Kritsyuk abriu a partida com um erro que podia ter valido o golo ao adversário. Valeu a falta de pontaria de Mario González. Pouco depois foi a vez de Babacar Niasse. O guarda-redes fez um autêntico frango e deu, literalmente, o golo a Matteo Cassiera, que até tinha cabeceado com pouca força.

    A primeira parte trouxe ainda mais motivos para celebrar, numa tarde onde o sol teimou em não aparecer. Nos últimos dez minutos do primeiro tempo surge cruzamento de Rúben Lima, ala esquerdo, para o lado contrário da grande área, onde apareceu o ala direito, Tiago Esgaio, que com uma excelente cabeçada finalizou a jogada da melhor maneira. O CD Tondela desesperava pelo final da primeira parte e o árbitro Artur Soares Dias apitou sem que houvessem mais mexidas no marcador.

    A segunda parte começou como se esperava. O CD Tondela pressionou e remeteu o Belenenses SAD até ao seu setor defensivo, em busca do golo que os recolocasse na partida. Esta subida no terreno obrigou os beirões a descurarem a zona defensiva, que ficava cada vez mais exposta aos contra-ataques do conjunto caseiro, que por diversas vezes esteve perto do golo. Sem muitas mais oportunidades e com o jogo, aparentemente controlado, o Belenenses SAD acabou por regressar às vitórias

     

    A FIGURA


    Tiago Esgaio – Uma das melhores peças em campo. Marcou o segundo golo do jogo e selou uma vantagem confortável ainda antes do intervalo. As constantes subidas pelo corredor e o surgimento em zonas mais centrais permitiram ao Belenenses SAD procurar novas dinâmicas. Bom jogo do lateral-direito, muito preponderante no desfecho da partida.    

    O FORA DE JOGO


    Babacar Niasse – O guardião do CD Tondela teve poucos momentos para poder brilhar, mas a verdade é que na primeira grande oportunidade que teve, esteve mal e ofereceu o golo ao adversário. Sem grandes culpas no segundo golo, não teve grandes hipóteses de redimir e acabou por ficar como uma das desilusões desta tarde. Exibição tão apagada que quase fez esquecer o péssimo estado do relvado do Estádio do Jamor.

      ANÁLISE TÁTICA – BELENENSES SAD

    O conjunto da casa entrou em campo com o seu habitual 3-4-3 no momento ofensivo, que se transformava em 5-2-3 no momento defensivo. As situações de perigo surgiram preferencialmente quando a bola andou pelo ar, e equipa azul conseguiu mesmo marcar dois golos através de cruzamentos para a área. A consistência e solidez defensiva do Belenenses SAD manteve-se, apesar das investidas tondelenses. Finalmente apareceram os golos pelos quais Petit tanto desesperava.

      11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Stanislav Kristyuk (5)

    Thibang Phete (5)

    Gonçalo Silva (5)

    Tomás Ribeiro (6)

    Tiago Esgaio (8)

    Bruno Ramires (5)

    Afonso Taira (6)

    Rúben Lima (7)

    Silvestre Varela (6)

    Miguel Cardoso (7)

    Matteo Cassiera (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Stephelo Sithole (6)

    Francisco Teixeira (6)

    Richard (5)

    Edi Semedo (-)

    Danny (-)

      

    ANÁLISE TÁTICA – CD TONDELA

    O CD Tondela alinhou também no seu habitual 3-4-3, mutável em 5-4-1 quando a equipa defendia. Esperava-se que as equipas encaixassem, e assim foi. A diferença entre as duas era que os beirões se guiavam pela procura dos laterais e extremos, prontos para servir o ponta-de-lança e referência no ataque, Mario González, que acabou por passar ao lado do jogo.

    Salvador Agra e Jhon Murillo, os dois extremos, foram sempre os mais inconformados e procuraram rasgar com lances individuais, sem grande sucesso.

    Pako Ayestarán fez entrar Rafael Barbosa em campo, por troca com o defesa-central Yohan Tavares. O médio juntou-se a Pedro Augusto e João Pedro e o Tondela passou a jogar num também rotinado, 4-3-3.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Babacar Niasse (4)

    Bebeto (5)

    Abed Medioub (5)

    Yohan Tavares (5)

    Enzo Martínez (6)

    Naoufel Khacef (5)

    João Pedro (5)

    Pedro Augusto (5)

    Salvador Agra (6)

    Jhon Murillo (6)

    Mario González (4)

    SUBS UTILIZADOS

    Roberto Olabe (5)

    Filipe Ferreira (5)

    Rafael Barbosa (5)

    Souleymane Anne (-)

     

     BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    Belenenses SAD

    Bola na Rede: Na antevisão da partida afirmou que faltava confiança aos seus jogadores e que isso iria mudar a partir do momento em que os golos começassem a aparecer, acha que este pode ser o ponto de viragem na temporada?

    Petit: Foi um jogo bem disputado. Entrámos bem no jogo, mas também podíamos ter sofrido. Depois começamos a tomar conta do jogo e fomos eficazes. Foi um jogo bastante intenso e dividido, tanto podíamos ter feito como ter sofrido. Muito importante para o balneário, vamos ter muitos jogos seguidos então foi importante.

     CD Tondela

    Bola na Rede: A entrada de Rafael Barbosa para o meio-campo fez com que a equipa passasse a jogar num 4-3-3, deixando o sistema inicial. O que procurava com esta alteração?

    Pako Ayestarán: “Sim, podemos considerar que era um 4-3-3, esperávamos que com essa abertura do espaço no meio do campo, na medida do possível, tentámos aproveitar a capacidade dos nossos laterais para criar perigo ao adversário”.

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    Gabriel Henriques Reis
    Gabriel Henriques Reishttp://www.bolanarede.pt
    Criado no Interior e a estudar Ciências da Comunicação, em Lisboa, no ISCSP. Desde cedo que o futebol foi a sua maior paixão, desde as distritais à elite do desporto-rei. Depois de uma tentativa inglória de ter sucesso com os pés, dentro das quatro linhas, ambiciona agora seguir a vertente de jornalista desportivo.