FC Famalicão 1-0 CD Santa Clara: Um suspiro de alívio na luta pela salvação

    A CRÓNICA: ENTRE A EUROPA E A MANUTENÇÃO, VENCEU O FC FAMALICÃO

    Naquele que se esperava um duelo aceso devido aos objetivos que ambas as equipas pretendem alcançar, e uma vez que estamos a entrar nas contas finais do campeonato, o FC Famalicão recebeu o CD Santa Clara, em jogo a contar para a 31ª jornada da Primeira Liga.

    O primeiro quarto de hora demonstrou a faceta de ambas as equipas: a vontade de vencer um cumprir. A primeira ocasião apareceu vinda dos açorianos, logo aos dez minutos, com um remate de Rui Costa. O avançado do CD Santa Clara conseguiu interferir a ação defensiva dos centrais do FC Famalicão, mas valeu por uma enorme defesa de Luiz Júnior.

    Em jeito de resposta e com uma jogada coletiva brilhante, que teve direito a toque de calcanhar de Anderson para Iván Jaime, este devolveu, mas o avançado dos famalicenses rematou à figura de Marco Pereira.

    O jogo estava quente, bastante partido, mas sem ocasiões definitivamente flagrantes. Jogava-se bastante no meio-campo, com perdidas de bola parte a parte. As aproximações à área adversária não eram em largo número, mas o critério no último terço também pecou por escasso em ambas as formações. Até à entrada da meia hora ficaram por notar as exibições de Iván Jaime, do lado da formação de Ivo Vieira, e de Ukra, da turma de Daniel Ramos. O primeiro foi, sem dúvida, importante nas transições ofensivas e na ajuda a Anderson, enquanto Ukra foi o construtor de algumas das jogadas de potencial perigo para o CD Santa Clara.

    Vinda do nada, acontece a expulsão de Nené aos 35 minutos de jogo. Depois de uma falta sobre Iván Jaime, que o árbitro Luis Godinho considerou ter sido efetuada de forma intencional, o CD Santa Clara viu-se reduzido a dez elementos e com a sua tarefa muito mais dificultada, tendo ficado sem um elemento do setor do meio-campo.

    Ao cair do pano da primeira parte, Pêpê, à meia distância, teve a oportunidade para o FC Famalicão fechar os primeiros 45 minutos com chave de ouro, mas a bola beijou o poste esquerdo da baliza de Marco Pereira. Chegou-se ao intervalo com um nulo no marcador.

    A segunda parte demonstrou algo bastante semelhante àquilo que foi visto na primeira, onde a única diferença acabou por ser a equipa do CD Santa Clara começar os segundos 45 minutos reduzida a dez elementos. O jogo continuava partido no meio-campo, com um número relativo de aproximações perigosas às áreas contrárias, mas com Ivo Vieira algo preocupado com o seu setor avançado, dada o pouco critério na finalização.

    Aos 69 minutos, poderia ter sido inaugurado o marcador no Estádio Municipal de Famalicão. Kraev rasgou pelo meio-campo, com Anderson a receber dentro de área com alguma dificuldade, mas ainda conseguiu assistir para Ivo Rodrigues. Seria um golo à lei da bomba, à entrada da área, mas acabou invalidado por posição irregular de Anderson, ao momento do passe de Kraev.

    Com a evidência da influência da redução de elementos em campo, o CD Santa Clara viu a sua tarefa totalmente dificultada e as substituições efetuadas por Daniel Ramos demonstraram isso mesmo. Com a expulsão de Nené, Morita viu-se obrigado a ocupar duas posições no meio-campo, mas, na segunda parte, o técnico da equipa açoriana, abdicou do seu ponta de lança para fechar o meio-campo e estancar o caudal ofensivo famalicense.

    O maior problema para os açorianos depois desse acabou ser a grande penalidade concedida ao FC Famalicão aos 81 minutos, depois da bola ter embatido no braço de um dos jogadores do CD Santa Clara. Em jeito de redenção, Ivo Rodrigues rematou para o fundo da baliza de Marco Pereira e concretizou o golo inaugural do marcador.

    O golo famalicense ainda fez acordar a formação visitante, com perigo nas jogadas seguintes onde visaram a baliza de Luiz Júnior, mas o guarda-redes da formação da casa mostrou que não estava em campo apenas para fazer número.

    Foi-se chegando cada vez mais perto do final da partida e o FC Famalicão não deixava de carregar ofensivamente, apesar de não se mostrar eficaz o suficiente para concretizar e aumentar a vantagem. Já perto do final da compensação dada pelo árbitro Luís Godinho, o CD Santa Clara viu-se reduzida, ainda, a nove elementos. Pierre Sagna foi admoestado com o segundo amarelo e também teve de recolher aos balneários.

    Foi uma partida infeliz para os visitantes açorianos e suficiente para o FC Famalicão. O duelo terminou com uma vitória por 1-0 dos famalicenses que suspiram na luta pela manutenção, enquanto o CD Santa Clara vê o objetivo das competições europeias um pouco mais dificultado.

     

    A FIGURA

    Fonte: Isabel Silva / Bola na Rede

    Ivo Rodrigues – Viu um golo anulado por posição irregular de Anderson, mas redimiu-se na grande penalidade. A par de Iván Jaime, foi um dos elementos com nota mais no grupo de Ivo Vieira. O golo do médio Ivo Rodrigues foi apenas a cereja no topo do bolo que foi a sua exibição.

    O FORA DE JOGO

    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Nené – Depois de estar a efetuar uns bons primeiros minutos, a falta sobre Iván Jaime, e consequente expulsão, acabou por sentenciar o jogo do CD Santa Clara. Um dos elementos mais importantes do meio-campo dos açorianos deixou a equipa reduzida a dez peças no terreno de jogo por uma infantilidade.

     

    ANÁLISE TÁTICA – FC FAMALICÃO

    Na escolha do onze inicial para enfrentar o CD Santa Clara, Ivo Vieira montou, novamente, um 4-2-3-1. Luiz Júnior manteve-se na baliza, com a linha de quatro defesa constituída por Rúben Vinagre e Diogo Figueiras nas laterais e Riccieli e Babic na zona central  

    No meio-campo, Manuel Ugarte e Pepê foram os escolhidos para atuar no miolo com o objetivo de fazer a ligação de jogo entre os setores, por estarem mais recuados. Gil Dias, Ivo Rorigues e Iván Jaime ocuparam o restante do meio-campo para dar profundidade ao ataque do FC Famalicão e para ajudar o homem da frente, Anderson.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Luiz Júnior (6)

    Rúben Vinagre (6)

    Riccieli (6)

    Babic (6)

    Diogo Figueiras (6)

    Pêpê (7)

    Manuel Ugarte (6)

    Ivo Rodrigues (7)

    Gil Dias (6)

    Iván Jaime (7)

    Anderson (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Alexandre Guedes (6)

    Kraev (7)

    Diogo Queirós (6)

    Fernando Valenzuela (6)

    Gustavo Assunção (6)

     

    ANÁLISE TÁTICA – CD SANTA CLARA

    Nesta visita a Famalicão, Daniel Ramos montou um 4-3-3, com os laterais Sagna e Mansur bastante subidos e com uma troca constante de flanco entre Ukra e Carlos Jr, no setor mais avançado no terreno. Marco Pereira ocupou o seu lugar na defesa da baliza açoriana e Fábio Cardoso, a par de Mikel Villanueva, ocuparam a zona central da defesa.

    Na constituição do meio-campo, Hide Morita juntou-se a Nené e Lincoln para conseguirem transportar jogo até aos homens da frente já mencionados e para o ponta de lança, Rui Costa.

    Em momentos defensivos, o esquema tático moldava-se num 4-4-2 com Rui Costa e Carlos Jr. a manterem-se na frente, mas com Ukra a recuar e a encher meio-campo.

    Após a expulsão de Nené, no decorrer da primeira parte, Morita dobrou-se em campo para ocupar o lugar deixado em aberto pelo jogador português.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Marco (6)

    Sagna (4)

    Fábio Cardoso (6)

    Mikel Villanueva (6)

    Mansur (5)

    Hide Morita (7)

    Nené (3)

    Lincoln (6)

    Ukra (7)

    Carlos Jr. (5)

    Rui Costa (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Anderson Carvalho (6)

    Costinha (6)

    Cryzan (5)

    Allano (6)

    João Afonso (6)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    FC Famalicão

    BnR: O FC Famalicão jogou frente a uma equipa reduzida a dez elementos durante mais de uma parte, mas viu-se algo reticente aquando dos momentos ofensivos. O que faltou para a sua equipa conseguir ser mais eficaz e eficiente?

    Ivo Vieira: Os jogadores lutaram, tentaram chegar ao último terço, disputámos e tirámos muitos cruzamentos. Obviamente que o CD Santa Clara, como equipa fisicamente forte e uma equipa a fazer um bom campeonato, defendesse como podia. Em algumas transições, o Santa Clara conseguiu algumas faltas, que levaram às bolas paradas em que são muitos fortes também. Mas, sabemos que, muitas vezes, ficar com menos um jogador pode ser uma faca de dois gumes. Podemos pensar que o jogo pode ficar mais fácil ou então pode nos ferir. O Santa Clara fez pela vida, nós fizemos também e conseguimos a vitória.

     

    CD Santa Clara

    Não foi possível colocar questões ao técnico do CD Santa Clara, Daniel Ramos.

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    Andreia Araújo
    Andreia Araújohttp://www.bolanarede.pt
    A Andreia é licenciada Ciências da Comunicação, no ramo de Jornalismo. Depois de ter praticado basquetebol durante anos, encontrou no desporto e no jornalismo as suas maiores paixões. Um dos maiores desejos é ser uma das vozes das mulheres no mundo do desporto e ambição para isso mesmo não lhe falta.